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O presidente da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo diz que existem tentativas de vários lobbies para influenciar a escolha do novo diretor artístico do museu, mas garante não se deixar pressionar.
Joe Berardo afirmou que «houve uma certa especulação nos jornais» sobre a saída do director artístico do museu, Jean-François Chougnet.
Garante ele que o responsável artístico lhe pediu para deixar o cargo, o que acontecerá em Abril, por motivos pessoais já que tem «o pai muito mal e a filha com 14 anos precisa muito dele».
«Há um conjunto de situações, mas vai continuar a ser o nosso consultor», garantiu, sublinhando que Chougnet «foi muito útil» ao museu, por ser alguém com mérito reconhecido internacionalmente.
Joe Berardo confirma que gostava de que houvesse agora a «oportunidade de um português tomar as rédeas» daquele núcleo museológico.
Quanto ao caso do director-geral, Rui Silvestre, que também comunicou há alguns meses à Fundação a sua intenção de deixar o cargo que ocupa desde 2007, o coleccionador adianta que na origem desta decisão estão igualmente razões familiares.
Afirmou que Rui Silvestre estava afastado da família que reside no Porto, obrigado a frequentes viagens, sendo que numa delas, antes do natal, sofreu um acidente de viação. A viatura ficou completamente danificada e embora não tenha sofrido ferimentos graves a situação que apressou a sua decisão.
«Há muitos lobbies, de vários lados, mas tenho a cabeça muito em ordem, não me ligo muito a coisas dos lobbies», declarou o coleccionador madeirense, referindo-se à alegada pressão que está a surgir na escolha dos substitutos destes dois responsáveis. Segundo afirma, «a escolha é difícil, mas existem muitas pessoas capazes para fazer».
«Tenho de escolher alguma (das pessoas) para propor ao conselho de administração, de acordo com os estatutos, e é uma decisão que vai ser difícil», admite.
Salienta que tem «mais um mês para fazer essa escolha» e que espera «em breve andar com isso para a frente porque o museu tem que continuar e a vida tem que continuar».
O museu de Arte Contemporânea abriu as portas a 25 de Junho para acolher um acervo inicial de 862 obras da colecção do comendador madeirense, com base numa acordo assinado em 2006 entre o Estado português e Joe Berardo, depois de uma polémica que o levou a ameaçar levar a colecção para outro país.
Este acordo determina que o acervo, avaliado na altura em 316 milhões de euros pela Christie s, seja cedido em regime de comodato (empréstimo) até 2016 e instalado no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, podendo o Estado português comprá-lo por esse valor em qualquer momento, até 2016.
Joe Berardo refere que este contrato «tem um prazo de 20 anos para que haja acesso a outros curadores para futuro do museu», sendo que nestes primeiros quatro de existência recebeu 2,4 milhões de visitantes e apresentou 37 exposições, tendo a Fundação adquirido cerca de 200 novas obras de arte.
Lusa / SOL