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Cabo Verde:Tito Paris sonha com criação academia de música

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Cabo Verde:Tito Paris sonha com criação academia de música

A ideia da criação de uma academia ou uma simples escola de música em Cabo Verde seria «bom demais» e um projecto que o cantor e compositor cabo-verdiano Tito Paris aceitaria liderar «sem pestanejar».

«É mais do que um sonho. Seria bom demais concretizarmos aqui na Praia ou no Mindelo, ou noutra ilha qualquer, uma academia de música, onde as pessoas pudessem aprender a tocar violino ou violoncelo, etc, para não estar a andar para trás e para a frente com uma orquestra. Estamos à espera desse dia e dessa primeira pedra», afirmou Tito Paris, numa entrevista à Agência Lusa.

O repto, com uma meta mais ambiciosa - criar uma orquestra nacional em Cabo Verde -, foi-lhe lançado há cerca de uma semana pela presidente da Câmara de São Vicente, Isaura Gomes, quando agraciou o cantor nascido no Mindelo com a medalha de cidadão honorário da capital de «soncente», no âmbito dos 130 anos da respectiva elevação a cidade.

Para o autor de «Dança Mi Crioula», que deu na última semana três espectáculos em Cabo Verde com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a criação da orquestra poderia contar com músicos e maestros de Portugal e de outros países.

«Já está na hora. Cabo Verde já tem tudo o que há de bom na Europa. Podemos ter também uma escola, uma academia, onde as pessoas possam aprender música, partituras, etc. Não esquecendo os outros músicos que tocam por intuição, que são muito bons. Mas já está na hora», insistiu.

«Estou aberto e disposto a liderar o projecto para criar uma das escolas. Seja no Mindelo, onde nasci, ou na Praia. Mas uma escola de música não é só guitarra. Uma escola é contrabaixo, violoncelo, viola, violino, clarinete, oboé, flauta, flautim, trompa, harpa, enfim, uma verdadeira orquestra», sublinhou.

Tito Paris esteve em Cabo Verde para três espectáculos - dois no Mindelo e um na Cidade da Praia -, acompanhado pela orquestra «alfacinha», que deu uma «nova sonoridade» à música popular do arquipélago «muito bem aceite» pelos cabo-verdianos, «que sabem, de facto, ouvir música».

«Estar em Cabo Verde com uma orquestra é, dez anos depois, mais um sonho cumprido e que se tornou realidade. Estou muito contente e feliz por isso ter acontecido», disse.

«E fico triste, muito triste, porque não conseguimos fazer mais um concerto na rua, para toda a gente, na Cidade da Praia. Estava nos meus planos e não conseguimos concretizar esse desejo. Fica para a próxima», afirmou.

Se os espectáculos no Mindelo se integraram nas festividades locais, o da Cidade da Praia foi uma «oferta» do Banco Interatlântico (BI), enquadrado no 10º aniversário da sua criação, tendo decorrido no auditório do parlamento local, em que os 800 convites disponíveis foram insuficientes para os mais de dois mil pedidos.

Sobre o panorama musical do arquipélago, Tito Paris revelou a sua faceta de «político cultural», defendendo mais apoios do governo e que o «dono» da Cultura, o ministro Manuel Veiga, «devia pegar nela mais seriamente e levá-la por outro caminho».

«Acho que Cabo Verde tem de levar a Cultura muito mais a sério do que leva agora. Com muito respeito pelo ministro da Cultura, que é um senhor simpático. Mas acho que, se o ministro é o ´dono` da Cultura, devia pegar nela mais seriamente e levá-la por outro caminho», afirmou.

«Nós, os cabo-verdianos, temos de deixar de pensar na ilha e termos espírito da Nação, de um Cabo Verde unido e junto. Não podemos ter um espírito só da ilha. A ilha não vive sozinha. Vive com as outras ilhas. Um dos erros que nós temos é quando pensamos só na nossa ilha. Temos um governo, uma bandeira, um passaporte igual», sublinhou.

Tito Paris referiu que os cabo-verdianos têm de se unir e acreditar que a sua cultura pode chegar longe e, ao mesmo tempo, pensar onde já chegou.

«O ministro só pensa no ALUPEC (projecto em curso destinado a unificar os diferentes crioulos do arquipélago) e isso não funciona. Isso só vai separar os cabo-verdianos. Cabo Verde, no seu todo, é rico. É a riqueza do Crioulo. Não se pode proibir ou tentar proibir a nossa tradição. Não se pode esquecer esta cultura que é a mais visível: é funaná, é batuque, é morna, é tabanca, é coladeira, é sanjon, etc», concluiu.


Diário Digital/Lusa
 
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