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Falta de nuvens pode ter transformado Terra em sauna na era dos dinos

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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Sol forte e poucas nuvens no decorrer do período: eis uma previsão do tempo que não ficaria fora de lugar nos boletins da TV do Cretáceo, há 100 milhões de anos. As moças do tempo não existiam na era dos dinossauros, mas uma dupla de cientistas nos Estados Unidos mostrou que a diminuição da cobertura de nuvens pode ter sido a responsável pelo intenso calor típico dessa fase da história da Terra.

Lee Kump e David Pollard, pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia, publicam os resultados de seu estudo sobre o tema na edição desta semana da revista especializada americana "Science". Os dois usaram simulações envolvendo a formação de nuvens para tentar explicar por que o Cretáceo foi tão quente. Para se ter uma idéia, nenhuma região do planeta estava coberta com geleiras na época, nem mesmo o pólo Norte, e acredita-se que as temperaturas médias do oceano eram cerca de 15 graus Celsius superiores às actuais.

"As mudanças na cobertura de nuvens seriam sutis, difíceis de notar para o observador - se houvesse um, é claro, já que os humanos ainda não existiam. Estamos falando de uma redução pequena, mas essas diferenças teriam consequências enormes para a temperatura média anual", explicou Lee Kump ao G1. Para ser mais exacto, as condições do Cretáceo teriam reduzido a cobertura global de nuvens de 64% para 55%.

Céu de brigadeiro? - O problema que Kump e Pollard precisam explicar é a aparente "falta" de gás carbónico na atmosfera do Cretáceo - a julgar pelo que se preservou da substância em rochas do período - perto do calor registado então. Hoje, como sabemos, o excesso de gás carbónico, produzido pela queima de combustíveis fósseis, é a principal causa do aquecimento global. Mas teriam sido necessárias quantidades cavalares do composto para que o calor do Cretáceo acontecesse só por isso - quantidades que, conforme dito acima, não estão registadas nas rochas.

A dupla americana propõe que a solução desse aparente paradoxo é uma interacção entre um aumento do gás carbónico - que realmente ocorreu - e a formação de nuvens. Basicamente, o que acontece é que uma Terra mais quente diminui a produtividade dos ecossistemas: as plantas terrestres e os microrganismos marinhos se multiplicam menos. E são justamente esses organismos os principais responsáveis pela produção de núcleos de condensação de nuvens (NCN, para encurtar).

Ora, a presença de poucos NCNs na atmosfera faria com que as nuvens mudassem suas características principais: elas passariam a ficar cheias de grandes gotas de chuva, que reflectem menos a energia solar para o espaço. Pelo contrário: as nuvens desse tipo absorveriam mais a luz do Sol, esquentando ainda mais a Terra. Se é isso o que realmente aconteceu no Cretáceo, só mais estudos poderão dizer.


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