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Câmara recupera adega do Marquês de Pombal

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Câmara recupera adega do Marquês de Pombal

Oeiras. Objectivo do município é relançar o afamado e secular vinho de Carcavelos



TELMA ROQUE


A vinha da Quinta de Oeiras, na Estação Agronómica Nacional, importante berço do ilustre vinho de Carcavelos, deverá passar dos 7,5 hectares para os 20 nos próximos seis anos, anunciou ontem o autarca Isaltino Morais.

Em dia de encerramento das vindimas - assinalado com uma cerimónia que contou com a presença do ministro da Agricultura Jaime Silva - Isaltino Morais revelou que a autarquia vai investir um milhão de euros na produção do vinho de Carcavelos, esperando atingir, dentro de três ou quatro anos, 30 a 50 mil litros anuais. O objectivo maior é a comercialização.

Além de triplicar a área da vinha, o autarca quer ainda recuperar a adega do palácio de Marquês de Pombal, para que, dentro de pouco mais de dois anos, aquele vinho generoso possa ser ali envelhecido, funcionando como uma espécie de museu-vivo. O alambique, também da época de Pombal, servirá para fabricar aguardente pelos métodos tradicionais.

O Instituto Nacional de Administração ainda ocupa a adega, mas tudo aponta para que se transfira para a Estação Agronómica Nacional, onde também será criado um espaço de venda e degustação do vinho, além de um laboratório de veterinária.

"É um investimento em património cultural", justificou Isaltino Morais, lembrando que o vinho, além de ter muita qualidade, fama e história, tem a particularidade de ser produzido em meio urbano.

Sentir o paladar do vinho de Carcavelos é privilégio de poucos. Como não está no circuito comercial, continua a ser um "vinho de Estado" que aparece apenas em ocasiões especiais. No ano passado, conseguiu-se atingir uma produção de 40 mil litros e com qualidade. Este ano, já se verificou uma quebra de 30%.

O vinho de Carcavelos caminhava a passos largos para a extinção, mas a Câmara de Oeiras resolveu deitar-lhe a mão há cerca de uma década através da assinatura de um protocolo com a Estação Agronómica Nacional, no qual assumiu a produção.

O vinho de Carcavelos continua a ser envelhecido em madeira. Estrela Carvalho, enóloga que a convite da Câmara tem trabalhado no projecto de relançamento do vinho, explicou que são utilizados cascos de carvalho português e francês no processo. O envelhecimento dura, pelo menos, dois anos, a que se junta um período mínimo de seis meses de repouso na garrafa.

As características únicas do vinho de Carcavelos devem-se, segundo a enóloga, à existência de um micro-clima e à qualidade dos solos para este tipo de actividade. As castas galego dourado, arinto e boal ratinho mantêm-se desde os tempos de Marquês de Pombal. Só a casta rabo de ovelha foi abandonada.


JN
 
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