Cinema em Portguês em Santa Maria da Feira

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Começa amanhã, domingo, na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, a 14.ª edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro. É feita uma clara aposta na produção nacional, com destaque para os cineastas Manoel de Oliveira, Miguel Gonçalves Mendes e Cláudia Verejão.


A sessão de abertura, marcada para as 21.30 horas, é com "Elvis e Madona", de Marcelo Laffitte. Durante uma semana, serão exibidos 61 filmes, entre os quais figura "O estranho caso de Angélica", de Manoel de Oliveira, que será apresentado, pela primeira vez em Portugal, na sessão de encerramento. É nesse dia, 12, que o cineasta marca presença no evento. Na véspera, completa 102 anos.

Ao associar-se ao seu aniversário, o festival exibe ainda uma série de curtas-metragens do realizador portuense. Além disso, no dia 11 também vai passar o filme "Manoel de Oliveira absoluto", de Leon Cakoff, criador e director da Mostra de Cinema de São Paulo.

A edição deste ano é a que conta com mais estreias. Só portugueses, são oito os filmes a exibir pela primeira vez entre nós. Além do já citado "O estranho caso de Angélica", são exemplos "A minha rua", de Diogo Varela; "Casa", de André Gil Mata, ou "Descalço", de Tomás Baltazar. No que diz respeito aos brasileiros, sempre inéditos para o espectador nacional, contam-se três estreias mundiais.

A selecção oficial é composta por quatro longas-metragens brasileiras e apenas uma portuguesa, o filme "A espada e a rosa", de João Nicolau. No que diz respeito às curtas-metragens, a competição é disputada por 29 películas dentro de uma grande multiplicidade de géneros e narrativas.

A presente edição escolheu Miguel Gonçalves Mendes, autor do recente "José e Pilar", como realizador em foco. Américo Santos, director do evento, salientou, ao JN, a diversidade de registos com que o cineasta tem pautado o seu trabalho. Ao proporcionar ao espectador uma vista panorâmica da sua obra, o festival está a dizer que "o que é nacional também pode ser bom", acrescentou.

Cláudia Varejão merece igualmente destaque, a título de "sangue novo", na tarde do dia 12. Américo Santos realça-lhe "uma certa maturidade", considerando ainda que a realizadora, que até agora apenas dirigiu curtas-metragens, "já tem uma obra muito consistente".

O festival conta ainda com uma quantidade considerável de documentários. Por outro lado, retoma a rubrica "Convite à distribuição", com a qual se pretende dar "um empurrão à exibição, em sala, de filmes brasileiros", concluiu. O filme escolhido é "Além da estrada", de Charly Braun.

Espectadores podem dar dicas para afinar filmes

A 14.ª edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro recupera o antigo "laboratório" e dá-lhe um outro nome: "work in progress". Dito por outras palavras, esta é uma espécie de secção não-competitiva em que são exibidos dois filmes, ambos de realizadores brasileiros, sobre os quais haverá uma discussão por parte do público. "Os filmes estão praticamente finalizados. É apenas uma questão de afinação", refere o director do festival.

Américo Santos acrescenta que, com esta abertura ao debate, "o espectador pode detectar aspectos que podem ser melhorados". Em causa, estão os filmes "Corpo presente", dos cineastas Marcelo Toledo e Paolo Gregori, e "Nove crónicas para um coração aos berros", de Gustavo Galvão.

"Os realizadores vão expor-se a esse debate, porque pensam que poderá ser um contributo positivo para os seus filmes", acrescenta aquele responsável, sublinhando ainda que a palavra final cabe sempre aos cineastas. Ou seja, os contributos do público podem ser ou não aceites.

O primeiro a ser exibido, "Corpo presente", tem sessão marcada para a próxima quarta-feira, enquanto o outro passa a 12, último dia do festival. Ambas as sessões são às 18.30 horas.

JN
 
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