• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Eunice Muñoz - Os oitenta anos da rainha dos palcos portugueses

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Os oitenta anos da rainha dos palcos portugueses

274801.jpg


Aniversário. A actriz portuguesa celebra hoje os 80 anos. Ao longo de uma vasta carreira em palco, que começou logo aos cinco anos, tornou-se numa das mais célebres e reconhecidas figuras do teatro em Portugal. Amanhã estará na Cinemateca no encerramento de um ciclo de cinema

Poucas actrizes conquistaram o seu estatuto

Eunice Muñoz tinha apenas cinco anos quando subiu ao palco pela primeira vez. Na altura fazia pequenos números musicais, no teatro desmontável Mimi Muñoz, com o nome da sua mãe, também ela actriz. Sendo filha (e neta) de artistas, o mundo do espectáculo sempre esteve próximo da sua vivência. Hoje comemora o 80º aniversário.

Estreou-se no Teatro Nacional D. Maria II com apenas 13 anos, corria o ano de 1941. Na altura participava na peça Vendaval, de Virgínia Vitorino, e produzida pela companhia de Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro. Foi por volta dessa época que o seu talento foi logo reconhecido e admirado por diversos outros actores, incluindo a própria Amélia Rey Colaço. Matriculou-se na secção de teatro do Conservatório Nacional de Lisboa, com apenas 14 anos. E encontrou aí o seu caminho.

Enquanto estudava nesta escola lisboeta, continuou a participar em diversas produções, ao lado de alguns dos mais célebres actores de então, experimentando géneros tão diversos como a comédia, a opereta, o drama ou até o teatro de revista. Além dos palcos, também se celebrizou em meios tão diferentes como o cinema, a rádio e, mais tarde, a televisão.

Esta polivalência, bem como o talento inato da intérprete, nascida na localidade alentejana de Amareleja em 1928, contribuíram para o estatuto que conquistou ao longo dos anos. Apesar de já ter dado corpo a algumas das mais importantes personagens femininas do teatro ocidental, como a Zerlinda, de Hermann Broch, ou o Mãe Coragem, de Bertolt Brecht, Eunice Muñoz foi conquistando um público ainda mais vasto através de diversas participações em produções televisivas.

O mais célebre dos seus papéis para televisão será certamente o de Dona Benta, a protagonista da série A Banqueira do Povo, transmitida pela RTP, em 1993. Desde então passou a ser uma presença regular no pequeno ecrã, contracenando com uma nova geração de actores em várias telenovelas.

No cinema, por outro lado, estreou-se em 1946, quando se destacou no elenco do filme Camões, de Leitão de Barros. Ao longo dos anos participou em diversos outros filmes, trabalhando com realizadores como João Botelho, Fernando Lopes ou Henrique Campos.

E se é verdade que a nível profissional, o sucesso da actriz é evidente, também não se pode ignorar a vivência pessoal de uma mulher, casada três vezes, e que conseguiu erguer uma vasta obra, enquanto criava os seus seis filhos. E, mais tarde, os oito netos e, já, três bisnetos.

O legado da actriz não será também esquecido, até porque já deu nome a uma sala de espectáculos em Oeiras, o Auditório Municipal Eunice Muñoz, onde se estreou em 2006, representando a peça Miss Daisy, da autoria de Celso Cleto.

Não sobe porém aos palcos desde 2007. Na altura, contracenou com o Diogo Infante em A dúvida, uma peça da autoria do dramaturgo John Patrick Shanley.

Recentemente, em entrevista à revista Única, revelou irregularidades no processo da sua reforma (e a de outros actores). E acrescentou que o caso, através da intervenção de pessoas amigas suas, está já na Presidência da República. Nas suas palavras fica clara uma mágoa na relação com um país que serviu toda uma vida.


DN
 
Topo