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Se está a adiar a gravidez para daqui a uns anos, saiba que as suas hipóteses de conceber serão menores. E nem sempre a medicina consegue dar a volta ao nosso relógio.
Hoje é comum adiar a maternidade. Quase nunca o momento presente parece o ideal. Não damos importância ao relógio biológico, sem imaginar que «mais tarde» pode ser demasiado tarde.
Há factores que condicionam a fertilidade nas mulheres, por isso é possível fazer um cálculo aproximado dos anos férteis que temos pela frente. Considere a sua idade, a sua saúde, o facto de ser ou não fumadora, o seu estilo se vida, a sua alimentação e poderá prever se ainda tem muitos anos férteis pela frente.
A idade
A idade é o factor que mais condiociona a fertilidade nas mulheres. E não há como fugir-lhe. O facto de haver hoje muito mais pessoas com dificuldade em engravidar tem a ver com facto de começarem a tentar muito mais tarde do que era comum há algumas décadas.
Aos trinta anos, ou trinta e poucos, a qualidade e quantidade de óvulos começa a diminuir. Esse já é um dado consensual. Apesar de ser um processo lento e gradual, convém ter em mente que não teremos as mesmas hipóteses de engravidar aos 37 que tínhamos aos 30. A partir dos 35 anos, o declínio da fertilidade torna-se mais rápido. Um indicador deste declínio é o ciclo menstrual ter tendência a ficar mais curto.
Estima-se que aos 35 anos, 75 por cento das mulheres possam engravidar sem qualquer intervenção médica. Aos quarenta essa percentagem desce para 50. E aos 45, apenas 10 por cento das mulheres engravida naturalmente. Acontece que o impacto da idade se faz sentir também no sucesso das técnicas de reprodução medicamente assistida. Por isso, não pense que terá sempre essa solução, seja qual for a sua idade.
O factor idade influencia não só a concepção, mas está também associado a outras situações que impedem levar a bom termo o projecto de ter um filho: o risco de aborto espontâneo, por exemplo, aumenta a partir dos 40 (aos 42 anos acontece em mais de metade das gravidezes), até porque o risco de alterações genéticas torna-se também maior com a idade. Mas também o risco de surgirem doenças que afectem o sistema reprodutor e o risco de gravidez ectópica (quando o óvulo fecundado se implanta na trompa, antes de chegar ao útero),
Quando se pode falar em infertilidade? Quando um casal está há mais de um ano sem conceber, tendo relações sexuais sem qualquer protecção. A partir daí, devem procurar ajuda médica. No entanto, no caso de mulheres com mais de 35 anos, não pode perder-se tempo. Por isso, alguns médicos aconselham a que nesta faixa se consulte um especialista, passados seis meses de ter começado a tentar engravidar.
O tabaco e o álcool
É um factor de peso na fertilidade. Por isso, se fuma e está a adiar o seu projecto de ser mãe, repense as suas opções. Quanto mais se fuma, menos hipóteses se tem de conceber. Isto porque a nicotina afecta a quantidade de óvulos e a sua qualidade, mas também faz com que a menopausa surja mais cedo, o que dá menos tempo de vida fértil.
Deixar de fumar permite recuperar muito do potencial de fertilidade que existia antes. É claro que tal não acontece de um dia para o outro. São precisos vários meses para que o organismo se liberte das toxinas acumuladas.
Apesar de não tão nocivo, o álcool também afecta a fertilidade. Mesmo quantidades reduzidas, se consumidas de forma regular, reduzem as suas hipóteses de engravidar. Além disso, quem pensa engravidar não sabe de imediato quando a concepção acontece e, ao ingerir álcool, pode estara prejudicar o desenvolvimento do embrião.
Saúde e qualidade de vida
A alimentação e o estilo de vida também condicionam a fertilidade. Uma dieta variada e saudável permitem manter o organismo em equilíbrio a todos os níeveis, o que potencia as hipóteses de conceber. O excesso de peso, bem como um peso muito baixo também fazem diminuir as hipóteses de conceber.
Mas uma dieta muito restritiva para perder peso também não é aconselhável. Se tem peso a mais e está a tentar engravidar aconselhe-se com o seu médico sobre a dieta ideal.
Se tem uma doença crónica, também pode ver reduzida a sua fertilidade, muitas vezes devido aos medicamentos que tem de tomar: esteróides para a asma ou artrite reumatóide; metoclopramida para distúrbios na motilidade gatro-intestinal; ou fenotiazinas para tratamento de ansiedade e outras perturbações do foro mental.
«Podia ter ganho tempo se tivesse decidido mais cedo»
Ana Catarino começou a tentar engravidar quando tinha 31 anos. Até aí, foi adiando a vontade de ter um filho por não se sentir preparada e por achar ainda tinha muito tempo.
«Nunca pensei que pudesse ter algum problema, que fosse ter dificuldade em engravidar», conta. A verdade é que após um ano e meio sem usarem qualquer contraceptivo, Ana e o marido decidiram consultar um médico. «Depois de alguns exames disseram-me que tinha o nível de uma hormona, a prolactina, muito elevado e que isso impedia ou dificultava a ovulação».
Iniciou então tratamentos que levariam a uma regulação hormonal e à estimulação da ovulação, após o que foram feitas duas inseminações artificiaiis. Sem resultado. «Foi então descoberto mais um problema: o muco vaginal era muito agressivo para os espermatozóides», conta Ana. O passo seguinte seria a Fertilização in Vitro (FIV).
Foi feita em Outubro do ano passado. Hoje, prestes a fazer 35 anos, Ana está à espera de um bebé que se espera nasça em Julho. Mas o aborto espontâneo já esteve muito perto. Dois descolamentos de placenta levaram-na a estar várias semanas internada e mais umas quantas de repouso absoluto em casa.
«Hoje penso que se tivesse decidido ser mãe mais cedo, poderia ter ganho tempo. Não sei se teria sido fácil engravidar, pois os médicos não sabem se os meus problemas já existiam. Mas pelo menos teria ganho tempo, sobretudo tendo em conta de gostava de ter mais do que um filho», afirma.
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