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Governo questionado sobre apoio a artistas

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Lisboa, 09 Jan (Lusa) - O Governo apresentou hoje dois programas de apoio à formação de jovens nas áreas da cultura e da cooperação, numa cerimónia que terminou com uma compositora a interpelar o primeiro-ministro sobre o apoio aos artistas com mais de 35 anos.

"Foi um grito de desespero", confessou, em declarações à Lusa, a compositora e flautista Paula de Castro Guimarães, minutos depois de ter questionado José Sócrates, que acabara de discursar defendendo as "oportunidades" profissionais e de internacionalização que os programas vão criar para os jovens entre os 18 e os 35 anos que procuram emprego.

"Sou directora da Miso Music Portugal, que é uma associação cultural que tem feito um trabalho ao longo dos últimos 15 anos para a promoção da criação musical portuguesa", explicou a artista, de 48 anos.

A compositora disse estar "completamente de acordo" com o programa de estágios internacionais para jovens ligados à cultura hoje apresentado no Palácio Foz com a designação de INOV-ART.

"Agora acho que fazer um show deste tamanho por causa de um programa, quando há problemas gravíssimos de internacionalização da cultura portuguesa, das artes, dos criadores de todas as idades! Há artistas que não têm oportunidades lá fora porque não há incentivos, não há programas e os que estão agora em concurso da Direcção Geral das Artes têm verbas que não permitem isso", afirmou Paula Guimarães.

"Nunca houve em Portugal até esta data nenhum programa de apoio à circulação", prosseguiu, apontando que na área da música "há compositores que teriam imensas oportunidades lá fora se tivessem uma ajuda para poderem ser produzidos e poderem mostrar as suas obras lá fora".

A compositora reconheceu que tem recebido algum apoio do Instituto Camões, nos últimos anos, mas frisou que "são verbas muito reduzidas", é "quase que uma lotaria".

Paula Guimarães disse ainda que, apesar de ter pedido várias vezes para ser recebida pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, nunca conseguiu ter essa oportunidade.

Em resposta a estas críticas e questionado sobre a alegada falta de apoio aos artistas, o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, disse que isso "não é verdade".

"Há 22 milhões de euros de apoio a todas as artes e todas as áreas culturais na Direcção Geral das artes", indicou.

"As pessoas querem apoios para internacionalização individual e profissionalizante para pessoas que já têm uma profissão e ja têm essa profissão completamente estruturada. Este programa não é para isso", respondeu.

No seu discurso de apresentação do programa, o ministro apontou o objectivo de os jovens ligados ao sector da cultura aprofundarem o seu "saber fazer" e destacou ainda a importância crescente das indústrias criativas e culturais na economia.

"O potencial das indústrias criativas e culturais em Portugal é muito grande considerando que elas geram na UE mais riqueza do que o imobiliário, mais riqueza do que a indústria química e têxtil juntas, mais riqueza do que a indústria da restauração, bebidas e tabaco juntas, e geram mais do dobro da riqueza da indústria automóvel", salientou.

O ministro referiu que este programa específico não exige formação académica, mas talento.

"Quero dizer a todos os jovens que têm talento, que têm provas dadas, que já começaram e já fizeram coisas no domínio das artes que concorram, tenham o atrevimento e a ousadia de ir três ou nove meses para fora, para os sítios que quiserem para as instituições junto das quais querem trabalhar, desde que estas os recebam", apelou, em declarações aos jornalistas.

A apresentação do INOV-Mundus, um programa destinado a promover a qualificação e inserção profissional de jovens licenciados em projectos de cooperação para o desenvolvimento, coube ao secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, João Gomes Cravinho.

"Cumpre-se mais uma promessa no âmbito da política de cooperação", disse Cravinho, destacando que esta iniciativa "é uma aposta no futuro".

O programa INOV-Mundus destina-se a 250 jovens licenciados desempregados, com domínio da língua inglesa, que tenham até 35 anos.

Ao longo dos próximos três anos, com estágios individuais de duração entre um mínimo de oito e um máximo de 12 meses, os jovens trabalharão em entidades e organizações vocacionadas para acções na área do desenvolvimento.

Os estágios serão preferencialmente realizados em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

EO.

Lusa/fim
 
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