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BES Photo: Obras de finalistas expostas no Museu Berardo
Reflexões políticas sobre o território, memórias das obras dos grandes mestres da pintura e o impacto do modernismo no meio ambiente inspiraram as obras inéditas dos três finalistas candidatos à 5ª edição do Prémio BES Photo.
As novas obras de Luís Palma, André Gomes e Edgar Martins vão estar reunidas numa exposição que inaugura segunda-feira, dia 23 de Março, no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, no âmbito do galardão mais importante da área da fotografia em Portugal.
Iniciativa do Banco Espírito Santo (BES) e, pelo segundo ano consecutivo em parceria com o Museu Berardo, a 5ª edição deste prémio, que ascende a 25 mil euros, passa agora à segunda fase, de apuramento do vencedor.
Luís Palma, André Gomes, e Edgar Martins foram os artistas apurados em Setembro de 2008 por um júri de selecção composto pelos críticos de arte Delfim Sardo, Miguel von Hafe Pérez e Nuno Crespo, com base em exposições realizadas em 2007. Cada um dos artistas recebeu uma bolsa de produção para apresentar obras na exposição BES Photo, que estará patente até dia 17 de Maio de 2009.
A poucos dias da inauguração da exposição, os três artistas da área da fotografia falaram sobre o trabalho que desenvolveram nesta fase de apuramento do vencedor, que será eleito por um júri internacional. Luís Palma explicou que o seu trabalho foi criado no contexto da experiência de um cidadão que vive no sul da Europa, num país periférico, e que é confrontado com um novo contexto político: uma Europa sem fronteiras.
«A minha memória política vai desde o final da guerra colonial e, já numa fase mais adiantada, convivo com esta nova realidade sonhada. O projecto da União Europeia é um projecto fantástico e muito sonhado», avaliou, recordando que, anteriormente, eram enormes as dificuldades para atravessar fronteiras e trocar moeda. O mais interessante para Luís Palma é que o seu trabalho «tenha um registo político» e que «funcione como denúncia sobre algumas situações urbanísticas, como o desordenamento territorial e a paisagem».
André Gomes, por seu turno, explicou que o seu trabalho consiste em dois núcleos interligados: um sobre a lição dos grandes mestres da pintura e o segundo é o cruzamento de dois mitos - as histórias de Pinóquio e Pigmalião - transposto para uma fábula. «No primeiro, aproveito para reflectir sobre a memória de alguns quadros que têm permanecido como sombras, uma questão que tem a ver directamente com a fotografia e a temática da luz e da sombra», indicou.
O segundo núcleo «é o cruzamento de dois mitos, uma pequena fábula criada com actores da vida real que transportam neles certas características», que remetem para a releitura do livro de Pinóquio, escrito originalmente pelo italiano por Carlo Collodi, e o cruzamento com outro mito, o de Pigmalião, «que seria o arquétipo dos escritores».
No seu trabalho, Edgar Martins apresenta fotografias panorâmicas sobre aeroportos portugueses, um segundo conjunto com negativos litográficos, e ainda uma instalação numa espaço fechado, sem escuras, com som, «que dá a ideia de uma câmara escura».
«O meu trabalho lida essencialmente com dois temas: o impacto do modernismo no meio ambiente e a fotografia enquanto processo de representação», explicou, acrescentando que, além da fotografia, interessa-lhe também o teatro e a performance, «mas não no sentido tradicional da palavra».
André Gomes foi inicialmente escolhido pela exposição «Macha», no Teatro Municipal de Almada (5 a 27 de Maio de 2007) e no Centro de Artes Visuais, Coimbra (3 de Novembro de 2007), Edgar Martins pela exposição «Topologies», no Centro de Artes Visuais, Coimbra (3 de Novembro - 28 de Fevereiro de 2007) e Luís Palma pela exposição «Territorialidade», Galeria Presença, Porto (7 de Janeiro a 23 de Fevereiro 2008).
O BES Photo premeia artistas portugueses, ou residentes em Portugal, que tenham apresentado trabalhos no âmbito fotográfico, num determinado período. Helena Almeida foi a vencedora da 1ª edição, em 2004, José Luís Neto venceu em 2005, Daniel Blaufuks em 2006 e Miguel Soares em 2007.
Diário Digital / Lusa
Reflexões políticas sobre o território, memórias das obras dos grandes mestres da pintura e o impacto do modernismo no meio ambiente inspiraram as obras inéditas dos três finalistas candidatos à 5ª edição do Prémio BES Photo.
As novas obras de Luís Palma, André Gomes e Edgar Martins vão estar reunidas numa exposição que inaugura segunda-feira, dia 23 de Março, no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, no âmbito do galardão mais importante da área da fotografia em Portugal.
Iniciativa do Banco Espírito Santo (BES) e, pelo segundo ano consecutivo em parceria com o Museu Berardo, a 5ª edição deste prémio, que ascende a 25 mil euros, passa agora à segunda fase, de apuramento do vencedor.
Luís Palma, André Gomes, e Edgar Martins foram os artistas apurados em Setembro de 2008 por um júri de selecção composto pelos críticos de arte Delfim Sardo, Miguel von Hafe Pérez e Nuno Crespo, com base em exposições realizadas em 2007. Cada um dos artistas recebeu uma bolsa de produção para apresentar obras na exposição BES Photo, que estará patente até dia 17 de Maio de 2009.
A poucos dias da inauguração da exposição, os três artistas da área da fotografia falaram sobre o trabalho que desenvolveram nesta fase de apuramento do vencedor, que será eleito por um júri internacional. Luís Palma explicou que o seu trabalho foi criado no contexto da experiência de um cidadão que vive no sul da Europa, num país periférico, e que é confrontado com um novo contexto político: uma Europa sem fronteiras.
«A minha memória política vai desde o final da guerra colonial e, já numa fase mais adiantada, convivo com esta nova realidade sonhada. O projecto da União Europeia é um projecto fantástico e muito sonhado», avaliou, recordando que, anteriormente, eram enormes as dificuldades para atravessar fronteiras e trocar moeda. O mais interessante para Luís Palma é que o seu trabalho «tenha um registo político» e que «funcione como denúncia sobre algumas situações urbanísticas, como o desordenamento territorial e a paisagem».
André Gomes, por seu turno, explicou que o seu trabalho consiste em dois núcleos interligados: um sobre a lição dos grandes mestres da pintura e o segundo é o cruzamento de dois mitos - as histórias de Pinóquio e Pigmalião - transposto para uma fábula. «No primeiro, aproveito para reflectir sobre a memória de alguns quadros que têm permanecido como sombras, uma questão que tem a ver directamente com a fotografia e a temática da luz e da sombra», indicou.
O segundo núcleo «é o cruzamento de dois mitos, uma pequena fábula criada com actores da vida real que transportam neles certas características», que remetem para a releitura do livro de Pinóquio, escrito originalmente pelo italiano por Carlo Collodi, e o cruzamento com outro mito, o de Pigmalião, «que seria o arquétipo dos escritores».
No seu trabalho, Edgar Martins apresenta fotografias panorâmicas sobre aeroportos portugueses, um segundo conjunto com negativos litográficos, e ainda uma instalação numa espaço fechado, sem escuras, com som, «que dá a ideia de uma câmara escura».
«O meu trabalho lida essencialmente com dois temas: o impacto do modernismo no meio ambiente e a fotografia enquanto processo de representação», explicou, acrescentando que, além da fotografia, interessa-lhe também o teatro e a performance, «mas não no sentido tradicional da palavra».
André Gomes foi inicialmente escolhido pela exposição «Macha», no Teatro Municipal de Almada (5 a 27 de Maio de 2007) e no Centro de Artes Visuais, Coimbra (3 de Novembro de 2007), Edgar Martins pela exposição «Topologies», no Centro de Artes Visuais, Coimbra (3 de Novembro - 28 de Fevereiro de 2007) e Luís Palma pela exposição «Territorialidade», Galeria Presença, Porto (7 de Janeiro a 23 de Fevereiro 2008).
O BES Photo premeia artistas portugueses, ou residentes em Portugal, que tenham apresentado trabalhos no âmbito fotográfico, num determinado período. Helena Almeida foi a vencedora da 1ª edição, em 2004, José Luís Neto venceu em 2005, Daniel Blaufuks em 2006 e Miguel Soares em 2007.
Diário Digital / Lusa