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Deputado Da Cunha alega legítima defesa ao espancar namorada

Roter.Teufel

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Out 5, 2021
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Deputado Da Cunha alega legítima defesa ao espancar namorada

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Parlamentar também destruiu roupas, sapatos e óculos de sol para humilhar a vítima, segundo MPSP, que o acusa de lesão corporal, ameaça e dano à sua mulher

O deputado federal Carlos Alberto da Cunha, conhecido como "Delegado da Cunha", eleito na onda bolsonarista em 2022, alegou, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, que agiu em legítima defesa ao desmaiar no soco a companheira Betina Raísa Grusiecki Marques, de 28 anos, no último dia 15 de outubro, na casa onde moram em Santos, litoral paulista.

Conforme boletim de ocorrência realizado pela nutricionista, Da Cunha teria começado uma discussão após consumir bebida alcoólica no sábado (14) e, em determinado momento, passou a xingá-la de “lixo” e “putinha”, dizendo que ela não “servia para nada”.

Sob efeito do álcool, ele também teria empurrado a cabeça da companheira contra a parede, ao mesmo tempo em que apertava seu pescoço, fazendo ela perder a consciência. Betina conta que, ao acordar, o deputado veio em sua direção para agredi-la e, como resposta, jogou um secador nele.

Em depoimento à polícia de Santos, o parlamentar apostou na versão de ter agido em legítima defesa, uma vez que Betina, além de nutricionista, é “lutadora profissional de muay thai e fisiculturista”.

“Quando retornaram para o apartamento, Betina entrou de modo enfurecido na suíte do casal, e bateu a porta”, diz trecho do depoimento do deputado. Em seguida, ela teria começado a provocá-la, dizendo de forma desafiadora: “Você vai me bater?’.”

Da Cunha ainda disse que tentou conversar, mas a mulher agiu de "forma provocadora" repetindo: “Você vai vir para cima?”.

“Subitamente, Betina começou a empurrá-lo com força para sair e, com o fim de se proteger, esticou o braço na altura do pescoço de Betina, sem apertá-lo”, diz o texto do depoimento à Polícia. “Esta começou a simular que estava desmaiando, e se projetou ao solo”, segue o relato.

O deputado ainda afirmou que o secador atirado pela mulher provocou um corte no supercílio esquerdo e o deixou atordoado. A briga teria terminado quando o filho de Da Cunha afastou o pai da namorada e chamou a polícia militar.

A despeito da narrativa de Da Cunha, a perícia do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Betina sofreu lesões e apontou “escoriação recente do couro cabeludo em região occipital (nuca)”. Já o parlamentar levou dois pontos por causa de um corte na testa, que teria sido provocado pelo secador arremessado por Betina.

Objetos queimados para 'ridicularizar'

Além das agressões, a Justiça paulista recebeu vídeos que mostram o deputado destruindo roupas, calçados e utensílios da esposa. Ele teria juntado os objetos da mulher, jogado água sanitária e os descartado em uma sacola de lixo. Além dos vídeos, a acusação também incluiu nos autos fotos dos pertences de Betina deteriorados.

Ministério Público protocola denúncia

Esse é o motivo pelo qual Da Cunha também foi denunciado por crime de dano qualificado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). O parlamentar responde, ainda, por lesão corporal decorrente da violência doméstica e ameaça.

Na denúncia, o promotor Rogério Pereira da Luz Ferreira, da Promotoria de Justiça de Santos, afirma que Da Cunha “destruiu, deteriorou e danificou os óculos, roupas e calçados da sua companheira”, com “emprego de violência e grave ameaça”.

“Logo após a agressão e a ameaça, ainda tendo a vítima sob sua mercê, intimidada e impossibilitada de resistir, o denunciado destruiu os óculos de sol da vítima. A seguir, ele jogou água sanitária (cloro) sobre roupas e calçados da ofendida”, registrou. Ainda segundo o promotor, os objetos ficaram “impróprios para uso”.

“Ele assim agiu para ridicularizar e menosprezar a vítima, desdenhando de seus pertences pessoais. Ele buscou humilhar a vítima fazendo isso na presença dela”, diz a acusação.

Ao prestar depoimento, o Delegado Da Cunha negou as agressões e afirmou que, “para evitar novos conflitos”, decidiu se mudar definitivamente para a cidade de São Paulo.

O deputado federal também admitiu ter danificado objetos da mulher e declarou que estaria “disposto a ressarcir eventuais danos materiais causados, com relação a artigos de vestuário de Betina”.

Jornal do Brasil
 
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