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Inseminação Artificial - tudo o que precisa saber

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A infertilidade consiste na incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho ou em levar a termo uma gravidez até ao momento do parto. Esta realidade constitui-se como um problema cada vez mais comum, sendo resultado de factores internos ou de contributos inconscientes do ser humano afectando homens e mulheres.


Segundo a legislação nacional em vigor, a utilização de técnicas de procriação medicamente assistida só pode verificar-se perante uma situação de diagnóstico de infertilidade ou ainda, para tratamento de doenças graves ou caso exista risco de transmissão de doenças de origem genética, infecciosa ou outras.


Ainda segundo os termos legais, apenas as pessoas casadas que não se encontrem separadas judicialmente de pessoas e bens ou separadas de facto ou as que, sendo de sexo diferente, vivam em condições análogas às dos cônjuges há pelo menos dois anos podem recorrer as técnicas de procriação medicamente assistida. Estas técnicas só podem ser utilizadas em benefício de quem tenha, pelo menos, 18 anos de idade e não se encontre interdito ou inabilitado por anomalia psíquica.


A Inseminação artificial é um dos processos de procriação medicamente assistida utilizados em situações de infertilidade. Neste processo é permitido recorrer-se a sémen de um terceiro dador, no entanto esta situação só é contemplada pela lei quando, segundo os conhecimentos técnico-científicos existentes, não possa obter-se gravidez através de inseminação com sémen do marido ou daquele que viva em união de facto com a mulher a inseminar. O sémen do dador utilizado para inseminação artificial deve ser criopreservado.


Como se processa a Inseminação artificial

* A inseminação artificial, também designada inseminação intra-uterina consiste na colocação de forma artificial do sémen do parceiro ou dador no interior do útero da mulher. Todo este processo pode ser diferenciado em três etapas:
O processo de inseminação artificial inicia-se com a estimulação dos ovários através de substâncias que induzem a ovulação. É muito importante que a ovulação ocorra de forma eficaz para que se possam conseguir os resultados esperados. A indução da ovulação conduz por vezes ao desenvolvimento de vários óvulos, o que aumenta o risco em 15-20% de gravidezes múltiplas (gemelares – mais que um bebé). É importante que seja previamente informada e que tenha noção desta possibilidade.


* Relativamente ao sémen, é feita a selecção e concentração dos espermatozóides móveis, visto que a fraca mobilidade dos espermatozóides é um dos factores que podem afectar de forma negativa o consumar de uma gravidez. As amostras de sémen são preparadas através das técnicas de capacitação ou preparação seminal.


* A terceira etapa consiste no processo de inseminação em si. É neste momento que a mulher é inseminada, todo o processo é realizado durante as consultas e não é necessário qualquer tipo de anestesia. A mulher é geralmente inseminada durante dois dias seguidos, depois de se ter induzido a ovulação. Por cada vez que se repete o processo, terá de ser fornecido ao laboratório uma amostra seminal. É recomendado que, após ser depositado o sémen convenientemente tratado no útero, a mulher permaneça durante cerca de 30 minutos em repouso.


É ainda importante que durante duas semanas evite ter relações sexuais, praticar desporto, estar de pé durante horas seguidas e evite também fazer viagens prolongadas. Deve procurar aumentar as horas de repouso diárias, sentada ou deitada. No que diz respeito à alimentação, esta deve ser equilibrada e deve alimentar-se de 3 em 3 horas, ingerindo também 1,5L de água por dia. Ao nível da medicação pós-inseminação será receitado um antibiótico profilático, ácido fólico (para protecção contra defeitos do sistema nervoso do feto).


Dados estatísticos


• Em cada 100 ciclos de inseminação, 13 resultam em gestação.
• Em cada 100 casais que completam 4 ciclos de inseminação, 60 conseguem atingir gestação.
• Segundo os resultados obtidos através de inseminação artificial, saiba ainda que entre 15 a 20% das gravidezes concretizadas são gemelares e que 15% terminam com uma situação de aborto.


Para além da inseminação artificial, existem outros métodos de procriação medicamente assistida, como por exemplo a fertilização in vitro. É da competência do médico responsável propor aos beneficiários a técnica de procriação medicamente assistida que, cientificamente, se julgue mais adequada quando outros tratamentos não tenham sido bem sucedidos, não ofereçam perspectivas de êxito ou não se mostrem convenientes de acordo com o conhecimento médico.
 
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