Seleção Nacional vence França, por 4-1, na final, em Paredes, e conquista o seu 22.º título continental
Um jogo inteiramente dominado pela Seleção Nacional, que veio do 8 ao 80 neste Campeonato da Europa, após três derrotas em três jogos horríveis na fase de grupos, incluindo com o finalista de ontem (1-3), para uma série a eliminar impoluta, em crescendo exibicional para acabar com nota artística e classe de campeão.
Paulo Freitas repetiu o cinco com que iniciou o jogo com Espanha nas meias-finais e a equipa portuguesa começou com mais iniciativa, apesar de a França sido mais ameaçadora, com alguns remates de longe a testar a inspiração de Xano Edo. O guarda-redes luso teve-a.
A formação francesa, sempre liderada pelos irmãos Di Benedetto, tentava explorar o contra-ataque, jogando no erro português, mas sofriam por excessiva agressividade, não apenas defensiva, mas também no ataque, com algumas faltas ofensivas. Ainda antes do oitavo minuto, os seus jogadores cometeram a quinta falta e iam lançados para ver a sua equipa sofrer, cedo, um livre direto. O primeiro tempo de desconto foi pedido por Paulo Freitas, imediatamente a seguir a mais uma boa oportunidade de França, num remate à meia-volta de Carlo di Benedetto.
A Seleção Nacional retrai-se um pouco à passagem do 10.º minuto, amornecendo o jogo, e é em toada mais lenta, como que embalando os franceses, que Portugal lançou o golpe que o colocou em vantagem na final. Um lance individual de Rafael Bessa, culminado com um remate fraco a fazer a bola por baixo das pernas do guarda-redes francês Pedro Chambel.
Acalmia de ouro para Portugal, que a 6.30 minutos do final da primeira parte, dilata a vantagem, de livre direto, após a 10.ª falta de França: Alvarinho, chamado a 'bater', superou com classe a mancha do guarda-redes francês.
O selecionador francês Nuno Lopes pára o jogo, que não lhe estava de feição. Em menos de 20 minutos, o sucesso na partida da primeira fase parecia já longe na memória. A sua equipa, não conseguia estabelecer o seu hóquei, de forte coletivismo, porque era Portugal a impô-lo nesta final, com resultados bem evidentes.
Ao intervalo, boa vantagem portuguesa, mas muito distante de ser decisiva num jogo de hóquei em patins, e após o reatamento do jogo França lançou-se em busca de reduzir a desvantagem e acercou com perigo da baliza de Portugal. Todavia, os gauleses voltaram a ser vítimas do excesso de ímpeto e cometeram falta para penálti antes do quarto minuto. Gonçalo Alves, herói da meia-final, ao apontar dois golos no desempate neste lance de bola paradas, não perdoou e faz o terceiro de Portugal. Três de vantagem... A final punha-se bastante favorável para a turma das quinas. Quem diria após aqueles primeiros três jogos horríveis?
Muito mais confortável na partida, Portugal começava a descobrir espaços privilegiados para visar a baliza, e em lances de fino recorte técnico. No entanto, foi após um lance genial francês, que Xano Edo impede de resultar em golo, Paulo Freitas parou oportunamente o jogo para arrefecer a iniciativa francesa, pedido derradeiro esforço máximo aos jogadores. «Quem não puder, é rendido», afirma o selecionador. O que se seguiu foi a oportunidade de golo mais flagrante de França em todo o jogo, sem êxito. A bola não entrou e os franceses começaram a sair, animicamente, da luta pelo título.
Apesar de um penálti (falhado!) e cartão azul para Luís Querido, forçando Portugal a jogar em inferioridade numérica os últimos 1.50 minutos do jogo. Mas o jogo ainda acabava. França ainda reduziu para 1-3 após um lance confuso que o VAR validou (a entrada da bola na baliza), mas, de seguida, com o adversário a jogar sem guarda-redes (under play), e mesmo com apenas três jogadores de campo, Portugal selou a conquista do título europeu com o quarto golo, o segundo de Rafael Bessa.