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Gradiva reedita «Eternus 9 - Um filho do Cosmos»

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Gradiva reedita «Eternus 9 - Um filho do Cosmos»

Trinta anos depois da primeira edição, o autor de banda desenhada Victor Mesquita acaba de reeditar pela Gradiva a obra «Eternus 9 - Um filho do Cosmos», uma narrativa de ficção científica sobre a condição humana.

A primeira prancha de «Eternus 9» foi publicada em Abril de 1975 na revista Visão, que Victor Mesquita fundou e dirigiu, mas o álbum só seria publicado na íntegra pela editora Meribérica-Liber em 1979.

A história centra-se na viagem cósmica de Eternus 9, um homem que «é ponto de partida e de chegada de todas as coisas», escolhido pelo telepata do templo de Kairos para procurar uma verdade universal.

«Eu na altura pensei em conceber um herói que representasse a Europa, porque na América já existiam super-heróis. Mas eu queria que fosse humano apesar de ter faculdades paranormais», disse o autor à agência Lusa.

Victor Mesquita desenhou uma Lisboa futurista, com um centro de biologia experimental suspenso por cima do Castelo de São Jorge, onde cientistas investigam o comportamento humano e procuram vida inteligente no universo por causa das alterações ao equilíbro ecológico.

Visualmente, o álbum apresenta-se profusamente ilustrado, com um grafismo minucioso e uma estrutura experimental para os parâmetros da banda desenhada convencional, à semelhança do que aconteceu com a BD «Wanya - Escala em Orongo», de Nelson Dias e Augusto Mota, editada em 1972.

Na nota introdutória à reedição da Gradiva, o jornalista e especialista em BD Carlos Pessoa descreve Victor Mesquita como «um criador visionário», autor de «uma aventura barroca» que se apresentou como um «grito desafiador» num «pacato pequeno mundo burguês do terceiro quartel do século XX».

Nesta reedição, Victor Mesquita, 69 anos, incluiu algumas imagens inéditas do que vai ser o próximo volume de «Eternus 9», que sairá em 2009 também pela Gradiva com o título «A cidade dos espelhos».

Victor Mesquita idealizou este segundo álbum há cerca de quinze anos, mas depois de lançado o desafio pelo editor Guilherme Valente, da Gradiva, o ilustrador decidiu reactualizá-lo.

Sem adiantar mais pormenores sobre a história, Victor Mesquita referiu que ele próprio será parte interveniente no livro, que se passará temporalmente trinta anos depois de «Um filho do Cosmos», numa Lisboa que sofreu estruturalmente um abalo por causa de uma guerra nuclear no Médio Oriente.

«Eu costumo dizer que não sou um autor de ficção científica, mas um antecipador científico», disse Victor Mesquita, que tem também em mãos um mangá (banda desenhada japonesa) para editar no mercado nipónico.

Actualmente dedicado à pintura e ilustração, Victor Mesquita nasceu em Lisboa em 1939.

Fundou uma empresa de publicidade na África do Sul e publicou originais em várias revistas, entre as quais a Jacto, Cinéfilo, Visão e Selecções BD e mais recentemente, nos anos 1990, no Expresso.

Além de «Eternus 9», Victor Mesquita editou o álbum «Trilogia com Tejo ao fundo», «Os navegadores do infinito», «O homem que não se chamava Hemingway» e «O síndroma de Babel».

Victor Mesquita colaborou ainda no levantamento da banda desenhada portuguesa para a Histoire Mondiale de la Bande Dessinée e em 1998 integrou a exposição colectiva portuguesa «Perdidos no Oceano», no festival de Angoulême, França.

Em Novembro passado, Victor Mesquita foi distinguido com o troféu de honra do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, este ano dedicado à Ficção Científica e Tecnologia.




Diário Digital / Lusa
 
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