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Daniel Barenboim anula digressão ao Médio Oriente

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Daniel Barenboim anula digressão ao Médio Oriente

O maestro Daniel Barenboim e a Orquestra West-Eastern Divan, composta por jovens músicos israelitas e árabes, anularam dois concertos no Médio Oriente devido à situação na Faixa da Gaza, foi hoje anunciado.

Os dois concertos agendados para o Qatar e para o Cairo, no próximo fim-de-semana, foram adiados por razões de segurança, disse Barenboim hoje em conferência de imprensa em Berlim,onde é maestro titular da Staatsoper (Ópera Nacional).

Em substituição da sua deslocação ao Médio Oriente, a Orquestra Divan, sob a batuta de Barenboim, dará um concerto na próxima segunda-feira, na Staatsoper, «apesar das grandes divergências» entre os jovens músicos em torno do conflito israelo-árabe, informou o dirigente.

«Através desta actuação, e precisamente porque há opiniões diferentes na orquestra, queremos sublinhar que não há solução militar possível para o conflito e que só o diálogo pode trazer a paz», referiu Barenboim.

O maestro fez também questão de frisar que a Orquestra Divan «não é um projecto político, e sim um projecto humanista, no espírito da coexistência pacífica, e está muito triste e horrorizada» com a situação na Faixa de Gaza.

«O destino de palestinianos e israelitas está intimamente ligado», disse ainda o maestro israelita, de 66 anos, anunciando que os músicos debaterão na segunda-feira, depois do concerto, a situação em Gaza, mas que ele assumirá apenas a posição de moderador.

Em 2008, por ocasião de um concerto da Orquestra Divan em Ramallah, na Cisjordânia, Barenboim, recebeu a cidadania honorária palestiniana, tornando-se assim a única pessoa a ter estas duas nacionalidades.

Os concertos no Médio Oriente destinavam-se a assinalar o 10.º Aniversário da Orquestra West-Eastern Divan, criada em 1999 por Barenboim e pelo professor de literatura palestiniano Edward Said, falecido em 2003.

A orquestra é formada por 120 músicos israelitas e árabes, e empenha-se a favor da paz com os meios ao dispor da música, contra a ignorância e a intolerância.

Na véspera de dirigir pela primeira vez o Concerto de Ano Novo da Filarmónica de Viena, ma Áustria, Barenboim lamentou os actos de violência de Israel na Faixa de Gaza e condenou o lançamento de mísseis contra Israel pelos activistas do movimento radical islâmico Hamas.

«Compreendo que Israel não possa aceitar os contínuos ataques com mísseis contra os seus cidadãos, mas também temos de interrogar-nos se o governo israelita tem o direito de punir todos os palestinianos pelas acções do Hamas», disse então o maestro na capital austríaca.


Diário Digital / Lusa
 
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