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Estudo: «acesso negado» a trinta milhões de deficientes visuais
É necessário eliminar barreiras, através de legislação e implementação de normas e tecnologias existentes
Trinta milhões de deficientes visuais europeus continuam a enfrentar «barreiras injustas» no acesso a atividades básicas e serviços, revela um estudo da União Europeia de Cegos, que apela às instituições europeias para «pôr fim à discriminação» contra estas pessoas.
Estas barreiras podem ser encontradas em caixas de multibanco, máquinas de bilhetes, «websites», aplicações, televisores e outros bens de consumo, como micro-ondas ou máquinas de lavar roupa, especifica o relatório com o título «Acesso negado», hoje divulgado na ação de sensibilização «Encontro às escuras», que decorre até quarta-feira, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Segundo o relatório, 30 milhões de europeus com deficiência visual continuam «a enfrentar barreiras injustas e desnecessárias no acesso a atividades básicas, serviços e informações, nomeadamente, ‘online’».
«Mesmo as instituições da União Europeia regularmente falham na disponibilização de informação acessível a pessoas com deficiência visual», observa o documento.
Os «websites» da Comissão Europeia e do Conselho Europeu foram analisados no estudo e classificados, respetivamente, como «muito aquém» e «extremamente inacessível».
Perante os resultados deste estudo, a União Europeia de Cegos pediu hoje às instituições europeias que desenvolvam uma «ação urgente a nível legislativo, para pôr fim à discriminação contra as pessoas com deficiência visual e colocar as suas casas em ordem».
«É tempo de a União Europeia acabar com esta discriminação e pôr a sua casa em ordem», defendeu o presidente da União Europeia de Cegos, Wolfgang Angerman, num comunicado divulgado esta terça-feira.
Na ação de sensibilização «encontro às escuras», apoiada pela eurodeputada Catherine Stihler, em parceria com a eurodeputada Rosa Estaras, são promovidas atividades que visam demonstrar aos deputados os obstáculos que os deficientes visuais enfrentam no dia-a-dia.
Esta iniciativa, organizada pelos membros da União Europeia de Cegos, entre os quais a ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, pretende também demonstrar o papel da União Europeia na eliminação destas barreiras, através de legislação e implementação de normas e tecnologias existentes.
A União Europeia de Cegos pede a todos os eurodeputados, «muitos dos quais já manifestaram o seu apoio», a defenderem «uma legislação forte o suficiente para acabar com a exclusão social das pessoas com deficiência visual».
Em janeiro de 2011, a Comissão prometeu uma «Lei Europeia da Acessibilidade» para remover barreiras no acesso a informações, usufruto de bens e serviços e a viajar, disse Wolfgang Angerman.
«Mas ainda estamos à espera. É tempo de a União Europeia deixar de ignorar as pessoas cegas», defendeu o responsável.
in tvi24