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Deficientes «não podem» dar sangue, diz médica

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Set 24, 2006
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Deficientes «não podem» dar sangue, diz médica
Viagem por Lisboa revela falhas nos acessos, mas também nas informações prestadas

Dar sangue, visitar monumentos, comprar um bilhete de metro ou simplesmente apanhar o autocarro certo não é fácil para quem tem uma deficiência, confirmaram esta sexta-feira responsáveis da Ordem dos Enfermeiros e deficientes em pequenos percursos realizados por Lisboa, noticia a Lusa.

Às nove e meia da manhã, cerca de 30 pessoas reuniram-se em frente à Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL) para um «peddy paper» pela capital. Apesar do ar descontraído da equipa composta por enfermeiros e pessoas com deficiência visual e motora, a tarefa era séria: «fazer um levantamento em vários pontos do país das condições de acessibilidade de instituições que prestam serviço ao público».

Em declarações à Lusa, a coordenadora da área de Lisboa da Comissão de Especialidade de Enfermagem de Reabilitação da Ordem dos Enfermeiros, Margarida Oliveira Sousa, disse que «cerca de metade dos espaços públicos já estão adaptados», havendo ainda muito trabalho para fazer.

Não é preciso ter acessos porque aqui não trabalham deficientes

Uma agência bancária que recomendou outra mais abaixo por não estar adaptada a cadeiras de rodas, uma médica do Instituto Português do Sangue que disse que os deficientes não podiam dar sangue e ter de carregar em peso uma cadeira de rodas para conseguir chegar ao Padrão dos Descobrimentos foram os momentos mais «intrigantes» encontrados pelas três equipas que durante toda a manhã testaram em Lisboa os acessos a monumentos, serviços de saúde e educação, transportes públicos mas também de lazer, como um café na Avenida do Brasil.

A enfermeira responsável pela equipa encarregue de avaliar a situação nos serviços de saúde, Maria José Lourenço, ficou em «choque» ao perceber que não havia maneira de as pessoas com deficiência motora acederem àquele serviço, localizado no Parque de Saúde de Lisboa. Ao questionar uma médica do instituto sobre a forma de o poder fazer recebeu de resposta: «não é preciso ter acessos, porque aqui não trabalham pessoas com deficiência e essas pessoas também não podem dar sangue».

Cadeira de rodas vira todo-o-terreno

Perante esta resposta, a enfermeira fez vários contactos para confirmar aquela informação, que lhe parecia «estranha» e descobriu que tal não correspondia à verdade. «Os critérios para dar sangue não passam pela existência ou não de uma deficiência», sublinhou. Mas, naquele serviço, parece que sim.

Além destes casos particulares, a falta de cuidado com a calçada portuguesa, «que obriga a transformar uma cadeira de rodas num todo-o-terreno» voltou a ser fortemente criticada por todas as «equipas».

«Não há passeios nem desníveis, mas também não valia a pena porque o estacionamento é caótico e as limitações das estradas são irregulares, ou seja, as pessoas têm de ir pela estrada, com todos os perigos que isto significa», lamentou João Santos, responsável pela equipa que realizou o «peddy paper» na zona da Cidade Universitária.


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