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Edifícios de Lisboa transformam-se em Arte Urbana

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Out 11, 2006
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Dois edifícios abandonados em Alcântara e outro na Avenida Almirante Reis ganham por estes dias novas cores e desenhos nas fachadas, nesta que é a terceira fase de um projecto de intervenção visual que decorre ao longo de um ano.

Dois artistas norte-americanos, Brad Downey e Momo, e um português, VIHLS, estão a dar cor às paredes de edifícios lisboetas, marcando assim a terceira fase do projecto Crono, que se iniciou em Junho do ano passado.

O artista plástico Alexandre Farto (VHILS), o curador e mentor do festival italiano FAME Ângelo Milano e o designer urbano Pedro Soares Neves decidiram «colocar Lisboa no roteiro das cidades que acolhem este tipo de manifestações» avançando assim com o Crono.

«Partilhamos a perspectiva de que Lisboa tem condições particulares para o desenvolvimento deste projecto, tanto pela sua escala, qualidades arquitectónicas, geográficas e urbanísticas, assim como características meteorológicas e de ambiência propícia ao desenvolvimento do que melhor se faz em termos mundiais no âmbito da prática da Arte Urbana», disse Pedro Soares Neves.

O projecto foi dividido em quatro períodos diferentes, «já que pretende capturar a ambiência das quatro estações do ano, desenvolvendo assim um diálogo com o factor tempo nas suas múltiplas dimensões, enfatizando a efemeridade das criações humanas, e em última análise da nossa própria existência, remetendo-a para uma busca pela qualidade na utilização do nosso tempo qualificado pela Arte».

A primeira fase do Crono - Primavera - decorreu em Junho de 2010 com a intervenção conjunta de Os Gemeos (Brasil), Blu (Itália) e Sam3 (Espanha) num prédio da Avenida Fontes Pereira de Melo, e de vários artistas portugueses na zona das Amoreiras.

O Outono trouxe a Portugal Ericailcane (Itália), Bastardilla (Colômbia) e Lucy (Reino Unido) que, em conjunto com os portugueses Mar e Ram, realizaram intervenções em prédios da Avenida Fontes Pereira de Melo e da Avenida da Liberdade e na Rua de Cascais, em Alcântara.

O Crono surgiu em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e a escolha dos edifícios «foi desenvolvida segundo critérios de adaptabilidade dos artistas, e de impacto urbano segundo uma lógica de acupuntura urbana onde com intervenções localizadas será possível desenvolver impactos a uma vasta escala urbana», explicou Pedro Soares Neves.

O projecto culmina com uma exposição final «que reunirá os registos do processo em forma de imagens (fotografias e vídeos) e de trabalhos dos artistas nacionais e internacionais envolvidos».

Apesar de a quarta e última fase do Crono - Verão - estar prevista para Julho próximo, o final do projecto acontecerá apenas «quando os edifícios forem de facto reabilitados e as respectivas intervenções destruídas no processo, em coerência com o seu carácter efémero».

Lusa/SOL
 
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