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"Grande líder", "mulher notável". As reações à demissão de Jacinda Ardern

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A primeira-ministra da Nova Zelândia disse que terminará o seu mandato o mais tardar a 7 de fevereiro, tendo sido reeleita há menos de dois anos com uma maioria absoluta. Quando foi eleita em 2017, tornou-se na mulher mais nova a assumir o cargo, na altura, aos 37 anos.

Grande líder, mulher notável. As reações à demissão de Jacinda Ardern



A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou, na quinta-feira, que se vai demitir do cargo de primeira-ministra, uma declaração que chocou os líderes do seu partido.


Numa reunião do grupo parlamentar do Partido Trabalhista, citada pelo The Guardian, Ardern admitiu que "já não tem energia que chegue" para continuar no cargo, que desempenha desde 2017.


"Está na altura. Vou sair porque acredito que um cargo tão privilegiado vem com responsabilidade. A responsabilidade de saber que se é a pessoa certa para liderar e também quando não se é. Sei o que este trabalho envolve. E sei que não tenho mais combustível para lhe fazer justiça. É tão simples quanto isso", afirmou a política progressista.


Após a demissão, muitas têm sido as reações à demissão inesperada de Jacinda Ardern.


O líder da oposição da Nova Zelândia, Christopher Luxon, agradeceu o trabalho, na rede social Tik Tok: "Em nome do Partido Nacional, à primeira-ministra Jacinda Ardern, os nossos agradecimentos pelo seu serviço à Nova Zelândia". "Ela deu tudo de si a este trabalho incrivelmente exigente e desejo-lhe e à sua família tudo de bom para o futuro. Obrigada, Jacinda", rematou Luxon.


O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Norman Albanese, também lembrou o trabalho de Jacinda Ardern destacando que "demonstrou que a empatia e o discernimento são qualidades de liderança poderosas". "Jacinda tem sido uma defensora feroz da Nova Zelândia, uma inspiração para tantos e uma grande amiga para mim", reforçou.


A embaixadora do Reino Unido na Nova Zelândia, Iona Thomas, também salientou, na rede social Twitter, que Jacinda Ardern "tem sido uma grande amiga e parceira do Reino Unido durante o tempo como primeira-ministra e defendeu conexões entre os dois países à medida que aumentámos o comércio e enfrentámos desafios compartilhados".


"Desejo-lhe o melhor para tudo o que está por vir", ressaltou.


Jan Tinetti, a ministra da Administração Interna da Nova Zelândia, expressou o sentimento pela "mulher notável". "Ela não só tem sido a chefe mais incrível como tem sido um enorme apoio para mim a título pessoal", elucidou, confessando que nunca esquecerá o apoio e o estímulo que ela lhe deu quando foi diagnosticada com cancro da mama.


"Jacinda é uma grande líder, a pessoa mais trabalhadora que já conheci, mas acima de tudo, o que sempre se destacará para mim é que ela é uma pessoa amável, generosa, ferozmente leal e da maior integridade", escreveu, na rede social Facebook.



James Shaw, que dirige a pasta Alterações Climáticas e é o ministro associado do Ambiente para a Biodiversidade no país,, lembrou o privilégio que foi trabalhar ao lado da primeira-ministra Jacinda Ardern durante os últimos cinco anos do governo. "Ela é uma das pessoas mais dedicadas, autênticas e movidas por valores que tenho tido o prazer de conhecer", destacou.


"Compreendo perfeitamente a sua decisão de se colocar de lado, mas sentirei a sua falta", escreveu, na rede social Facebook.



Chris Hipkins, o ministro da Educação da Nova Zelândia, destacou também o privilégio e honra que tem sido "servir no governo de Jacinda Ardern". "Sob a sua liderança temos enfrentado alguns dos maiores desafios que qualquer governo recente tem enfrentado", sublinhou, acrescentando que "Jacinda tem sido uma voz de calma, amável tranquilidade e força".


"Não consigo pensar em melhor pessoa para nos ter conduzido ao longo dos últimos cinco anos e meio e respeito totalmente a sua decisão de se colocar de lado", rematou.



O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, agradeceu a Jacinda Ardern "pela sua parceria e amizade - e pela liderança empática, compassiva, forte e estável ao longo dos últimos anos". "A diferença que fez é imensurável. Desejo-lhe a si e à sua família nada mais do que o melhor, minha amiga", indicou.



Ayesha Verrall, ministra de Resposta à Covid-19 da Nova Zelândia, escreveu, na rede social Twitter, que foi um "privilégio ter servido com Jacinda Ardern e ter testemunhado a sua força, intelecto e humanidade enquanto ela liderava na pandemia".


"A sua liderança salvou dezenas de milhares de vidas na Nova Zelândia", salientou.


Jacinda Ardern disse que terminará o seu mandato o mais tardar a 7 de fevereiro, tendo sido reeleita há menos de dois anos com uma maioria absoluta. Quando foi eleita em 2017, tornou-se na mulher mais nova a assumir o cargo de primeira-ministra, na altura, aos 37 anos.


Ardern governou durante dois dos períodos mais tumultuosos da história recente da Nova Zelândia, tendo sido a líder responsável por abolir a venda e posse de armas de fogo depois do massacre islamofóbico numa mesquita em Christchurch, em 2019.


Jacinda Ardern liderou também a resposta do país na Oceânia contra a Covid-19, que aproveitou o seu isolamento natural para se ver livre da pandemia no espaço de meses.


A líder do país protagonizou também um momento algo histórico em 2018, ao tornar-se das poucas chefes de Governo mundiais a darem à luz a uma criança enquanto estavam à frente de um executivo.


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Disruptiva até na demissão. Como o mundo se apaixonou por Jacinda Ardern


Recorde alguns dos momentos-chave do mandato da líder neozelandeza, desde o ataque terrorista em Christchurch à pandemia de Covid-19.

Disruptiva até na demissão. Como o mundo se apaixonou por Jacinda Ardern



Com ela, a Nova Zelândia ganhou (outro) destaque internacional. Desde que foi eleita, em 2017, Jacinda Ardern atraiu atenções de todo o mundo graças ao seu estilo de liderança, à forma como equilibrou a vida política e familiar, mas também pelo modo como conduziu o país num difícil contexto, marcado por uma crise pandémica e económica.


Em quase seis anos como primeira-ministra, Ardern tornou-se num ícone global da política de centro-esquerda, ao mesmo tempo que lidou com desastres naturais, com a Covid-19, e com o pior ataque terrorista de todos os tempos naquele país.



Em 2017, tornou-se a líder feminina mais jovem do mundo e, no ano seguinte, voltou a fazer história como a segunda chefe de Governo, a nível mundial, a dar à luz enquanto estava à frente de um executivo (Benazir Bhutto, do Paquistão, foi a primeira).



Seis anos depois, fez um anúncio surpreendente: vai deixar o cargo antes das eleições, que acontecem em outubro, por admitir já não ter energia "para desempenhar bem o cargo".


"Sou humana. Damos tudo o que podemos pelo tempo que podemos e então chega o momento. E para mim, é o momento", afirmou.




Ardern, de 42 anos, tornou-se primeira-ministra em agosto de 2017, sendo a pessoa mais jovem na história da Nova Zelândia a ocupar o cargo.


A governante cessante chegou ao poder após a surpreendente renúncia do líder de centro-direita John Key, e depois de concordar com uma coligação com os Verdes e os Nacionalistas, encerrando uma década de governo conservador.


Contudo, depois de conseguir um segundo mandato, graças à vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições legislativas de 2020, Ardern tem sofrido uma queda de popularidade devido à deterioração da situação económica e ao ressurgimento da oposição conservadora.


Nascida em 1980, em Hamilton, a sul de Auckland, Jacinda Ardern diz que foi a pobreza a que assistiu no interior da Ilha do Norte que ajudou a moldar as suas crenças de esquerda.


Filha de um polícia, foi criada na fé mórmon, à qual renunciou nos anos 2000, por causa das posições dessa Igreja sobre a homossexualidade.


Ardern interessou-se desde muito cedo pela política graças a uma tia e ingressou nas organizações sindicais da juventude.


Após completar os estudos, trabalhou para a ex-primeira-ministra Helen Clark, e depois, em Londres, para o ex-chefe de Governo britânico Tony Blair.


O ataque terrorista em Christchurch


Ardern governou durante dois dos períodos mais tumultuosos da história recente da Nova Zelândia, tendo sido a líder responsável por abolir a venda e posse de armas de fogo depois do massacre islamofóbico em duas mesquita em Christchurch, em 2019.


Brenton Tarrant, um cidadão australiano que se mudou para a Nova Zelândia em 2017, entrou armado com duas semiautomáticas em duas mesquitas da cidade do sul do país a 15 de março de 2019. Tinha intenção de matar o maior número de muçulmanos que conseguisse, como foi possível ouvir no seu julgamento em 2020.


Um dia após os ataques, Jacinda Ardern usou um hijab, numa visita aos refugiados e à comunidade muçulmana, dizendo-lhes em lágrimas que todo o país estava "unido em luto".


O ataque foi um dos mais mortíferos da história da Nova Zelândia e originou um consenso entre os deputados num espaço de semanas para que fossem banidas as armas semiautomáticas de tipo militar no país de forma a prevenir que algo do género se voltasse a repetir.


Outra resposta aos ataques foi o "Christchurch Call" – uma iniciativa global liderada por Ardern e pelo presidente francês Emmanuel Macron para instar os gigantes da tecnologia e outros governos a se comprometerem a combater a disseminação do extremismo nas redes sociais.


Líderes de todo o mundo assinaram o documento voluntário – apresentado à margem de uma reunião do G7, em maio de 2019 – assim como Amazon, Facebook, Google, Microsoft e Twitter, que se comprometeram a trabalhar mais de perto com os governos para garantir que os seus sites não se tornem canais de recrutamento radical.


Pandemia


Jacinda Ardern liderou também a resposta da Nova Zelândia contra a Covid-19. O país aproveitou o seu isolamento geográfico para se ver livre da pandemia no espaço de meses.


Ardern foi elogiada globalmente pela forma como geriu o coronavírus. Agiu rapidamente para fechar as fronteiras, em março de 2020, decretando medidas rigorosas de quarentena para neozelandeses que regressassem do estrangeiro.


Apesar das críticas domésticas sobre o ritmo lento de distribuição de vacinas, o país de cerca de 5 milhões de habitantes registou menos de 2.500 vítimas mortais da Covid-19. Tem a menor taxa de mortalidade do mundo ocidental relacionada com a infeção, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.


O legado

O percurso de Jacinda Ardern no governo da Nova Zelândia fica ainda marcado por ter formado o executivo mais diversificado da história do país, com mais mulheres, pessoas de diferentes raças, LGBTQ e membros indígenas no parlamento do que nunca.


No ano passado, a Nova Zelândia tornou-se na primeira democracia industrializada avançada a ter uma legislatura maioritariamente feminina.


Recentemente, num encontro com a ministra finlandesa Sanna Marin, Ardern foi questionada sobre se as duas se tinham reunido porque eram da mesma idade. A líder neozelandesa insurgiu-se: "Pergunto-me se alguém já perguntou a Barack Obama [ex-presidente dos Estados Unidos] e John Key [ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia] se eles se encontraram porque eram da mesma idade".


A primeira-ministra da Nova Zelândia disse que terminará o seu mandato o mais tardar a 7 de fevereiro, tendo sido reeleita há menos de dois anos com uma maioria absoluta.


Perante esta decisão, o Partido Trabalhista deve eleger no domingo o novo líder da força partidária e o novo primeiro-ministro.


No entanto, o eleito deverá governar até 14 de outubro, data em que se realizam as eleições legislativas.


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