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Autismo e Trissomia 21
Os animais têm sido empregues para auxiliar no tratamento de crianças com dificuldades de aprendizagem. Law e Scott (1995) procuraram mostrar como programas de cuidado com animais de estimação podem tornar-se um veículo de aprendizagem para crianças autistas ou com atraso geral no desenvolvimento.
Os programas sugeridos seriam desenvolvidos nas escolas, dentro dos limites da sala de aula e envolveriam contacto e cuidado com animais domésticos. Law e Scott observaram que as oportunidades de trabalhar com uma variedade de animais de estimação de modo regular foram importantes para o desenvolvimento das crianças e serviram para reduzir ou erradicar sentimentos de preocupação e medo.
Elas identificaram, nessas crianças, maior confiança e bem-estar quando lidavam com animais domésticos. Entre os benefícios trazidos pelo programa, as autoras apontaram o desenvolvimento de responsabilidade e de habilidades para tomar decisões e resolver problemas. Do ponto de vista social, houve a facilitação da interacção social com adultos e colegas na comunidade e na escola. Houve, ainda, o desenvolvimento da linguagem expressiva.
A utilização de animais de estimação no tratamento de crianças/jovens autistas também foi abordado por Redefer e Goodman (1989). Os autores estudaram as alterações no comportamento social de 12 crianças e jovens autistas (entre os 5 e os 20 anos de idade), durante e após a sua exposição planeada e controlada a um animal. Medidas de isolamento e interacção social foram obtidas em vários momentos da pesquisa:
*
no início, para se ter uma linha de base;
*
durante o tratamento, que constava de 18 sessões com um terapeuta acompanhado por um cão;
*
após o tratamento;
*
após um mês de acompanhamento.
A experiência das crianças autistas com este tipo de procedimento (a introdução de um cão amistoso) levou a um aumento significativo no comportamento pró-social, com uma diminuição paralela no comportamento centrado no próprio sujeito. Os sujeitos apresentaram menos comportamentos autistas e mais comportamentos socialmente apropriados.
Após o tratamento, quando a criança estava apenas na companhia do terapeuta, sem a presença do cão e mesmo no acompanhamento posterior, quando não havia nem o cão nem o terapeuta conhecido, os sujeitos ainda apresentaram um desempenho melhor do que o da linha de base inicialmente registrado, apesar de haver uma erosão contínua da melhora ao se passar da fase de tratamento para a fase de acompanhamento.
Segundo os autores, o cão teria estimulado os sujeitos de modo a se tornarem mais capacitados para participar e desfrutar das interacções sociais.
Os efeitos da presença e da possibilidade de se relacionar com um animal também foram pesquisados em crianças portadoras de Trissomia 21. Limond, Bradshaw & Cormack (1997) observaram o comportamento de oito crianças portadoras de Trissomia 21 (entre os 7 e os 12 anos de idade), interagindo com um cão verdadeiro e um cão de peluche, em sessões controladas, sob a direcção de um adulto. Cada sessão consistia em sete minutos de interacção com um cão verdadeiro e sete minutos com um cão de peluche.
Os resultados mostraram diferenças no tempo de atenção visual dedicado ao objecto da pesquisa (cão e brinquedo) e na frequência de comportamentos de iniciação e resposta verbal e não verbal, em relação ao animal e ao brinquedo. O cão real gerou mais interacções entre os sujeitos e o próprio animal, assim como entre a criança e o adulto.
Como nos casos das crianças autistas, as crianças portadoras de Trissomia 21 também foram estimuladas socialmente pela presença de um cão amistoso e esta estimulação social também atingiu e intensificou as suas relações com outras pessoas.
Escrito por
Dra. Joana Bettencourt
Cercica, PT
Os animais têm sido empregues para auxiliar no tratamento de crianças com dificuldades de aprendizagem. Law e Scott (1995) procuraram mostrar como programas de cuidado com animais de estimação podem tornar-se um veículo de aprendizagem para crianças autistas ou com atraso geral no desenvolvimento.
Os programas sugeridos seriam desenvolvidos nas escolas, dentro dos limites da sala de aula e envolveriam contacto e cuidado com animais domésticos. Law e Scott observaram que as oportunidades de trabalhar com uma variedade de animais de estimação de modo regular foram importantes para o desenvolvimento das crianças e serviram para reduzir ou erradicar sentimentos de preocupação e medo.
Elas identificaram, nessas crianças, maior confiança e bem-estar quando lidavam com animais domésticos. Entre os benefícios trazidos pelo programa, as autoras apontaram o desenvolvimento de responsabilidade e de habilidades para tomar decisões e resolver problemas. Do ponto de vista social, houve a facilitação da interacção social com adultos e colegas na comunidade e na escola. Houve, ainda, o desenvolvimento da linguagem expressiva.
A utilização de animais de estimação no tratamento de crianças/jovens autistas também foi abordado por Redefer e Goodman (1989). Os autores estudaram as alterações no comportamento social de 12 crianças e jovens autistas (entre os 5 e os 20 anos de idade), durante e após a sua exposição planeada e controlada a um animal. Medidas de isolamento e interacção social foram obtidas em vários momentos da pesquisa:
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no início, para se ter uma linha de base;
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durante o tratamento, que constava de 18 sessões com um terapeuta acompanhado por um cão;
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após o tratamento;
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após um mês de acompanhamento.
A experiência das crianças autistas com este tipo de procedimento (a introdução de um cão amistoso) levou a um aumento significativo no comportamento pró-social, com uma diminuição paralela no comportamento centrado no próprio sujeito. Os sujeitos apresentaram menos comportamentos autistas e mais comportamentos socialmente apropriados.
Após o tratamento, quando a criança estava apenas na companhia do terapeuta, sem a presença do cão e mesmo no acompanhamento posterior, quando não havia nem o cão nem o terapeuta conhecido, os sujeitos ainda apresentaram um desempenho melhor do que o da linha de base inicialmente registrado, apesar de haver uma erosão contínua da melhora ao se passar da fase de tratamento para a fase de acompanhamento.
Segundo os autores, o cão teria estimulado os sujeitos de modo a se tornarem mais capacitados para participar e desfrutar das interacções sociais.
Os efeitos da presença e da possibilidade de se relacionar com um animal também foram pesquisados em crianças portadoras de Trissomia 21. Limond, Bradshaw & Cormack (1997) observaram o comportamento de oito crianças portadoras de Trissomia 21 (entre os 7 e os 12 anos de idade), interagindo com um cão verdadeiro e um cão de peluche, em sessões controladas, sob a direcção de um adulto. Cada sessão consistia em sete minutos de interacção com um cão verdadeiro e sete minutos com um cão de peluche.
Os resultados mostraram diferenças no tempo de atenção visual dedicado ao objecto da pesquisa (cão e brinquedo) e na frequência de comportamentos de iniciação e resposta verbal e não verbal, em relação ao animal e ao brinquedo. O cão real gerou mais interacções entre os sujeitos e o próprio animal, assim como entre a criança e o adulto.
Como nos casos das crianças autistas, as crianças portadoras de Trissomia 21 também foram estimuladas socialmente pela presença de um cão amistoso e esta estimulação social também atingiu e intensificou as suas relações com outras pessoas.
Escrito por
Dra. Joana Bettencourt
Cercica, PT