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Comissão dos Vinhos Verdes garante colaboração "absoluta e interessada" com a PJ

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Questionada sobre se será tomada alguma medida sobre os funcionários detidos, a presidente afastou, para já, essa possibilidade por desconhecer "o teor do processo".

A presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, Dora Simões, garantiu esta quarta-feira a colaboração "absoluta e interessada" com as autoridades após a instituição ter sido alvo de buscas da Polícia Judiciária (PJ), que deteve quatro funcionários.

"Colaboração absoluta a interessada. Temos interesse em que as coisas sejam averiguadas da melhor forma e o mais rapidamente possível", disse esta quarta-feira Dora Simões à Lusa, na sequência da operação Puro Verde da PJ, que levou à detenção de quatro empresários e de quatro funcionários da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), suspeitos de corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos e abuso de poder no setor.

Foram realizadas 21 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo na sede da CVRVV, no Porto, estando em causa "um alegado esquema de conluio entre funcionários da Comissão e empresários do setor vinícola, com vista ao favorecimento destes, designadamente, mediante a omissão dos deveres de fiscalização da origem e trânsito das uvas e seu depósito em adegas e produtores durante a vindima de 2025".

Os detidos são quatro membros da Divisão de Fiscalização e Controlo da CVRVV e quatro empresários do setor de produção e distribuição de vinhos verdes, segundo a PJ, tendo ainda sido constituídos arguidos "17 pessoas singulares e coletivas e apreendidos bens em espécie e numerário".

"Hoje de manhã, quando chegámos à Comissão, tínhamos a Polícia Judiciária na porta e estão a ser feitas buscas na comissão, e alguns elementos que trabalham na comissão foram detidos para averiguações", descreveu Dora Simões à Lusa, que diz ter sido "absolutamente" apanhada de surpresa com a investigação.

Garantindo não ter "conhecimento de nada em particular", Dora Simões assegurou que as autoridades terão "acesso a toda a informação de que necessitam para evoluir no processo".

"Nós próprios também somos parte interessada em perceber o que é que existe, e se existe alguma coisa", vincou, dizendo não ter ainda informações sobre a proveniência geográfica das empresas envolvidas.

Reconhecendo que este "é um momento exigente, difícil no setor do vinho" e que "é natural que possa haver uma situação de suspeição", considerou que é obrigação da CVRVV "colaborar e prestar o melhor serviço para que, no melhor interesse da comissão e da Região dos Vinhos Verdes, se poder fazer essa averiguação".

Questionada sobre se será tomada alguma medida sancionatória sobre os funcionários detidos, Dora Simões afastou, para já, essa possibilidade por desconhecer "o teor do processo".

"Sabemos que tem a ver com a fiscalização, mas de resto não sabemos mais nada. Portanto, estamos a dar acesso a tudo o que nos é pedido para que possam averiguar o que for necessário", concluiu.

A PJ lembra que a comissão de viticultura "tem funções de controlo da produção e comércio e de certificação dos produtos vinícolas com direito a atribuição de DO (Denominação de Origem) e à IG (Indicação Geográfica), bem como a empresas relacionadas com a produção e comercialização de vinhos".

Assim, refere que "é colocado em risco o processo de certificação da qualidade do vinho com DO, que confere e atesta a sua origem, as castas utilizadas, os processos de tratamento da vinha, vinificação e estágios, que caracterizam os vinhos de uma determinada DO e os distinguem dos restantes".

A investigação teve origem numa denúncia anónima e o objetivo dos suspeitos seria "beneficiar certos operadores económicos através da oferta e aceitação de vantagens, tanto em bens como em dinheiro", e "visou detetar e recolher provas sobre o esquema referido, confirmar se houve violação das regras da certificação e impedimento do reforço da fiscalização, vindo as práticas detetadas a mostrar-se complexas e de muito difícil deteção não obstante os esforços da Direção da Comissão e de operações especiais de fiscalização conduzidas pela GNR e ASAE".

Os detidos vão ser presentes à competente autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação, informou ainda a PJ.

Correio da Manhã
 
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