Matapitosboss
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O veterano da resistência francesa Marcel Suillerot mal pôde crer em seus olhos ao achar sua pulseira, perdida 64 anos atrás, quando visitava o Memorial de Sachsenhausen, antigo campo de concentração ao norte de Berlim. O francês foi prisioneiro do lugar entre 1943 e 1945.
O objecto estava exposto numa vitrine do museu, ao lado de uma escova de cabelos e um boné.
Na placa de latão presa à correia de couro, o então jovem de 20 anos gravou seu nome, data de nascimento e número como prisioneiro.
"A pulseira foi para mim um ato pessoal de resistência", lembra Suillerot, hoje com 85 anos. "Os nazistas tentaram me transformar em um número, e eu quis resistir a isso", diz.
Ele poderia ter sido executado por causa da peça. Bens pessoais eram estritamente proibidos aos detentos.
A confecção do adereço, feita às escondidas, com sobras de materiais das oficinas em que trabalhou, também foi uma acção de risco. Roubo de matérias-primas era punido com a morte.
Suillerot tinha que usar o bracelete com cuidado, sempre sob a manga do uniforme de prisioneiro. Em algumas situações mais perigosas, jogava a pulseira no chão e a escondia na areia, com os pés.
Em 1944 o francês teve que se desfazer do objecto, ao ser tratado de difteria na enfermaria do campo de concentração. A peça retornou ao Memorial Sachsenhausen em 1982 como uma doação, feita por um antigo prisioneiro do campo cujo nome permanece desconhecido.
"Estamos procurando de mais detalhes sobre a origem da doação", explicou Günter Morsch, director do Memorial Sachsenhausen e velho conhecido de Suillerot.
Pedras
O francês é um visitante frequente de Sachsenhausen. Morsch, entretanto, confessa não ter-se dado conta do nome que estava gravado em um dos objectos da exposição.
É possível que a doação tenha sido feita pelo mesmo prisioneiro alemão que tratou Suillerot na enfermaria do campo de concentração. O francês recorda-se que o homem tirou a pulseira proibida de seu braço, sem ter feito perguntas nem comentários, uma discrição que salvou sua vida.
Suillerot foi preso na França no fim de 1941 e condenado à prisão por distribuir panfletos, sendo, mais tarde, deportado para Sachsenhausen, junto com outros 1,6 mil franceses.
Após dois dias e duas noites sem comida e bebida, viajando num vagão superlotado, ele desembarcou do trem na cidade de Oranienburg, onde fica o campo de Sachsenhausen.
"A chegada foi horrível, as crianças jogavam pedra na gente, porque os adultos falavam para elas que éramos terroristas", lembra o veterano, condecorado com a Legião de Honra, maior honraria francesa.
Ele ainda se recorda dos gritos sarcásticos dos soldados da SS quando os presos atravessavam a entrada do campo: "Vocês entram pelo portão, mas vão sair daqui pela chaminé".
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O objecto estava exposto numa vitrine do museu, ao lado de uma escova de cabelos e um boné.
Na placa de latão presa à correia de couro, o então jovem de 20 anos gravou seu nome, data de nascimento e número como prisioneiro.
"A pulseira foi para mim um ato pessoal de resistência", lembra Suillerot, hoje com 85 anos. "Os nazistas tentaram me transformar em um número, e eu quis resistir a isso", diz.
Ele poderia ter sido executado por causa da peça. Bens pessoais eram estritamente proibidos aos detentos.
A confecção do adereço, feita às escondidas, com sobras de materiais das oficinas em que trabalhou, também foi uma acção de risco. Roubo de matérias-primas era punido com a morte.
Suillerot tinha que usar o bracelete com cuidado, sempre sob a manga do uniforme de prisioneiro. Em algumas situações mais perigosas, jogava a pulseira no chão e a escondia na areia, com os pés.
Em 1944 o francês teve que se desfazer do objecto, ao ser tratado de difteria na enfermaria do campo de concentração. A peça retornou ao Memorial Sachsenhausen em 1982 como uma doação, feita por um antigo prisioneiro do campo cujo nome permanece desconhecido.
"Estamos procurando de mais detalhes sobre a origem da doação", explicou Günter Morsch, director do Memorial Sachsenhausen e velho conhecido de Suillerot.
Pedras
O francês é um visitante frequente de Sachsenhausen. Morsch, entretanto, confessa não ter-se dado conta do nome que estava gravado em um dos objectos da exposição.
É possível que a doação tenha sido feita pelo mesmo prisioneiro alemão que tratou Suillerot na enfermaria do campo de concentração. O francês recorda-se que o homem tirou a pulseira proibida de seu braço, sem ter feito perguntas nem comentários, uma discrição que salvou sua vida.
Suillerot foi preso na França no fim de 1941 e condenado à prisão por distribuir panfletos, sendo, mais tarde, deportado para Sachsenhausen, junto com outros 1,6 mil franceses.
Após dois dias e duas noites sem comida e bebida, viajando num vagão superlotado, ele desembarcou do trem na cidade de Oranienburg, onde fica o campo de Sachsenhausen.
"A chegada foi horrível, as crianças jogavam pedra na gente, porque os adultos falavam para elas que éramos terroristas", lembra o veterano, condecorado com a Legião de Honra, maior honraria francesa.
Ele ainda se recorda dos gritos sarcásticos dos soldados da SS quando os presos atravessavam a entrada do campo: "Vocês entram pelo portão, mas vão sair daqui pela chaminé".
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