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José Luis Peixoto estreia-se na literatura infantil
O escritor José Luís Peixoto estreia-se na literatura para os mais novos com A mãe que chovia, ilustrado por Daniel Silvestre da Silva, um livro sobre a maternidade e a ausência, explicou o autor à agência Lusa.
Doze anos depois da estreia literária, com Morreste-me, um relato pessoal sobre a morte do pai, José Luís Peixoto escreveu uma prosa destinada a jovens sobre o abandono e sobre a maternidade, que no livro assume a forma da chuva.
A ilustração de Daniel Silvestre da Silva mostra, nas primeiras páginas, uma criança que foi deixada numa alcofa à porta de uma casa.
É o «filho da chuva», que cresceu como «um rapaz esperto, composto por boa disposição e com a idade de mais ou menos», que encontrou na chuva a mãe que o acompanhará toda a vida.
A partir daí, escritor e ilustrador acompanham o crescimento deste rapaz, com a chuva e a água - em todos os seus estados - sempre presentes, em substituição da figura da mãe.
«Aquilo que me surgiu em primeiro lugar foi a vontade de tratar o tema da maternidade, esse conceito emocional, natural e com tantas outras dimensões, que no início da vida, quando somos crianças, nos transcende de forma tão absoluta», afirmou o escritor à agência Lusa.
José Luís Peixoto interessou-se pelo significado de uma relação entre mãe e filho e como ela se molda ao crescimento deste: «À medida que crescemos, tendemos a concluir que as mães são pessoas.
Muitas vezes, precisamos nós próprios de ser pais para perceber verdadeiramente essa realidade tão simples».
O escritor, que tem publicada uma dezena de obras, entre prosa, poesia e teatro, diz que «A mãe que chovia» se destina «especialmente aos mais jovens», embora o texto tenha sido escrito com os mesmos critérios de sempre, independentemente do leitor.
«Destina-se especialmente a jovens, a crianças, mas não as subestima em nenhum momento», sublinhou.
É também a primeira vez que assina um texto em parceria com o ilustrador Daniel Silvestre da Silva, de traço rigoroso e detalhado na forma como interpretou pelo desenho a figuração da mãe pela chuva e pela água.
Daniel Silvestre da Silva já ilustrou para autores como Alice Vieira, David Soares, António Manuel Couto Viana, Raul Malaquias Marques e João Pedro Mésseder.
A mãe que chovia, com selo da Quetzal, é editado na sexta-feira.
Lusa/SOL