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Deficientes vão «acordar» Vítor Gaspar
Manifestação em frente ao ministério dura todo o dia
Manifestação em frente ao ministério dura todo o dia
O movimento (d)Eficientes Indignados vai esta quinta-feira passar o dia em frente ao Ministério das Finanças, numa tentativa de «acordar» o ministro Vítor Gaspar e explicar-lhe o quão difícil é ser uma pessoa com deficiência em Portugal.
De acordo com a informação do comunicado, o movimento vai começar a sua ação de protesto logo pelas 08:30, para lembrar que as pessoas com deficiência existem e têm direitos, deixando o convite a quem quiser para se juntar a partir das 16:00, na concentração, altura em que o movimento pretende entregar uma mensagem ao ministro.
A manifestação pretende ser bastante ruidosa e, por isso, o movimento sugere que, quem se juntar, leve buzinas, apitos, bombos ou panelas.
«O senhor ministro tem de acordar e perceber que não é possível sobreviver com pensões de 195 euros. Tem de perceber que o Estado não pode descartar nas famílias a sua responsabilidade para com os cidadãos que, pelo facto de terem uma deficiência, não deixam de ser cidadãos, nem deixam de ter direitos que estão consignados na Constituição da República Portuguesa», lê-se no comunicado do movimento que a Lusa cita.
À agência Lusa, um dos membros do movimento explicou que estão em causa várias questões, nomeadamente a atribuição das ajudas técnicas e a reposição dos benefícios fiscais, retirados ainda durante a governação do primeiro-ministro José Sócrates.
«A nossa intenção é sermos ouvidos e entregar um documento no Ministério [das Finanças] com as nossas dificuldades e reivindicações e que este Governo deixe um bocadinho a atitude que tem tido em relação às pessoas com deficiência e perceba que uns, mais do que outros, estão a pagar a crise», disse Manuela Ralha.
A responsável frisou ainda que não querem esmolas e que só querem condições de vida dignas, porque também são contribuintes.
«Os custos acrescidos da deficiência e da pessoa com deficiência que trabalha são muito maiores [do que das pessoas sem deficiência]. Tem de haver uma diferenciação justa», explicou.
Manuela Ralha lembrou que, na anterior manifestação, houve uma reunião com o secretário de Estado da Solidariedade, de onde saiu a decisão de formar uma comissão de acompanhamento das reclamações relativas às ajudas técnicas.
Segundo Manuela Ralha, o secretário de Estado Marco António Costa assumiu, na altura, o compromisso de que não haveria mais nenhum processo indeferido por falta de verba, mas quatro meses depois, o projeto da comissão continua na gaveta, ao mesmo tempo que, assegura, há seis milhões de euros na área da saúde para ajudas técnicas que «ninguém sabe onde andam».
De acordo com Manuela Palha, haverá inclusivamente verbas para apoios técnicos que foram entregues a empresas, embora estas não tenham dado o material às pessoas com deficiência.
Por outro lado, em matéria de benefícios fiscais, Manuela Palha diz entender as restrições impostas pelo memorando da troika, mas lembra que estão a pagar ainda mais a crise, pois não só a taxa de desemprego, entre as pessoas com deficiência, é mais elevada, como a própria pensão de invalidez está sujeita à sobretaxa de 3,5 por cento.
Fonte: TVI 24