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Notícias Governo diz ter tudo a postos para visita do Papa, timorenses temem restrições

Lordelo

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Ago 4, 2007
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"A visita está bem organizada em 90 e tal por cento", disse hoje à agência Lusa o ministro da Administração Estatal timorense, Tomás Cabral, acrescentando que em Tasi Tolo, onde vai decorrer a homilia, no dia 10 de setembro, está tudo concluído.






No recinto, podem ver-se ainda obras, nomeadamente a instalação de taipais para ocultar as barracas que se encontram no local.


Em Tasi Tolo foram ainda instalados vários ecrãs gigantes, que ainda se encontram tapados.


Segundo o ministro, decorrem ainda preparativos por parte da igreja, em coordenação com as autoridades dos municípios, com párocos, comandantes da policia e diretores de saúde.


Os timorenses têm de registar-se para se poderem deslocar para Díli durante a visita, que decorre entre 09 e 11 de setembro, e de acordo com o ministro há "mais de 100 mil" inscrições, num país de 1,3 milhões de habitantes e onde quase 97% da população é católica.


Este limite é justificado por Tomás Cabral com o facto de a área de Tasi Tolo ser de apenas 23 hectares, mas o governante remeteu para as autoridades de segurança a avaliação da capacidade do recinto.


No entanto, disse que, como a visita de Francisco "decorre 70% em Díli", as pessoas poderão assistir nas ruas à passagem do Papa.


Sobre a organização do transporte da população para a capital timorense, o ministro referiu que está a cargo dos municípios e que depende da capacidade de cada um.


Quanto às medidas de segurança, Tomás Cabral referiu que o número de efetivos não será divulgado, mas acrescentou que a operação "será feita em cooperação com o Vaticano", estando previsto "chegar uma equipa avançada de segurança no dia 24" de agosto.


Questionado sobre se o espaço aéreo será encerrado, o ministro referiu que isso acontecerá apenas à chegada e à partida do Papa a Timor-Leste. No entanto, a Aero Timor, uma das companhias que operam no país, anunciou na terça-feira a suspensão de todos os voos nos três dias da visita.


As restrições impostas peças autoridades não agradam a Violanto Ribeiro, estudante na Universidade Nacional de Timor-Leste, porque "apenas cerca de 120.000 estão registados", o que vai deixar muitos católicos timorenses "tristes" por não conseguirem ver Francisco.


"Depois há a questão dos transportes, não haverá capacidade de trazer todos para Díli, sobretudo os que vivem nas zonas mais rurais", lamentou, lembrando que muitos estrangeiros também estarão em Timor-Leste, o que limita ainda mais a participação dos timorenses nos eventos, sobretudo na missa de Tasi Tolo.


Sobre os preparativos, Violanto Ribeiro considera que o Governo começou tarde e que o país "não está bem preparado" para a visita do Papa.


"Estão a tapar os buracos à pressa e desalojaram centenas de famílias das suas casas, sem qualquer plano de realojamento", disse, referindo-se a várias demolições de casas por ordem do Governo, e que se juntam à intenção de "lavar a cara" à cidade no âmbito da visita do Papa, mas o executivo desmente, argumentando que tem a ver com o ordenamento da cidade.


Também o jornalista Romualdo Ximenes das Neves, de 27 anos, referiu a azáfama que começou no país após o anúncio da visita do Papa, "com a construção de estradas, a reabilitação de igrejas ou as instalações em Tasi Tolo" e lamentou os desalojamentos de centenas de famílias "em nome do ordenamento da cidade".


Também ele lamenta que nem todos os timorenses tenham a possibilidade de ver Francisco.


"Alguns não conseguem registar-se, sobretudo os que estão nas montanhas, que têm de andar 20 quilómetros", disse.


Por toda a capital timorense já estão espalhados cartazes com diferentes imagens do Papa, em fotos em que surge a cumprimentar o Presidente timorense, José Ramos-Horta, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, ou outra em conjunto, que mostra também os líderes da Igreja em Timor-Leste.


Várias marcas estão também a usar a imagem de Francisco para os cartazes de publicidade colocados nas ruas, no aeroporto ou nas fachadas dos edifícios.


Menos entusiasmado com a visita papal está Mário, que vende artesanato nas ruas, sobretudo junto a uma unidade hoteleira perto do porto de Díli, numa zona que vai estar encerrada por razões de segurança.


"Isto vai prejudicar o negócio", disse.

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