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Diabetes e gravidez
A relação perigosa
Todas as mulheres desejam passar por uma gravidez saudável, segura e sem contratempos.
A fase mais bonita das suas vidas não é uma doença mas sim um estado de graça. No entanto, quando surgem complicações, as futuras mães têm de contribuir para que o período de gestação decorra o mais saudavelmente possível.
Com a ajuda do especialista João Filipe Raposo, damos-lhe a conhecer melhor a diabetes gestacional e aquilo que deverá fazer para que esta doença não lhe traga consequências negativas nem seja prejudicial ao bebé.
Texto: Cláudia Pinto
Revisão científica: João Filipe Raposo, director clínico da APDP
A diabetes, enquanto doença crónica, leva a que os cuidados durante o dia-a-dia, independentemente da faixa etária do paciente, sejam redobrados.
Se estamos perante uma gravidez, a atenção deverá aumentar.
Se uma mulher com diabetes tipo 1 ou 2 decide engravidar, “deverá previamente contactar o médico responsável pelo acompanhamento da sua diabetes, para que toda a gravidez decorra sem problemas”, esclarece João Filipe Raposo, director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. Durante a pré-concepção, “o objectivo é optimizar o controlo metabólico, verificar a existência de outras complicações e fazer as eventuais alterações terapêuticas necessárias de acordo com uma futura gravidez”.
No entanto, qualquer mulher que não tenha diabetes antes de engravidar, pode correr o risco de vir a sofrer de diabetes gestacional. Esta gravidez, tal como a anterior, “também necessita de acompanhamento especializado, quer na parte da gestação propriamente dita, quer no acompanhamento da doença”, reforça o médico. Em qualquer dos casos, o grande objectivo é assegurar a saúde, quer da futura mãe, quer do bebé.
Evitar complicações gestacionais
A gravidez poderá decorrer sem complicações para a grávida ou para o filho se se mantiver um controlo adequado da sua diabetes e dos restantes aspectos da sua gravidez. “Para tal, deverá ter um bom aconselhamento antes da concepção e um bom acesso aos cuidados de saúde especializados nesta área.
Em relação à diabetes, nas grávidas que já tinham diabetes, isto significa que terão de fazer um controlo mais frequente das suas glicemias (mais picadas no dedo), um bom aconselhamento alimentar e de actividade física e ajustes mais frequentes da insulina (obrigando normalmente a mais injecções ou eventualmente à utilização de uma bomba" de insulina)”, caracteriza o director clínico da APDP.
Na diabetes gestacional, “os cuidados são semelhantes mas a utilização da insulina pode não ser obrigatória (depende do controlo da glicemia com a alimentação e actividade física)”.
Cuidados suplementares
As grávidas que sofram de diabetes gestacional devem ser acompanhadas numa “consulta multidisciplinar em maternidade hospitalar. “É frequente que a equipa inclua, além dos médicos, que acompanham a gravidez e a diabetes, os enfermeiros, dietistas ou nutricionistas e por vezes psicólogos”, adianta o director clínico da APDP.
Nesta consulta, além do acompanhamento regular da sua gravidez, fará também o acompanhamento da sua diabetes, com o objectivo de manter o melhor controlo metabólico (ou seja, os níveis de açúcar controlados)”, salienta João Filipe Raposo.
Uma vez que existem muitos aspectos a controlar, são necessárias consultas mais regulares e a realização de análises ao sangue (mais específicas da diabetes) com uma certa periodicidade.
Consequências da diabetes gestacional não controlada
É preciso ter muita atenção a este problema relevante para uma gravidez saudável. Se não o tratar devidamente, “poderá associar-se um peso aumentado do bebé e alguns problemas durante o parto. Saliente-se ainda a maior probabilidade do bebé vir a ter hipoglicemia (baixos níveis de açúcar) após o nascimento. Por isso, são verificados os níveis de açúcar do bebé após o nascimento”.
Se a grávida já sofria de diabetes antes de engravidar, pode desenvolver um risco aumentado do seu bebé nascer com “algum defeito de desenvolvimento se os seus níveis de açúcar no sangue não estiverem controlados no início da gravidez”.
Por outro lado, a mãe com diabetes gestacional “terá uma maior probabilidade de desenvolver complicações relacionadas com a hipertensão. Existe ainda uma maior possibilidade do parto ser por cesariana. Além disso, as mães que desenvolvem diabetes gestacional têm um risco aumentado de vir a ter diabetes tipo 2 no seu futuro pelo que deverão ser alvo de uma vigilância especial para efectuar o seu diagnóstico precoce”, sugere João Filipe Raposo.
Herança genética?
No que respeita à preocupação se o seu filho irá ou não desenvolver diabetes, podemos afirmar que no tipo 2, existe uma história familiar normalmente bem conhecida e “uma probabilidade aumentada de a criança vir a ter a doença no futuro”. Pelo contrário, a herança genética na diabetes tipo 1 é um pouco distinta. João Filipe Raposo salienta que “a probabilidade de uma mãe que tenha diabetes tipo 1 vir a ter uma criança com diabetes tipo 1 é ligeiramente superior do que a de uma mãe sem diabetes mas também é baixa. Esta probabilidade aumenta se ambos os pais tiverem diabetes tipo 1”.
Precisa de ajuda?
A APDP tem desde há vários anos uma consulta de pré-concepção, destinada a optimizar as condições para que, uma futura gravidez em mulheres diabéticas, decorra normalmente. É portanto uma consulta para mulheres já com o diagnóstico de diabetes.
Por outro lado, não é realizado na APDP, o acompanhamento da gravidez das mulheres com diabetes (prévia ou gestacional) já que estas deverão ser acompanhadas nas maternidades da sua área de residência. Para mais informações, visite o site www.apdp.pt
DESTAQUES
A gravidez poderá decorrer sem complicações para a grávida ou para o filho se se mantiver um controlo adequado da sua diabetes e dos restantes aspectos da sua gravidez
As grávidas que sofram de diabetes gestacional devem ser acompanhadas numa consulta multidisciplinar em maternidade hospitalar
Uma vez que existem muitos aspectos a controlar, são necessárias consultas mais regulares e a realização de análises ao sangue (mais específicas da diabetes) com uma certa periodicidade
A APDP tem ao seu dispor uma consulta para mulheres já com o diagnóstico de diabetes
A relação perigosa
Todas as mulheres desejam passar por uma gravidez saudável, segura e sem contratempos.
A fase mais bonita das suas vidas não é uma doença mas sim um estado de graça. No entanto, quando surgem complicações, as futuras mães têm de contribuir para que o período de gestação decorra o mais saudavelmente possível.
Com a ajuda do especialista João Filipe Raposo, damos-lhe a conhecer melhor a diabetes gestacional e aquilo que deverá fazer para que esta doença não lhe traga consequências negativas nem seja prejudicial ao bebé.
Texto: Cláudia Pinto
Revisão científica: João Filipe Raposo, director clínico da APDP
A diabetes, enquanto doença crónica, leva a que os cuidados durante o dia-a-dia, independentemente da faixa etária do paciente, sejam redobrados.
Se estamos perante uma gravidez, a atenção deverá aumentar.
Se uma mulher com diabetes tipo 1 ou 2 decide engravidar, “deverá previamente contactar o médico responsável pelo acompanhamento da sua diabetes, para que toda a gravidez decorra sem problemas”, esclarece João Filipe Raposo, director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. Durante a pré-concepção, “o objectivo é optimizar o controlo metabólico, verificar a existência de outras complicações e fazer as eventuais alterações terapêuticas necessárias de acordo com uma futura gravidez”.
No entanto, qualquer mulher que não tenha diabetes antes de engravidar, pode correr o risco de vir a sofrer de diabetes gestacional. Esta gravidez, tal como a anterior, “também necessita de acompanhamento especializado, quer na parte da gestação propriamente dita, quer no acompanhamento da doença”, reforça o médico. Em qualquer dos casos, o grande objectivo é assegurar a saúde, quer da futura mãe, quer do bebé.
Evitar complicações gestacionais
A gravidez poderá decorrer sem complicações para a grávida ou para o filho se se mantiver um controlo adequado da sua diabetes e dos restantes aspectos da sua gravidez. “Para tal, deverá ter um bom aconselhamento antes da concepção e um bom acesso aos cuidados de saúde especializados nesta área.
Em relação à diabetes, nas grávidas que já tinham diabetes, isto significa que terão de fazer um controlo mais frequente das suas glicemias (mais picadas no dedo), um bom aconselhamento alimentar e de actividade física e ajustes mais frequentes da insulina (obrigando normalmente a mais injecções ou eventualmente à utilização de uma bomba" de insulina)”, caracteriza o director clínico da APDP.
Na diabetes gestacional, “os cuidados são semelhantes mas a utilização da insulina pode não ser obrigatória (depende do controlo da glicemia com a alimentação e actividade física)”.
Cuidados suplementares
As grávidas que sofram de diabetes gestacional devem ser acompanhadas numa “consulta multidisciplinar em maternidade hospitalar. “É frequente que a equipa inclua, além dos médicos, que acompanham a gravidez e a diabetes, os enfermeiros, dietistas ou nutricionistas e por vezes psicólogos”, adianta o director clínico da APDP.
Nesta consulta, além do acompanhamento regular da sua gravidez, fará também o acompanhamento da sua diabetes, com o objectivo de manter o melhor controlo metabólico (ou seja, os níveis de açúcar controlados)”, salienta João Filipe Raposo.
Uma vez que existem muitos aspectos a controlar, são necessárias consultas mais regulares e a realização de análises ao sangue (mais específicas da diabetes) com uma certa periodicidade.
Consequências da diabetes gestacional não controlada
É preciso ter muita atenção a este problema relevante para uma gravidez saudável. Se não o tratar devidamente, “poderá associar-se um peso aumentado do bebé e alguns problemas durante o parto. Saliente-se ainda a maior probabilidade do bebé vir a ter hipoglicemia (baixos níveis de açúcar) após o nascimento. Por isso, são verificados os níveis de açúcar do bebé após o nascimento”.
Se a grávida já sofria de diabetes antes de engravidar, pode desenvolver um risco aumentado do seu bebé nascer com “algum defeito de desenvolvimento se os seus níveis de açúcar no sangue não estiverem controlados no início da gravidez”.
Por outro lado, a mãe com diabetes gestacional “terá uma maior probabilidade de desenvolver complicações relacionadas com a hipertensão. Existe ainda uma maior possibilidade do parto ser por cesariana. Além disso, as mães que desenvolvem diabetes gestacional têm um risco aumentado de vir a ter diabetes tipo 2 no seu futuro pelo que deverão ser alvo de uma vigilância especial para efectuar o seu diagnóstico precoce”, sugere João Filipe Raposo.
Herança genética?
No que respeita à preocupação se o seu filho irá ou não desenvolver diabetes, podemos afirmar que no tipo 2, existe uma história familiar normalmente bem conhecida e “uma probabilidade aumentada de a criança vir a ter a doença no futuro”. Pelo contrário, a herança genética na diabetes tipo 1 é um pouco distinta. João Filipe Raposo salienta que “a probabilidade de uma mãe que tenha diabetes tipo 1 vir a ter uma criança com diabetes tipo 1 é ligeiramente superior do que a de uma mãe sem diabetes mas também é baixa. Esta probabilidade aumenta se ambos os pais tiverem diabetes tipo 1”.
Precisa de ajuda?
A APDP tem desde há vários anos uma consulta de pré-concepção, destinada a optimizar as condições para que, uma futura gravidez em mulheres diabéticas, decorra normalmente. É portanto uma consulta para mulheres já com o diagnóstico de diabetes.
Por outro lado, não é realizado na APDP, o acompanhamento da gravidez das mulheres com diabetes (prévia ou gestacional) já que estas deverão ser acompanhadas nas maternidades da sua área de residência. Para mais informações, visite o site www.apdp.pt
DESTAQUES
A gravidez poderá decorrer sem complicações para a grávida ou para o filho se se mantiver um controlo adequado da sua diabetes e dos restantes aspectos da sua gravidez
As grávidas que sofram de diabetes gestacional devem ser acompanhadas numa consulta multidisciplinar em maternidade hospitalar
Uma vez que existem muitos aspectos a controlar, são necessárias consultas mais regulares e a realização de análises ao sangue (mais específicas da diabetes) com uma certa periodicidade
A APDP tem ao seu dispor uma consulta para mulheres já com o diagnóstico de diabetes