brunocardoso
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Lisboa, 29 Fev (Lusa) - As novas tecnologias deram mais um passo na conquista de mais autonomia para os deficientes visuais, graças à criação de um pequeno aparelho que permite a tradução quase automática de textos para a linguagem Braille.
Denominado "Top Braille", o pequeno aparelho, apresentado hoje em Lisboa, assemelha-se a um rato de computador, pesa somente 120 gramas e vai permitir a todos os deficientes visuais que no seu dia-a-dia tenham, sem restrições, acesso a todo o tipo de informação escrita, seja no trabalho ou em lazer.
O produto, trazido para Portugal por uma empresa de sistemas em Tecnologias de Informação, "é o primeiro leitor autónomo portátil" em língua portuguesa.
"A pessoa coloca [o aparelho] sobre o papel, com o indicador em cima da célula Braille, faz deslocar o próprio aparelho e [o texto] vai-lhe aparecendo em Braille, por baixo do indicador e a voz portuguesa a indicar o caracter", explicou à Lusa a representante da Ataraxia, a empresa que está a divulgar o produto em Portugal, Inês Beirante.
Com este aparelho é agora mais fácil aos invisuais terem acesso a informação tão "banal" como correio, medicamentos, jornais, etiquetas ou preçários.
"Este aparelho vai dar a possibilidade de trazermos algo no bolso que nos aumenta a autonomia e dá a possibilidade de fazer a leitura de rótulos, de bulas de medicamentos. Também possibilita a leitura de um determinado texto porque estamos sempre sujeitos de em qualquer repartição querermos firmar um contrato, seja ele qual for, e estamos sujeitos àquilo que nos lêem, tendo que confiar na pessoa que nos está a ler", defendeu o presidente da Associa��ão dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
Segundo José Esteves Correia, dentro de poucos meses, este aparelho terá também incorporado a possibilidade de reconhecimento de cores, característica que aumenta ainda mais a possibilidade de todos os cegos viverem o seu dia-a-dia sem estarem sempre dependentes de terceiros.
"O que nos dá a possibilidade de logo de manhã podermos escolher a nossa própria roupa e podermos fazer a combinação das cores sem nos estarmos a vestir ridiculamente com coisas aleatórias", explicou.
Com tantas vantagens, o aparelho tem o grande problema de custar 3.800 euros e de, por isso, não ser facilmente acessível a todas as bolsas, mas contra isso a ACAPO tem já uma solução pensada, uma vez que, como adiantou o presidente da associação, "todos os aparelhos suportados em informática para a deficiência visual são extremamente caros".
José Esteves Correia espera que da parte do Governo haja a sensibilidade para reconhecer a importância do aparelho de modo a que ele seja encarado como "algo que pode aumentar a autonomia e a capacidade de desempenho do cidadão" e candidatar-se a ajudas técnicas.
"É um aparelho novo, mas não tenho dúvidas nenhumas que eles [Governo] vão encarar isto claramente como um aparelho importantíssimo, onde dá logo a possibilidade de o IVA ser a cinco por cento e nos vai dar a possibilidade de nas nossas candidaturas para as ajudas técnicas ser financiado a cem por cento", adiantou.
SV.
Fonte:Lusa/Fim
Denominado "Top Braille", o pequeno aparelho, apresentado hoje em Lisboa, assemelha-se a um rato de computador, pesa somente 120 gramas e vai permitir a todos os deficientes visuais que no seu dia-a-dia tenham, sem restrições, acesso a todo o tipo de informação escrita, seja no trabalho ou em lazer.
O produto, trazido para Portugal por uma empresa de sistemas em Tecnologias de Informação, "é o primeiro leitor autónomo portátil" em língua portuguesa.
"A pessoa coloca [o aparelho] sobre o papel, com o indicador em cima da célula Braille, faz deslocar o próprio aparelho e [o texto] vai-lhe aparecendo em Braille, por baixo do indicador e a voz portuguesa a indicar o caracter", explicou à Lusa a representante da Ataraxia, a empresa que está a divulgar o produto em Portugal, Inês Beirante.
Com este aparelho é agora mais fácil aos invisuais terem acesso a informação tão "banal" como correio, medicamentos, jornais, etiquetas ou preçários.
"Este aparelho vai dar a possibilidade de trazermos algo no bolso que nos aumenta a autonomia e dá a possibilidade de fazer a leitura de rótulos, de bulas de medicamentos. Também possibilita a leitura de um determinado texto porque estamos sempre sujeitos de em qualquer repartição querermos firmar um contrato, seja ele qual for, e estamos sujeitos àquilo que nos lêem, tendo que confiar na pessoa que nos está a ler", defendeu o presidente da Associa��ão dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
Segundo José Esteves Correia, dentro de poucos meses, este aparelho terá também incorporado a possibilidade de reconhecimento de cores, característica que aumenta ainda mais a possibilidade de todos os cegos viverem o seu dia-a-dia sem estarem sempre dependentes de terceiros.
"O que nos dá a possibilidade de logo de manhã podermos escolher a nossa própria roupa e podermos fazer a combinação das cores sem nos estarmos a vestir ridiculamente com coisas aleatórias", explicou.
Com tantas vantagens, o aparelho tem o grande problema de custar 3.800 euros e de, por isso, não ser facilmente acessível a todas as bolsas, mas contra isso a ACAPO tem já uma solução pensada, uma vez que, como adiantou o presidente da associação, "todos os aparelhos suportados em informática para a deficiência visual são extremamente caros".
José Esteves Correia espera que da parte do Governo haja a sensibilidade para reconhecer a importância do aparelho de modo a que ele seja encarado como "algo que pode aumentar a autonomia e a capacidade de desempenho do cidadão" e candidatar-se a ajudas técnicas.
"É um aparelho novo, mas não tenho dúvidas nenhumas que eles [Governo] vão encarar isto claramente como um aparelho importantíssimo, onde dá logo a possibilidade de o IVA ser a cinco por cento e nos vai dar a possibilidade de nas nossas candidaturas para as ajudas técnicas ser financiado a cem por cento", adiantou.
SV.
Fonte:Lusa/Fim