Luz Divina
GF Ouro
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É importante que qualquer grávida seja acompanhada por um clínico desde que tenha a confirmação da gravidez
Mesmo quando tudo parece correr bem, por vezes, a Mãe Natureza pode pregar algumas partidas e cometer alguns erros inexplicáveis.
Uma gravidez molar é habitualmente indetectável no início e se a mulher não for acompanhada convenientemente, pode avançar com a gravidez sem saber o que está a acontecer ou pensar que teve um aborto espontâneo sem que o mesmo tenha ocorrido.
A mola hidatiforme
Como já temos explicado, após a fertilização do óvulo, desenvolvem-se novas células que vão formar a placenta e o feto. Contudo, em alguns casos, o tecido que deveria formar a placenta, cresce de forma anómala, formando um tumor que pode expandir-se para fora do útero.
No que respeita ao tecido fetal, este pode também desenvolver-se de forma anormal e incompleta – mola parcial – ou não se formando sequer tecido fetal, desenvolvendo-se apenas o tecido da mola.
Contudo, a maior percentagem das gravidezes molares encontram-se confinadas ao útero – mola hidatiforme. Esta mola caracteriza-se por ter a aparência de um cacho de uvas por ser formada por vilosidades e tecido cheio de líquido (como se fossem bagos de uva).
Em alguns casos – raros – um feto pode desenvolver-se em simultâneo com uma mola mas, quando isto acontece, o feto apresenta malformações e regra geral o feto não consegue sobreviver. Os sintomas mais comuns nas molas hidatiformes são os sintomas habituais da gravidez, muito embora mais exagerados.
Neste tipo de gravidez são ainda a considerar os sintomas semelhantes aos de um aborto, caracterizando-se por uma hemorragia vaginal entre as semanas 6ª e 16ª. Muito embora as pequenas hemorragias possam acontecer durante uma gravidez normal, é importante que a mulher comunique ao médico, se tiver qualquer tipo de hemorragia, mesmo que esta lhe pareça insignificante.
São ainda de referenciar alguns sintomas habituais numa gravidez molar:
- Durante o primeiro trimestre, um aumento exagerado do útero, apresentando o abdómen demasiado grande para o tempo de gestação.
- Corrimento vaginal ou cólicas pélvicas.
- Vómitos excessivos.
Muito embora estes sintomas também possam ser comuns numa gravidez normal, é aconselhável que a mulher fale sempre com o seu médico sobre o excesso de sintomas.
Confirmação clínica
A confirmação dos sintomas acima descritos pode levar o especialista a suspeitar da doença. Todavia observará ainda os níveis de gonadotrofina coriónica humana (beta-HCG), que muito embora não seja um elemento totalmente esclarecedor, pois algumas gravidezes molares não apresentam níveis elevados enquanto que – embora raramente – uma gravidez normal pode apresentar um valor elevado.
Para confirmar ou descartar a hipótese de uma mola, o clínico mandará realizar uma ecografia pélvica e alguns exames adicionais – RX, TAC, RMN – e algumas análises de sangue.
Após a confirmação o tumor é removido.
“Em geral, o próprio organismo feminino, detecta o erro e descarta-se não permitindo que a gravidez prossiga”
Gravidez anembrionária
Esta gravidez, também conhecida como "ovo cego" pode acontecer quando o óvulo fertilizado se une à parede uterina, formando-se o saco gestacional, mas não acontecendo o desenvolvimento do embrião.
Em geral, a mulher julga que tem uma gravidez normal e apenas quando realiza uma ecografia, o médico verifica que o saco gestacional se encontra vazio. Sabe-se que cerca de cinquenta por cento dos abortos espontâneos durante as primeiras semanas da gravidez, se devem a este erro genético.
Em geral, o próprio organismo feminino, detecta o erro e descarta-se não permitindo que a gravidez prossiga.
Na maioria dos casos, a mulher pode ter feito o teste da gravidez e este ter tido um resultado positivo, e a mulher ter os sintomas de uma gravidez normal e bem sucedida.
Quando não ocorre um aborto espontâneo e a gravidez anembrionária é apenas detectada através de exames clínicos, a mulher acaba por ter de ser sujeita a uma curetagem para eliminar os tecidos e garantir a limpeza total do útero.
Os riscos
Muito embora qualquer gravidez possa estar sujeita a estes erros/riscos, percentualmente acontecem mais nas gravidezes precoces ou nas gravidezes tardias.
Contudo, a consulta pré-concepcional e o acompanhamento pré-natal podem ser decisivos na saúde da mulher. Quando estas situações acontecem, é importante que a mulher realize todos os exames que o clínico achar aconselhados, bem como qualquer tratamento, sempre que necessários para que a mulher possa ficar saudável e com capacidade para tentar uma nova gravidez saudável e de termo.
É importante, que qualquer mulher que tenha tido uma gravidez molar seja avaliada periodicamente depois de tratada. É possível que a mulher tenha uma gravidez normal, saudável e bem sucedida depois de receber tratamento para uma gravidez molar.
Uma mulher que teve uma gravidez embrionária, pode voltar a ficar grávida porque este tipo de gravidez, em geral, não se repete
Fonte:sapo