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Fátima: Coxos pedem mais acessibilidades e menos preconceitos
Leiria, 14 Set (Lusa) - Cerca de 500 pessoas participaram hoje no Santuário de Fátima no 5º Encontro Nacional dos Coxos, uma iniciativa que pretendeu chamar a atenção para as dificuldades que diariamente enfrentam os coxos.
O presidente da Associação Nacional dos Coxos (ANC), Augusto Francisco, disse à agência Lusa que "são necessárias melhores acessibilidades", sobretudo em "espaços públicos", como também é necessária uma "mudança ao nível de mentalidades".
"Há pessoas que nos insultam e há quem, sendo coxo, tem dificuldade em aceitar esse facto", contou Augusto Francisco, reformado de 64 anos a quem um acidente rodoviário tornou os passos mais curtos e o andar cambaleante.
Para o dirigente, o reconhecimento oficial do Dia Nacional do Coxo, que a associação comemora a 23 de Março, seria "fundamental" para sensibilizar as pessoas para a situação dos coxos.
"Pedimos por duas vezes ao presidente da Assembleia da República, por duas vezes escrevemos ao primeiro-ministro e estamos à espera até hoje para que o dia 23 de Março seja, oficialmente, o Dia Nacional do Coxo", referiu Augusto Francisco.
Alfredo Cunha, de 61 anos, que se deslocou de Lisboa para participar no encontro, aproveitou a "deixa".
"Se houvesse deputados coxos, o dia já era nosso", afirmou Alfredo Cunha, que aos 14 anos, devido a um acidente de trabalho, passou a coxear.
"Há, certamente, milhares de coxos em Portugal", continuou o presidente da ANC, que fundou a associação há seis anos, em Leiria, e que conta actualmente com 127 sócios.
São poucos, reconheceu Augusto Francisco, que no Santuário de Fátima não perdia a oportunidade sempre que descortinava um coxo de fazer publicidade à associação, na expectativa de angariar novos associados.
"Temos de sensibilizar para a nossa causa", justificou o presidente da ANC, que acrescentou: "Se houvesse mais sócios, mais pessoas preocupadas com a nossa situação e mais apoios, a associação tinha pernas para andar".
Augusto Francisco sublinhou que "ser coxo não é defeito" e assegurou que uma pessoa coxa "tem uma vida normal e faz quase tudo". Palavras corroboradas pelo presidente da assembleia-geral, Rui Santos.
"É certo que temos limitações", reconheceu Rui Santos, de 53 anos, comercial em Coimbra, apontando, como exemplo, a deslocação em terrenos desnivelados.
"Nota-se que não existem entidades que se debrucem sobre os nossos problemas", anotou ainda Rui Santos, situação que, no seu entender, impede "uma melhor resposta aos problemas das acessibilidades".
À questão da mobilidade acresce o "estigma social", frisou o dirigente a quem um acidente de viação tornou o seu andar diferente do da maioria das pessoas, mas poupou-o de uma cadeira de rodas para o resto da vida.
Situação que, por si só, o ajudou a ultrapassar o facto de ser coxo e a procurar a Associação Nacional dos Coxos. É, orgulhosamente, o associado número seis.
O 5º Encontro Nacional dos Coxos terminou com um almoço de confraternização em Fátima.
SYR
Lusa/Fim
Leiria, 14 Set (Lusa) - Cerca de 500 pessoas participaram hoje no Santuário de Fátima no 5º Encontro Nacional dos Coxos, uma iniciativa que pretendeu chamar a atenção para as dificuldades que diariamente enfrentam os coxos.
O presidente da Associação Nacional dos Coxos (ANC), Augusto Francisco, disse à agência Lusa que "são necessárias melhores acessibilidades", sobretudo em "espaços públicos", como também é necessária uma "mudança ao nível de mentalidades".
"Há pessoas que nos insultam e há quem, sendo coxo, tem dificuldade em aceitar esse facto", contou Augusto Francisco, reformado de 64 anos a quem um acidente rodoviário tornou os passos mais curtos e o andar cambaleante.
Para o dirigente, o reconhecimento oficial do Dia Nacional do Coxo, que a associação comemora a 23 de Março, seria "fundamental" para sensibilizar as pessoas para a situação dos coxos.
"Pedimos por duas vezes ao presidente da Assembleia da República, por duas vezes escrevemos ao primeiro-ministro e estamos à espera até hoje para que o dia 23 de Março seja, oficialmente, o Dia Nacional do Coxo", referiu Augusto Francisco.
Alfredo Cunha, de 61 anos, que se deslocou de Lisboa para participar no encontro, aproveitou a "deixa".
"Se houvesse deputados coxos, o dia já era nosso", afirmou Alfredo Cunha, que aos 14 anos, devido a um acidente de trabalho, passou a coxear.
"Há, certamente, milhares de coxos em Portugal", continuou o presidente da ANC, que fundou a associação há seis anos, em Leiria, e que conta actualmente com 127 sócios.
São poucos, reconheceu Augusto Francisco, que no Santuário de Fátima não perdia a oportunidade sempre que descortinava um coxo de fazer publicidade à associação, na expectativa de angariar novos associados.
"Temos de sensibilizar para a nossa causa", justificou o presidente da ANC, que acrescentou: "Se houvesse mais sócios, mais pessoas preocupadas com a nossa situação e mais apoios, a associação tinha pernas para andar".
Augusto Francisco sublinhou que "ser coxo não é defeito" e assegurou que uma pessoa coxa "tem uma vida normal e faz quase tudo". Palavras corroboradas pelo presidente da assembleia-geral, Rui Santos.
"É certo que temos limitações", reconheceu Rui Santos, de 53 anos, comercial em Coimbra, apontando, como exemplo, a deslocação em terrenos desnivelados.
"Nota-se que não existem entidades que se debrucem sobre os nossos problemas", anotou ainda Rui Santos, situação que, no seu entender, impede "uma melhor resposta aos problemas das acessibilidades".
À questão da mobilidade acresce o "estigma social", frisou o dirigente a quem um acidente de viação tornou o seu andar diferente do da maioria das pessoas, mas poupou-o de uma cadeira de rodas para o resto da vida.
Situação que, por si só, o ajudou a ultrapassar o facto de ser coxo e a procurar a Associação Nacional dos Coxos. É, orgulhosamente, o associado número seis.
O 5º Encontro Nacional dos Coxos terminou com um almoço de confraternização em Fátima.
SYR
Lusa/Fim