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Era uma vez uma barriga

Luana

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Quando se tem um bebé na barriga, o mundo passa a girar à volta da cintura. Acontecem coisas inacreditáveis na zona abdominal. Transformações fantásticas. Sentem-se por dentro e vêem-se por fora.

Barriga à vista
Às 10 semanas, o útero será do tamanho de uma laranja grande. Às 12 semanas tem o tamanho de uma toranja grande e às 14 semanas o de um melão pequeno. Estas são as medidas standard do volume de uma barriga grávida. Ter um melão, ainda que pequeno, na barriga dificilmente passará despercebido. Será pelas 14 semanas que a barriga começa a merecer reconhecimento. Na primeira gravidez, demora mais a notar-se (para angústia das mães de primeira viagem, que desejam ver a barriga crescer). Nas seguintes, torna-se quase impossível adiar o anúncio da boa nova, porque a novidade salta à vista.

Alterações no guarda-roupa só costumam ser necessárias a meio do segundo trimestre (entre as 16 e as 20 semanas). Até lá, a não ser que se seja adepta ferrenha das skinny jeans, a maior parte da roupa adapta-se bem ao novo corpo.

Dores de barriga
A pele estica. Os músculos esticam. Os ligamentos esticam. Assim, é normal sentir comichão e dores na barriga. Ao longo dos nove meses, a pele poderá esticar entre 77 a 155 centrímetros quadrados. Este estiramento torna a pele seca e desidratada, o que provoca comichão (embora não em todas as mulheres). Os cremes e óleos hidratantes podem aliviar a vontade de coçar. Outra medida prática é usar roupa de algodão, pois ajuda a manter a pele fresca.

As dores abdominais, sentidas por muitas mulheres (outras nem por isso), são também reflexo das enormes mudanças que estão a acontecer nos órgãos pélvicos. Os músculos e os ligamentos que suportam o útero estão a ser esticados, o que pode dar algum mal-estar. Estas dores não devem ser motivo de preocupação, a não ser que sejam acompanhadas por outros sintomas: febre, hemorragia, calafrios, desmaios. Não confundir com as contracções de Braxton Hicks – uma sensação de aperto no útero, que faz a barriga ficar dura durante alguns segundos – que servem para preparar o corpo para as contracções verdadeiras. Costumam surgir depois das 20 semanas de gestação, são indolores – embora incómodas – e aliviam ao mudar de posição. Um bom treino para a hora da verdade.

Uma linha na barriga
Na gravidez tudo muda, até a cor da pele. Infelizmente, o bronze não se espalha por todo o corpo. São apenas algumas partes que escurecem: mamilos, sinais, sardas e aquela linha que percorre verticalmente o centro do abdómen – a línea negra. O aumento de pigmentação deve-se ao estrogénio extra segregado durante a gravidez, que vai estimular os melanócitos (células de pele) a produzirem pigmentos mais escuros. A línea negra já existe antes da gravidez, mas chama-se línea alba (branca). Todas as mulheres a têm, embora não se apercebam da sua existência. Depois do parto, a linha volta a ser branca e nunca mais se repara nela.

Estica barriga, estica
Não há bela sem senão e o senão da gravidez são as estrias. Afectam a maior parte das mulheres, seja na barriga, no peito, nas coxas ou nas ancas. Na primeira gravidez, abarriga passa muitas vezes incólume, mas nas seguintes é quase certo que algumas marcas ficarão na pele.
A pele é esticada, puxada e repuxada à medida que a barriga aumenta de volume e isso acaba por fazer com que o colagéneo se rasgue, deixando um rasto de riscos avermelhados. A quantidade e o tamanho das estrias variam de mulher para mulher. Depende muito da idade e dos genes herdados. À medida que a pele envelhece perde elasticidade, o que favorece o aparecimento das estrias.

Para evitá-las convém estar em forma e tonificada antes da gravidez e procurar que o aumento de peso seja gradual. Os cremes hidratantes podem ajudar a manter a pele macia, hidratada e flexível, reduzindo as marcas do estiramento, mas se a tendência estiver nos genes, dificilmente se evitará por completo. Após o nascimento do bebé, as estrias não desaparecem na totalidade, mas irão ficando mais claras e menos visíveis com o passar do tempo.

Borboletas na barriga
O bebé começa a mexer-se por volta da sétima semana de gravidez, mas os movimentos só são percebidos pela mãe mais tarde. O período normal para sentir os primeiros pontapés é muito variável: entre a 14ª e a 26 ª semana. Com o segundo filho, geralmente, sentem-se os movimentos mais cedo, porque já se sabe o que esperar e porque a musculatura uterina está mais relaxada, o que facilita a percepção de um pontapé. As mulheres mais magras podem sentir o bebé mexer mais cedo do que as obesas.

A sensação costuma ser descrita como uma bola de sabão a rebentar, uma vibração no abdómen, uma onda no estômago, borboletas na barriga. Quando acontece a primeira vez fica-se na dúvida. Depois, torna-se irresistível andar sempre com a mão na barriga à espera de um cumprimento.
Geralmente, quando a mãe está activa, o bebé adormece e não se dá por ele. À noite, quando a mãe quer dormir, ele aproveita o sossego para brincar à vontade. A meio do último trimestre, os movimentos, além de se sentirem, vêem-se perfeitamente. Não será como a famosa cena do Alien, mas é normal a barriga andar de um lado para o outro ou verem-se altos e baixos conforme os pontapés. Há mães que garantem que sentiram o bebé a dar a volta, tal foi a turbulência que lhes passou pela barriga. Outras não dão pela cambalhota. Um momento clássico da gravidez (lá mais para o final) é sentir pequenos espasmos regulares na barriga: são os soluços do bebé. Não há maneira de ajudá-lo, mas não é motivo para preocupação. Os especialistas garantem que para os bebés os soluços não são tão incomodativos como para os adultos.

Barrigas há muitas
Comparar barrigas é um exercício pouco saudável durante a gravidez. Todas as mulheres são diferentes e o mesmo se passa com as barrigas. Maior, mais pequena, alta, baixa, descaída, empinada, redonda, pontiaguda. Não quer dizer absolutamente nada de especial. Tudo depende da posição do bebé e da estrutura física da mãe. Ainda assim, todas as grávidas serão presenteadas com mil comentários de conhecidos e desconhecidos sobre o tamanho e a forma da barriga. Dizer que sim e ignorar é o melhor remédio. O peso da grávida e a altura uterina (medida do osso púbico ao umbigo) são os indicadores que poderão dizer se o bebé está a crescer bem. E isso só o médico poderá avaliar.

Mais umbigo que barriga
Não há parte da barriga que não queira o seu protagonismo e o umbigo não escapa à regra. Lá para o terceiro trimestre, salta cá para fora e parece que vai sair disparado da barriga a qualquer momento. Até se nota através da roupa. É normal. O crescimento do útero faz o abdómen dilatar-se tanto que o umbigo fica virado ao contrário. Também pode doer (devido ao estiramento). Também pode escurecer (devido à hiperpigmentação na gravidez). E também pode ficar quietinho no seu lugar, sem qualquer alteração. É tudo normal.

Recordações de uma barriga
No final da gravidez, principalmente depois das 38 semanas, a barriga começa a pesar, a dificultar os movimentos, a não deixar dormir. A isto, junta-se a ansiedade de querer ver o bebé, de saber como será o parto. «Estou farta de estar grávida», é um desabafo comum por esta altura. Mas uns meses (ou anos) depois é normal sentir saudades da barriga. Por isso, há que gozá-la bem enquanto dura. Dar-lhe muitas festinhas, conversar muito com ela, receber os beijinhos do pai e dos irmãos do bebé. Nos últimos tempos, têm surgido várias formas de ficar com uma recordação da barriga: sessões de fotos especiais para grávidas, barrigas de gesso, pintura de barrigas. Cada mulher encontrará a melhor forma de guardar na memória o corpo transformado em milagre. O mais importante é ter tempo para parar e saborear a barriga em todo o seu esplendor.

 
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