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Roter.Teufel

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Cientistas alertam que o núcleo interno da Terra pode ter mudado de formato

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Estudo aponta evidências para apoiar a teoria de que o núcleo interno desacelerou por volta de 2010.

O núcleo interno da Terra pode ter mudado de forma nos últimos 20 anos, de acordo com um grupo de cientistas citado pela BBC News. Acredita-se que o núcleo interno tenha o formato de uma bola, no entanto as extremidades podem ter-se deformado em 100 metros ou mais de altura em alguns pontos, de acordo com o professor John Vidale, que liderou a investigação publicada na revista científica Nature Geoscience.

O núcleo da Terra é o coração pulsante do nosso planeta, pois produz um campo magnético que protege a vida de ser queimada pela radiação solar. O núcleo interno gira independentemente do núcleo externo líquido e do resto do planeta. Sem esse movimento, a Terra morreria e tornar-se-ia mais parecida com Marte, que perdeu o campo magnético há biliões de anos.

A mudança no formato pode estar a ocorrer onde a extremidade do núcleo interno sólido toca o núcleo externo de metal líquido extremamente quente.

Os cientistas começaram por tentar descobrir a razão pela qual o núcleo interno pode ter desacelerado para um ritmo mais lento do que a rotação da Terra, antes de acelerar novamente em 2010. Entender como o núcleo da Terra funciona é essencial para entender o campo magnético que protege o planeta e se ele pode enfraquecer ou parar.

O interior do nosso planeta é um lugar extremamente misterioso. O núcleo está a cerca de 4 mil milhas da superfície da Terra e, apesar dos esforços, os cientistas não conseguiram alcançá-lo até agora.

Para tentar desvendar os seus segredos, alguns investigadores medem as ondas de choque causadas por terramotos à medida que estes se propagam pelo planeta.

A investigação analisou padrões de ondas sísmicas de terramotos que se repetiram no mesmo local entre 1991 e 2023, para entender como o núcleo interno está a mudar ao longo do tempo.

Vidale encontrou mais evidências para apoiar a teoria de que, durante aqueles anos, o núcleo interno desacelerou.

A sua equipa também encontrou evidências da mudança na forma do núcleo interno, uma vez que parece ocorrer no limite do núcleo interno e externo, onde o núcleo interno está próximo do ponto de fusão. O fluxo de líquido do núcleo externo, bem como a tração de um campo gravitacional irregular, pode causar deformação.

Hrvoje Tkalcic, professor da Universidade Nacional Australiana, que não esteve envolvido no estudo, disse que o artigo fornece "um conceito interessante que deve ser explorado mais profundamente".

Para Tkalcic, tal poderia permitir que os cientistas "fizessem estimativas mais informadas de algumas propriedades importantes dos materiais, como a viscosidade do núcleo interno, que é uma das quantidades menos conhecidas na ciência moderna".

Com o tempo, o núcleo externo líquido congela no núcleo interno sólido, o que levará biliões de anos até que o mesmo se torne completamente sólido, que segundo o estudo significaria o fim da vida na Terra, numa altura em que o planeta provavelmente já terá sido engolido pelo Sol.

"Na ciência, geralmente tentamos olhar para as coisas até entendê-las. É bem provável que a descoberta não afete nem um pouco a nossa vida quotidiana, mas queremos entender o que está a acontecer no meio da Terra. O campo magnético teve solavancos em vários momentos nas últimas décadas, e gostaríamos de saber se isso está relacionado ao que estamos a observar no limite do núcleo interno", refere o líder do estudo.

O professor pede cautela a empolar as descobertas com a ideia de que o núcleo vai parar de girar tão cedo.

Correio da Manhã
 
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