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Notícias França. Nova Frente Popular recusa reuniões de Macron para nomear governo

Lordelo

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Ago 4, 2007
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"Não voltaremos ao Eliseu se não se tratar de discutir os termos de uma coabitação (...). Caso contrário, já dissemos tudo um ao outro", disse Lucie Castets em entrevista à rádio France Inter.






A representante da NFP, que se disse "muito zangada, muito preocupada" com a democracia, que considera encontrar-se "num estado preocupante", reiterou que é "fundamental que as pessoas se mobilizem hoje".


O Presidente francês convocou eleições antecipadas "sem consulta, algo que ninguém compreendeu", e mais de um mês depois "diz aos franceses que foi inútil, que votaram mal", afirmou a candidata.


"Seremos capazes de trabalhar com os outros, de chegar a um compromisso, porque se não o fizermos, sabemos que a sanção democrática será a censura", referiu Lucie Castets, em resposta aos partidos de oposição que ameaçam censurar um governo de esquerda.


Lucie Castets prometeu ainda fazer a sua parte para continuar a encarnar a "união da esquerda", que inclui a França Insubmissa (LFI, esquerda radical), os socialistas, os ecologistas e os comunistas, considerando que é "extremamente problemático descartar a LFI" (partido de esquerda radical).


O LFI, enquanto maior força política no seio da NFP, tem sido contestado por todos os partidos da oposição, que consideram que o seu programa pode destabilizar o país e veem uma figura muito divisiva no seu fundador, Jean-Luc Mélenchon, que pode assumir um lugar de liderança no governo.


"A decisão de Emmanuel Macron não corresponde de todo à lógica das instituições e à lógica democrática", acrescentou Castets.


Também os socialistas e os ecologistas adiantaram hoje a sua recusa em participar nas consultas.


"Recuso-me a ser cúmplice de uma paródia de democracia", afirmou o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, numa entrevista ao canal de televisão France 2.


"O que está realmente a acontecer (...) é que [Emmanuel Macron] não quer que o programa da Nova Frente Popular seja implementado, que revoguemos a reforma das pensões" do ano passado, acrescentou.


Olivier Faure classificou como "um problema democrático" o Presidente francês recusar-se a nomear um primeiro-ministro do bloco político que obteve o maior número de deputados eleitos nas eleições legislativas de 07 de julho.


Já a secretária-geral do partido ecologista EELV, Marine Tondelier, acusou Macron de estar a fazer "uma deriva iliberal" por se recusar a dar as chaves do governo ao bloco político com mais assentos na Assembleia Nacional, numa entrevista para a rádio pública FranceInfo.


Marine Tondelier anunciou ainda que vão convocar "mobilizações" de protesto, embora tenha sublinhado que serão "pacíficas".


Também a LFI apelou a uma "grande mobilização face ao golpe de Macron" e à "excecional gravidade da situação" para o dia 07 de setembro, segundo um comunicado publicado nas suas redes sociais.


A LFI declarou que se "junta ao apelo das organizações juvenis, da União dos Estudantes e da União do Ensino Secundário" e espera que "as forças políticas, sindicais e associativas empenhadas na defesa da democracia se juntem".


O Eliseu anunciou no final da tarde de segunda-feira que, após o fim das consultas políticas com os líderes dos principais partidos parlamentares, Macron não nomearia Lucie Castets e retomaria hoje as reuniões com os partidos.


No entanto, fontes do Eliseu deixaram claro que nem a LFI nem o partido de extrema-direita de Marine Le Pen, União Nacional (RN, sigla em francês), e os seus aliados - considerados fora do campo republicano - seriam convidados para a nova ronda de consultas.


Um dos principais aliados de Macron, o líder do partido centrista MoDem, François Bayrou, garantiu que a situação atual do país "não é de um impasse total".


François Bayrou justificou a recusa de Macron em nomear um primeiro-ministro de esquerda com o facto de, segundo o campo presidencial, o programa da coligação NFP ser, na realidade, o programa da LFI.

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