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Deficiente auditivo fica famoso 'cantando' rap na língua dos sinais

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Deficiente auditivo fica famoso 'cantando' rap na língua dos sinais

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Signmark, 30, nunca ouviu uma nota musical, mas já prepara o 2º disco.
Letras falam sobre discriminação sofrida por aqueles que não podem ouvir.


Divulgação

O finlandês Signmark, 30, faz rap na língua dos sinais. (Foto: Divulgação)Chegar ao sucesso no mundo da música por méritos próprios, sem a ajuda de padrinhos ou de concursos de televisão, é um desafio para qualquer um, ainda mais se a pessoa que sonha com isso é surda de nascença.

Este é o caso de Marko Vuoriheimo, conhecido como Signmark, um finlandês de 30 anos que, apesar de nunca ter ouvido uma só nota musical em toda a sua vida, um dia decidiu cantar rap em seu idioma materno, a língua dos sinais filandesa, tornando-se o primeiro rapper deficiente auditivo da história.

"Um dia, na escola, estava vendo clipes na televisão. Meu professor me pediu que apagasse o quadro e me disse: 'Marko, tudo bem você querer ser cantor, mas é melhor esquecer isso, já que você é surdo'. Com ódio, e não querendo me dar por vencido, decidi que um dia eu também seria um artista", disse Signmark à Agência Efe.

Durante anos, o rapper traduziu músicas de sucesso para a língua dos sinais, com o objetivo de "cantá-las" em festas e reuniões familiares, até que seus amigos o encorajaram a escrever suas próprias letras.

Em 2004, o finlandês criou um grupo de rap junto com dois amigos que com podem escutar: Kim e Heka, que compõem as músicas e cantam em finlandês enquanto Signmark "rapeia" com as mãos ao ritmo das vibrações sonoras.

A gravação do primeiro disco do grupo ("Signmark") dois anos depois, deixou Vuoriheimo e vários amigos sem dinheiro, mas o investimento valeu a pena, já que, pouco depois, o trio começou a ser convidado para performances em países como França, Estados Unidos, Japão e Espanha.

Sucesso inesperado

"O show em Madri em 2007 foi incrível. O público tentava subir no palco para tirar fotos conosco. Queriam até nos tocar", lembra o artista.

O sucesso inesperado encorajou Signmark a abandonar temporariamente seu trabalho como professor da língua dos sinais em uma universidade politécnica de Helsinque para se dedicar totalmente à música e realizar conferências sobre os direitos dos deficientes auditivos.

Atualmente, ele e seu grupo estão dando os últimos retoques nas canções de seu segundo disco, com o qual pretendem conquistar o mercado internacional e atingir todo tipo de público. Para isso, compuseram todas as canções em inglês e na língua dos sinais americana, "a mais universal entre os surdos do mundo", explica Signmark.

Crítica social

Como é comum no mundo do rap, as letras do agora quarteto estão cheias de crítica social. No caso específico do grupo, denunciam os preconceitos e a discriminação sofrida por aqueles que não podem ouvir.

"Com minha música, quero contar como é a vida dos surdos, nossa comunidade e nossa língua; explicar que não nos consideramos deficientes, mas parte de uma minoria lingüística. Isso sem esquecer o clima de festa", diz com um sorriso.

O exemplo de Signmark encorajou jovens surdos de outros países a formarem seus próprios grupos, sobretudo nos EUA, onde surgiram bandas como Helix Boyz e Beethoven's Nightmare.


G1
 
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