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Carta enviada hoje às autoridades de Berlim
Zahi Hawass, o todo-poderoso director do Conselho Supremo de Antiguidades do Egipto (CSAE), tinha-o anunciado, na semana passada, em entrevista ao PÚBLICO (ver P2 de 19 de Janeiro). Hoje surgiu a confirmação: o Egipto formalizou finalmente, junto das autoridades alemãs, o pedido de devolução do busto da rainha Nefertiti (1370-1330 a.C.), actualmente em exposição no Neues Museum em Berlim, e que foi transportado para a capital alemã em 1913.
As autoridades egípcias fundamentam a sua exigência na argumentação de que a peça, com mais de 3.300 anos, foi retirada ilegalmente do país pelo professor Ludwig Borchardt, do Instituto Imperial Alemão das Ciências Egípcias da Antiguidade, que a tinha descoberto, a 16 de Dezembro de 1912, em escavações realizadas em Tel el Amarna, no sul do Egipto.
Na entrevista ao P2, Zahi Hawass fundamentou a reivindicação para a recuperação do busto por considerar que já em 1912 a sua saída do país fora ilegal. “A peça foi registada [na lista do espólio da escavação] como sendo uma princesa. Ora, tratando-se de um busto em calcário, teria de ser duma rainha, porque as rainhas eram retratadas nesta pedra. Se a tivessem registado devidamente, sabiam que não poderiam levá-la. Por alguma razão Nefertiti esteve dez anos escondida na Alemanha”, disse o responsável pelo CSAE.
Com o conhecimento e a aprovação dos actuais primeiro-ministro e ministro da Cultura egípcios, respectivamente Ahmed Nazif e Farouk Hosni, o CSAE formalizou o pedido de devolução numa carta enviada directamente ao presidente da Fundação do Património Cultural Prussiano em Berlim, Hermann Parzinger; paralelamente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio fará o mesmo pedido junto das Embaixadas de ambos os países.
A exigência da devolução do busto de Nefertiti, segundo o jornal Libération, foi feita pela primeira vez pelo Egipto em 1946, logo após o final da II Guerra Mundial, às autoridades das Forças Aliadas que derrotaram o regime nazi. Estas consideraram, na altura, não terem competência para decidir sobre esta matéria.
Nos últimos anos, o Egipto, pela voz de Zahi Hawass, tem vindo a insistir na intenção de recuperar não apenas Nefertiti mas também outras peças de grande valor e significado que considera terem saído ilegalmente do país ao longo do século XX e pertencerem ao povo egípcio. Nessa lista, segundo o secretário-geral da CSAE disse também ao PÚBLICO, estão a Pedra de Roseta, que permitiu decifrar a escrita hieroglífica egípcia, e o busto de Ramsés II, que actualmente se encontram em museus de Londres; a máscara do príncipe Kanefer, que está na cidade americana de St. Louis; o Zodíaco de Dendera, um baixo-relevo que está no Louvre; e ainda estátuas de dois dos arquitectos das pirâmides, em colecções nos EUA.
Público
Zahi Hawass, o todo-poderoso director do Conselho Supremo de Antiguidades do Egipto (CSAE), tinha-o anunciado, na semana passada, em entrevista ao PÚBLICO (ver P2 de 19 de Janeiro). Hoje surgiu a confirmação: o Egipto formalizou finalmente, junto das autoridades alemãs, o pedido de devolução do busto da rainha Nefertiti (1370-1330 a.C.), actualmente em exposição no Neues Museum em Berlim, e que foi transportado para a capital alemã em 1913.
As autoridades egípcias fundamentam a sua exigência na argumentação de que a peça, com mais de 3.300 anos, foi retirada ilegalmente do país pelo professor Ludwig Borchardt, do Instituto Imperial Alemão das Ciências Egípcias da Antiguidade, que a tinha descoberto, a 16 de Dezembro de 1912, em escavações realizadas em Tel el Amarna, no sul do Egipto.
Na entrevista ao P2, Zahi Hawass fundamentou a reivindicação para a recuperação do busto por considerar que já em 1912 a sua saída do país fora ilegal. “A peça foi registada [na lista do espólio da escavação] como sendo uma princesa. Ora, tratando-se de um busto em calcário, teria de ser duma rainha, porque as rainhas eram retratadas nesta pedra. Se a tivessem registado devidamente, sabiam que não poderiam levá-la. Por alguma razão Nefertiti esteve dez anos escondida na Alemanha”, disse o responsável pelo CSAE.
Com o conhecimento e a aprovação dos actuais primeiro-ministro e ministro da Cultura egípcios, respectivamente Ahmed Nazif e Farouk Hosni, o CSAE formalizou o pedido de devolução numa carta enviada directamente ao presidente da Fundação do Património Cultural Prussiano em Berlim, Hermann Parzinger; paralelamente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio fará o mesmo pedido junto das Embaixadas de ambos os países.
A exigência da devolução do busto de Nefertiti, segundo o jornal Libération, foi feita pela primeira vez pelo Egipto em 1946, logo após o final da II Guerra Mundial, às autoridades das Forças Aliadas que derrotaram o regime nazi. Estas consideraram, na altura, não terem competência para decidir sobre esta matéria.
Nos últimos anos, o Egipto, pela voz de Zahi Hawass, tem vindo a insistir na intenção de recuperar não apenas Nefertiti mas também outras peças de grande valor e significado que considera terem saído ilegalmente do país ao longo do século XX e pertencerem ao povo egípcio. Nessa lista, segundo o secretário-geral da CSAE disse também ao PÚBLICO, estão a Pedra de Roseta, que permitiu decifrar a escrita hieroglífica egípcia, e o busto de Ramsés II, que actualmente se encontram em museus de Londres; a máscara do príncipe Kanefer, que está na cidade americana de St. Louis; o Zodíaco de Dendera, um baixo-relevo que está no Louvre; e ainda estátuas de dois dos arquitectos das pirâmides, em colecções nos EUA.
Público