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Comunicado - Deitar Contas à Vida

B@eta

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Dez 30, 2006
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Enquanto os nossos políticos se acusam mutuamente os portugueses deita contas à vida.
Enquanto os nossos políticos, os do governo e os do maior partido da oposição, que têm constituído alternadamente os governos constitucionais, se acusam mutuamente pela situação desastrosa em que o País se encontra, a esmagadora maioria dos cidadãos portugueses deita contas à vida para conseguir suportar as despesas até ao fim do mês.

Segundo um estudo do economista Eugénio Rosa, baseado em dados da Associação Portuguesa de Bancos, em 2007 a banca portuguesa pagou menos 156 milhões de euros em impostos e taxas do que em 2006, apesar de ter tido lucros superiores em 47 milhões de euros – passou de 2.800 milhões em 2006 para 2.847 milhões em 2007. “Se a banca tivesse pago as taxas legais, ou seja, aquelas que têm de pagar nomeadamente as PME, o Estado teria recebido, em 2006 e 2007, mais 564 milhões de euros de IRC e derrama do que recebeu. Portanto, os elevadíssimos lucros da banca continuam a ser financiados à custa do Orçamento do Estado.”

Enquanto a gasolina e o gasóleo aumentam quase com regularidade quinzenal para o consumidor, e com eles os bens essenciais, a Galp anuncia um lucro indecente, entre Janeiro e Março de 2008, de 175 milhões de euros, mais 23% face ao período homólogo do ano anterior.

Claro que nos dirão que estas situações decorrem das regras do mercado e que quem critica a actuação das empresas é ignorante, como afirmou o Presidente da Galp.

Podem os portugueses ser ignorantes em matéria de economia. Sabem, no entanto, que Portugal é o campeão europeu das desigualdades e campeão europeu da pobreza. Sabem, até porque foi ainda ontem salientado pelo Presidente da República, que é abissal a desproporção entre os rendimentos dos altos dirigentes das empresas e os dos trabalhadores.

Sabem as pessoas com deficiência que a pensão social de invalidez é de 181,91 euros mensais, que os trabalhadores com deficiência viram agravada a sua carga fiscal e que as pessoas com mobilidade reduzida não têm alternativa senão utilizar o transporte próprio. Sabem que assim é porque este Estado incompetente e indiferente, de grupo de estudo em grupo de estudo e de plano em plano, continua a adiar a solução dos problemas. E sabem que estão saturadas deste estado de coisas.

Fonte:Associação Portuguesa de Deficientes
 
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