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Uma exposição aberta hoje, em São Paulo, apresenta 110 obras, entre pinturas, gravuras, desenhos e colagens, da artista portuguesa Paula Rego.
A mostra, promovida pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, um dos mais importantes espaços da maior cidade brasileira, traz todas as fases importantes do desenvolvimento da artista, em ordem cronológica, em sete diferentes galerias.
«Paula produziu de maneira consistente uma obra que se comunica de forma poderosa e direta com todos os que possuem um sentido de compaixão e justiça social», afirmou o comissário da exposição.
Marco Livingstone salientou que, ao mostrar as pinturas, os desenhos e as gravuras, «a retrospectiva chama a atenção para as correlações dos trabalhos nessas várias técnicas e sua igual importância dentro da sua obra».
«A plena intensidade da visão da artista, os temas que repetidamente a atraem e os processos pelos quais ela dá forma às narrativas visuais que alimentam a sua imaginação são trazidos à tona», disse Livingstone.
O início da mostra, que ficará patente ao público até 5 de Junho, remete à década de 1950, quando Paula Rego era uma jovem estudante de arte, na Slade School of Fine Art, em Londres, entre 1952 e 1956.
As primeiras salas da mostra exibem obras como Celebration (The Birthday Party), 1953, Life Painting, 1954, e Order Has Been Established, 1961.
A mostra apresenta as grandes pinturas em acrílico, feitas entre 1987 e 1988, como The Policeman s Daughter, The Maids, The Family e The Cadet and His Sister.
Nos anos 1990, Paula Rego começou a trabalhar com pastel, criando imagens em grande formato (120 x 160 cm) a partir de modelos humanos.
A exposição inclui igualmente a série Abortion (1997), produzida com a intenção de chamar a atenção das autoridades portuguesas para a questão do aborto.
No mesmo período, a literatura serviu de inspiração para a artista, que criou trabalhos como The Company of Women e Angel, a partir do romance O crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz.
A exposição termina com trabalhos realizados nos anos 2000, fase em que Paula Rego retratou a sua história pessoal, como em Misericórdia I, que mostra a morte da mãe da artista.
Nas obras The Pillowman (2004) e The Fisherman (2005), Paula Rego combina motivos literários com recordações das roupas vestidas pelo seu pai.
Já em Human Cargo (2007-2008) e na série Female Circumcision (2009), a artista mostra o tráfico de seres humanos e a mutilação genital feminina.
Sol/Lusa