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Segundo um novo estudo publicado na JAMA Oncology, pode ter sido descoberta uma das causas para o aumento do número de casos de cancro colorretal. De acordo com a investigação, o consumo de alimentos ultraprocessados pode ser um dos motivos pelos quais os casos têm vindo a aumentar.
Esta investigação reforça as evidências de que a ingestão de alimentos ultraprocessados pode aumentar o risco de vir a desenvolver a doença e até numa idade mais precoce. O estudo analisou como a ingestão de pães e alimentos processados ao pequeno-almoço, bem como molhos, pastas e bebidas açucaradas pode estar na origem do problema.
Cancro colorretal: O risco dos alimentos ultraprocessados
"O nosso estudo não estabelece uma relação de causa e efeito, então não podemos afirmar que seja definitivo, mas dá algumas pistas de que o que comemos pode desempenhar um papel. Portanto, à medida que avançamos, acho útil pensar onde podemos potencialmente limitar nossa ingestão e lançar as bases para futuros estudos que nos permitam identificar, mais especificamente, os mecanismos e os alimentos envolvidos", revelou à CNN Andrew Chan, gastroenterologista e um dos responsáveis pelo estudo.
A investigação mostrou que o consumo de alimentos ultraprocessados, cerca de 10 porções diárias, apresentava um risco 45% mais elevado de vir a desenvolver cancro após os 50 anos, comparado com pessoas que tinham um consumo menor, cerca de três porções diárias.
"Na medida do possível, deve tentar evitar alimentos ultraprocessados e basear a sua dieta em alimentos integrais e naturais, o mais naturais possível e minimamente processados", continua o especialista.
"As melhores dietas, que levam aos melhores resultados de saúde, são compostas principalmente de vegetais, frutas, grãos integrais, feijões, leguminosas, frutos secos, sementes e água", acrescentou o gastroenterologista.
Os casos de cancro colorretal em Portugal
Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva, “em Portugal, é o segundo mais frequente nas mulheres depois do cancro da mama e o segundo mais frequente nos homens depois do cancro da próstata, ocupando o primeiro lugar em termos de mortalidade”.
“É uma doença frequente e que pode ser fatal. No entanto, o seu diagnóstico precoce pode salvar a sua vida e pode até ser prevenido se os pólipos que lhe dão origem forem removidos antes de se transformarem”, continuam.
Cancro colorretal. Os primeiros sintomas a que tem de estar atento
A oncologista Marcela Crosara explica ao Metrópoles que, sem tratamento, este tipo de cancro pode bloquear o intestino do doente e, numa questão de meses, levar à morte. "É por isso que chamo sempre à atenção para o exame de colonoscopia [consiste na introdução de um tubo pelo ânus que permite visualizar todo o reto e cólon).
Em declarações ao mesmo jornal, o oncologista Nilson Correia refere que os primeiros sinais são inespecíficos. "Quando o tumor produz vários sintomas associados, muitas vezes já está numa fase mais avançada", explica.
Diarreia ou prisão de ventre, sangue nas fezes, cólicas, dor ao evacuar e sensação de que o intestino não ficou totalmente vazio depois de fazê-lo, perda de apetite, fadiga, mudanças no aspeto das fezes e vómitos são alguns dos sintomas a que deve estar atento.
Contudo, recorde-se que ter um ou mais dos sintomas não significa que tem cancro colorretal. Em caso de suspeita de cancro, deve dirigir-se a um gastrenterologista, a um cirurgião geral ou em alternativa, oncologista.
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