• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Dois lados da mesma moeda

Roter.Teufel

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Out 5, 2021
Mensagens
23,919
Gostos Recebidos
974
Dois lados da mesma moeda

basquete-695117.jpg


O basquete é binário. Vitória ou derrota. Não existe empate, vitória moral ou qualquer outra sensação a não ser as descritas acima. Vencedor ou perdedor. Em um segundo, como aconteceu com o Brasil na última quinta-feira contra Porto Rico, ou em 10 minutos, como ocorreu com a Republica Dominicana nesse domingo contra a Argentina. É isso e nada mais.

Vamos à vitória, a glória e, principalmente, ao alívio. O basquete Brasileiro, em especial a Seleção, vive sempre no fio da navalha. Nosso time atual tem o melhor jogador da BasketBall Champions League das Américas em Bruno Caboclo e alguns MVPs de temporada regular e finais do NBB. Junto a eles, temos os nossos europeus, e agora, com Gui Santos e Didi jogando pela liga de desenvolvimento da NBA, temos representantes nas maiores ligas do mundo. É um grupo talentoso? Sim, mas carrega nas costas quase 3 décadas de resultados duros com derrotas que ainda não cicatrizaram. Como esquecer a derrota para a Argentina na Olimpíada do Rio em 2016? Não dá.

O roteiro para a semana era bem mais tranquilo que o esperado. Depois de conseguir dois resultados importantíssimos fora de casa na última janela de classificação em novembro de 2022 sobre os EUA, 94 a 79, e México, 102 a 56, o Brasil só precisava ganhar um dos dois jogos em casa disputados na última quinta e domingo, contra Porto Rico e Estados Unidos, para carimbar sua ida ao Mundial da modalidade deste ano. Curiosidade: o Mundial será disputado em 3 sedes: Japão, Filipinas e Indonésia.

O roteiro ganhou contornos de drama quando o Brasil perdeu o primeiro jogo, contra Porto Rico, por 92 a 90. E no último segundo. A derrota foi doída para os torcedores que assistiam ao jogo. E essa sensação também foi sentida por jogadores e comissão técnica. Ao entrar em quadra neste domingo, o Brasil jogava sua vaga e sua relevância no cenário internacional contra um time norte-americano composto somente por um jogador NBA, Langston Galloway (Ex-Knicks e Pelicans). Como esperado, não foi um bom jogo tecnicamente. Nem de perto. Foi nervoso, tenso e suado até o final. O Brasil alternava momentos de lucidez com boas jogadas de “pick and roll” para seus pivôs Rafael Hettsheimeir, do Flamengo, e Lucas Mariano, do Franca, com jogadas “bisonhas”, fruto do nervosismo.

Para sorte do Brasil, temos dois jogadores que fazem a diferença: o armador Yago e Bruno Caboclo. Os jogadores do Ratiopharm Ulm, da Alemanha, foram os maiores diferenciais técnicos da partida. Caboclo fechou a partida com 26 pontos, e Yago, com 17. Todos os pontos são importantes, mas os de Yago no terceiro período foram fundamentais para manter o Brasil na partida. Isso porque no terceiro período, os Estados Unidos viraram a partida em 50 a 46, e Yago respondeu com 3 cestas, sendo duas bolas de 3, que mantiveram o Brasil no jogo.

O quarto período foi para testar o coração do torcedor. Com os EUA já garantidos com um time franco atirador, o Brasil entrou nos últimos 10 minutos com os nervos em frangalhos. O time parou em 65 pontos desde o momento 09:41 até finalmente marcar um ponto no lance-livre de Leo Mendl, no minuto 04:25. No final, foram 3 rebotes perto da cesta brasileira de arremessos que não caíram, e que começaram a trazer um pouco de tranquilidade para a torcida. Com o placar de 74 a 67 para o Brasil e apenas 2:10 no relógio, era conseguir algumas cestas, trabalhado o relógio, e torcer para acertar a defesa. Deu certo. O Brasil, ao contrário dos últimos tempos, conseguiu manter os nervos no lugar e fechou o jogo por 83 a 76. Classificação garantida para o Mundial e alívio de todos em quadra, no ginásio, e dos milhares de torcedores acompanhando na TV e na internet. O Brasil conseguiu, em quadra, garantir sua participação no campeonato do qual nunca ficou de fora.

Ficar de fora pode marcar uma geração ou mesmo mudar os rumos de projetos vitoriosos. E isso aconteceu com a badalada seleção argentina. Os “hermanos" jogaram completos com estrelas como Gabriel Deck, Facundo Campazzo e Nicolás Laprovittola, e perderam em casa para a República Dominicana por 79 a 75. A derrota foi cruel com os argentinos. A virada dos dominicanos chegou no quarto e último período. No final do terceiro quarto, a Argentina vencia por 10 pontos, 64 a 54, e no derradeiro tempo de jogo tomou absurdos 25 pontos de seu adversário, marcando apenas 11. A derrota eliminou os argentinos, que ficam de fora do mundial. Só lembrando que eles são os atuais vice-campeões da competição.

Dois lados. Dois cenários. Sensações distintas. Enquanto o Brasil respira aliviado em não ficar de fora da “conversa" dos times relevantes do basquete mundial, a Argentina entra o ciclo olímpico de 2024 sob pressão.

Jornal do Brasil
 
Topo