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Hoje em dia, os avanços tecnológicos no campo do diagnóstico pré-natal e perinatal permitem detectar muitas alterações genéticas
Uma das perguntas mais frequentes durante os controlos pré-natais e depois do nascimento é se "está tudo bem", ou seja, se o bebé está saudável, o que de alguma maneira expressa a natural angústia dos papás.
E esta preocupação obedece basicamente a que a frequência de apresentação de alguns defeitos não é nada de ignorar: dois a três em cada cem bebés têm algum tipo de defeito corporal ou funcional ao nascer, e inclusive quatro a cinco bebés apresentam alguma alteração menor.
As causas destes transtornos podem ser desconhecidas, mas muitas vezes apenas com a elaboração da história clínica e analisando os antecedentes familiares, é possível detectar algumas doenças hereditárias e investigá-las mediante métodos de diagnóstico específicos. Em alguns grupos étnicos, a frequência de certas complicações é decididamente alta.
Tal é o caso dos judeus Ashkenazi, que têm um risco maior de padecer da doença de Tay Sachs, das populações mediterrâneas com respeito à talasémia maior, ou da raça negra e a sua tendência para sofrer anemia das células falciformes. Mas, outras vezes, as alterações podem dever-se à exposição do feto a certas toxinas ambientais, ou então a agentes virais ou parasitários.
Porque se produzem os transtornos genéticos
A união de um óvulo com um espermatozóide forma uma nova célula composta por 46 cromossomas (em 23 pares) que contêm, por sua vez, milhares de genes. Se durante o emparelhamento dos genes surge uma dificuldade, o bebé nascerá com algum defeito estrutural ou funcional.
São três os motivos pelos quais se pode produzir uma alteração genética e, portanto, um defeito ao nascer: 1-Tanto a mamã como o papá podem ser portadores de um gene defeituoso sem o saber.
Este gene pode ser dominante, recessivo, ou estar ligado ao cromossoma X, e se já houve outros casos na família, as possibilidades de que venha a expressar-se são consideravelmente maiores.
Por isso, tente averiguar os antecedentes de saúde dos seus antepassados. 2-Os cromossomas podem apresentar algum aspecto anormal, ou ter material genético a mais ou a menos. 3-A combinação de factores genéticos e ambientais pode dar lugar ao que se denomina de defeitos de causa multifactorial.
Dominante ou recessivo?
Se um dos pais tem um gene defeituoso de tipo dominante, existe 50 por cento de probabilidades de que esta alteração seja transmitida ao seu filho.
Um exemplo deste tipo de complicações é a Corea de Huntington, um transtorno genético do tipo dominante que produz uma lenta degeneração do sistema nervoso na etapa adulta.
As alterações genéticas de tipo recessivo aparecem quando ambos os pais transmitem o mesmo gene recessivo defeituoso. Neste caso, só um em cada quatro filhos (25 por cento) tem a possibilidade de adquirir esse defeito.
Um dos transtornos recessivos mais frequentes é a fibrose quística, uma doença que afecta os pulmões e algumas glândulas do organismo.
continua