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O rei de Espanha anunciou, no domingo, que renuncia a qualquer futura herança a que tenha direito do pai, o rei emérito João Carlos, depois de terem sido reveladas supostas irregularidades financeiras envolvendo o ex-monarca.
A Casa Real espanhola publicou um comunicado em que informa que, além de renunciar à herança, Felipe VI também retira a Juan Carlos as ajudas de custo anuais que este recebia.
A decisão foi tomada na sequência de várias notícias publicadas este fim de semana a darem conta de que Felipe VI é o beneficiário de uma empresa "offshore" criada por Juan Carlos quando ainda era soberano, através de uma doação de 65 milhões de euros da Arábia Saudita. O Ministério Público suíço estaria a investigar o envolvimento de Juan Carlos na intermediação em vários negócios, entre os quais um contrato ganho por um consórcio espanhol para construir a ligação de comboio de alta velocidade que liga Meca a Medina, na Arábia Saudita. Felipe VI, de 52 anos, nega qualquer conhecimento ou envolvimento neste caso.
Perante as notícias, a Casa Real recorda as palavras de Felipe VI no seu discurso de proclamação de 19 de junho de 2014, quando afirmou que a Coroa devia zelar pela dignidade da instituição, preservar o seu prestígio e observar uma conduta correta, honesta e transparente, como convém à sua função institucional e responsabilidade social.
Na semana passada, a mesa do Parlamento espanhol rejeitou os pedidos de criação de uma comissão de inquérito para investigar se o rei emérito espanhol, Juan Carlos, recebeu as comissões de que é suspeito, por parte da Arábia Saudita.
As propostas de abertura da investigação foram feitas pela formação de extrema-esquerda Unidas Podemos, que está coligado no Governo minoritário com o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), e por outros partidos regionais mais pequenos, incluindo dois independentistas catalães. O PSOE juntou-se aos partidos da oposição de direita, PP (Partido Popular) e Vox (extrema-direita) para votar contra as propostas, depois de os serviços de apoio jurídico do parlamento terem considerado que tal investigação era inconstitucional.
Juan Carlos, de 82 anos, tornou-se rei em novembro de 1975 e foi o chefe de Estado espanhol até à sua abdicação, a favor do filho, em junho de 2014.
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