Matapitosboss
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Referência mundial em desenvolvimento tecnológico para produção de biocombustíveis, a Petrobras tenta superar mais uma fronteira na área de energias renováveis. O Centro de Pesquisas (Cenpes) da empresa, em parceria com as universidades federais de Rio Grande e de Santa Catarina, realiza pesquisas para produzir biodiesel a partir de micro-algas, que vivem nas águas salinizadas do litoral do Norte e na água proveniente de produção de petróleo do Pólo Industrial de Guamaré.
Cerca de 40 espécies de micro-algas já foram colectadas e catalogadas, uma quantidade ínfima, porém, perto das 300 mil existentes no mundo. Destas, apenas 30 mil já foram identificadas. De acordo com Leonardo Bacellar, pesquisador e oceanógrafo da Petrobras, nem todas as espécies catalogadas servem como matéria-prima para a produção de biodiesel. "Ainda não está definido o número de espécies de micro-algas que podem ser utilizadas para produzir biocombustível. Mas é conhecido que é uma fonte de energia de alta produtividade", garante.
Biocombustível 100 vezes mais rápido
As micro-algas, segundo o pesquisador, se reproduzem de 50 a 100 vezes mais rápido do que os vegetais utilizados normalmente para produção de biocombustíveis, como cana-de-açúcar, mamona, dendê e milho. O mesmo ocorre em laboratórios, mantidas as condições ideais para a reprodução. "A área proporcional ao volume desses organismos microscópios é muito alta, ou seja, a troca de nutrientes é muito rápida, se comparada a fenómenos de transporte entre estruturas mais complexas, como tecidos, por exemplo", explicou Bacellar.
Os primeiros experimentos para verificação do desempenho e da produtividade das espécies colectadas foram realizados nos laboratórios do Departamento de Oceanografia da Furg. Simultâneamente, amostras de água foram submetidas à análise nos laboratórios de química da Universidade de Rio Grande, para verificar os possíveis efeitos positivos e negativos causados pela actuação das micro-algas seleccionadas. O passo seguinte foi encaminhar as micro-algas para o laboratório de Química Orgânica da Furg, para as etapas de extracção de lipídios, síntese, purificação e caracterização química do biodiesel, obtidos por meio de modernos equipamentos de análises químicas.
Mapeamento genético e toxinas
O processo de produção de biodiesel a partir de micro-algas é realizado com a colecta de uma amostra de água salinizada em um tubo de ensaio. O tubo é fechado e levado ao laboratório, onde é colocado em uma estufa com temperatura e iluminação adequadas para manter as algas vivas. Em seguida, ocorre o isolamento e identificação das espécies, geralmente por meio de mapeamento genético. É um trabalho cuidadoso, pois muitas algas contêm toxinas que as tornam impróprias para a produção do combustível.
Depois de isoladas, as diferentes espécies de micro-algas são levadas a um tanque cheio de nutrientes para que se reproduzam. As melhores serão as que se reproduzirem mais rapidamente e tiverem maior teor de óleo. Após quatro dias, vão à secagem. Depois de secas, são embaladas para evitar seu contacto com a luz e o oxigénio do ar.
Novíssima fonte de biocombustível
Na última etapa do processo, as micro-algas secas são colocadas em um reactor, que realiza dois processos distintos: a extracção do óleo que será utilizado na fabricação do combustível e a transformação deste óleo em biodiesel, por meio de reacções químicas. Segundo Bacellar, normalmente o resultado fica em torno de 10% a 20% do total de matéria-prima utilizada. Ou seja, para produzir um litro de biodiesel, são necessários cerca de cinco quilos de micro-algas.
Segundo Bacellar, "o futuro dessa novíssima fonte de biocombustível é tão promissor quanto imprevisível. É preciso conhecer melhor o potencial das micro-algas e buscar o melhor caminho para explorá-lo. A pesquisa e o desenvolvimento são de médio e longo prazos. Esse novo trabalho está em ebulição. Há um cenário pouco conhecido, dentro do qual temos que buscar o nosso melhor caminho", disse Bacellar.
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Cerca de 40 espécies de micro-algas já foram colectadas e catalogadas, uma quantidade ínfima, porém, perto das 300 mil existentes no mundo. Destas, apenas 30 mil já foram identificadas. De acordo com Leonardo Bacellar, pesquisador e oceanógrafo da Petrobras, nem todas as espécies catalogadas servem como matéria-prima para a produção de biodiesel. "Ainda não está definido o número de espécies de micro-algas que podem ser utilizadas para produzir biocombustível. Mas é conhecido que é uma fonte de energia de alta produtividade", garante.
Biocombustível 100 vezes mais rápido
As micro-algas, segundo o pesquisador, se reproduzem de 50 a 100 vezes mais rápido do que os vegetais utilizados normalmente para produção de biocombustíveis, como cana-de-açúcar, mamona, dendê e milho. O mesmo ocorre em laboratórios, mantidas as condições ideais para a reprodução. "A área proporcional ao volume desses organismos microscópios é muito alta, ou seja, a troca de nutrientes é muito rápida, se comparada a fenómenos de transporte entre estruturas mais complexas, como tecidos, por exemplo", explicou Bacellar.
Os primeiros experimentos para verificação do desempenho e da produtividade das espécies colectadas foram realizados nos laboratórios do Departamento de Oceanografia da Furg. Simultâneamente, amostras de água foram submetidas à análise nos laboratórios de química da Universidade de Rio Grande, para verificar os possíveis efeitos positivos e negativos causados pela actuação das micro-algas seleccionadas. O passo seguinte foi encaminhar as micro-algas para o laboratório de Química Orgânica da Furg, para as etapas de extracção de lipídios, síntese, purificação e caracterização química do biodiesel, obtidos por meio de modernos equipamentos de análises químicas.
Mapeamento genético e toxinas
O processo de produção de biodiesel a partir de micro-algas é realizado com a colecta de uma amostra de água salinizada em um tubo de ensaio. O tubo é fechado e levado ao laboratório, onde é colocado em uma estufa com temperatura e iluminação adequadas para manter as algas vivas. Em seguida, ocorre o isolamento e identificação das espécies, geralmente por meio de mapeamento genético. É um trabalho cuidadoso, pois muitas algas contêm toxinas que as tornam impróprias para a produção do combustível.
Depois de isoladas, as diferentes espécies de micro-algas são levadas a um tanque cheio de nutrientes para que se reproduzam. As melhores serão as que se reproduzirem mais rapidamente e tiverem maior teor de óleo. Após quatro dias, vão à secagem. Depois de secas, são embaladas para evitar seu contacto com a luz e o oxigénio do ar.
Novíssima fonte de biocombustível
Na última etapa do processo, as micro-algas secas são colocadas em um reactor, que realiza dois processos distintos: a extracção do óleo que será utilizado na fabricação do combustível e a transformação deste óleo em biodiesel, por meio de reacções químicas. Segundo Bacellar, normalmente o resultado fica em torno de 10% a 20% do total de matéria-prima utilizada. Ou seja, para produzir um litro de biodiesel, são necessários cerca de cinco quilos de micro-algas.
Segundo Bacellar, "o futuro dessa novíssima fonte de biocombustível é tão promissor quanto imprevisível. É preciso conhecer melhor o potencial das micro-algas e buscar o melhor caminho para explorá-lo. A pesquisa e o desenvolvimento são de médio e longo prazos. Esse novo trabalho está em ebulição. Há um cenário pouco conhecido, dentro do qual temos que buscar o nosso melhor caminho", disse Bacellar.
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