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Investigadora cria gestuário para desportistas surdos
Fátima Sarmento, professora de Educação Física de ensino bilingue, defende que alunos surdos têm menor rendimento desportivo por falta de uniformização de língua gestual específica.
A trabalhar com alunos surdos há 22 anos, Fátima Sarmento, professora de Educação Física do ISMAI (Instituto Superior da Maia) e da Escola Secundária Aurélia de Souza, no Porto, acaba de criar um gestuário digital bilingue destinado a professores, estudantes e atletas surdos.
Na sua tese de doutoramento, defendida este mês na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, a investigadora concluiu que os alunos surdos revelam menor rendimento "não por falta de aptidão física, mas por dificuldades de entendimento do que lhes é solicitado nas aulas".
Durante a investigação, Fátima Sarmento apercebeu-se que não existem na língua gestual portuguesa gestos uniformes para terminologia específica do desporto, "como passe, finta, remate, penalti", dificultando a comunicação entre professores e alunos e, por consequência, piores resultados dos estudantes nas disciplinas de Educação Física.
Uniformizar gestos desportivos
O gestuário da docente, um dicionário digital de terminologia desportiva em português e correspontente língua gestual, apresenta gestos uniformes a aplicar em seis modalidades: andebol, voleibol, basquetebol, futebol, atletismo e ginástica artística e acrobática.
O conteúdo do vídeo, feito com a colaboração do treinador de andebol Carlos Resente e atletas do ABC de Braga, da equipa de basquetebol de sub-18 do FC Porto, do selecionador de ginástica acrobática Lourenço França, e atletas de triatlo e decatlo, entre outros, vai ser enviado a várias escolas de referência de ensino bilingue de todo país.
Segundo Fátima Sarmento, o gestuário agora apresentado teve por base um exaustivo levantamento de recolha de gestos utilizados por alunos surdos de todo o país e ainda de uma equipa de investigação de surdez do Instituto Jacob Rodrigues Pereira.
A edição do "Gestuário Digital Bilingue" é a fase que se segue do projeto da investigadora do Porto.
Fonte: Expresso