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Artistas criam obras sob o olhar da cidade de Braga

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Artistas criam obras sob o olhar da cidade

Esculturas serão trabalhadas, em tempo real, para a população tomar contacto com a arte

Quatro escultores de renome e três tipos de matéria-prima. Durante duas semanas, as futuras obras de arte, inspiradas em universos diferentes, vão ser trabalhadas ao vivo, no coração da cidade de Braga.

Aço, granito e madeira. Uma das esculturas daqui nascidas será oferecida à cidade, quem sabe para ornamentar algum dos jardins do casco velho. O presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado, escolherá a que mais lhe apela aos sentidos e que mais tem a ver com as características de um estilo que mistura história com modernidade. "Depois de estarem prontas, é que verei a que se adequa mais a Braga", disse, ontem, na apresentação da iniciativa, designada de I Simpósio de Escultura.

A DST, empresa de construção civil, volta a dar um contributo para a cultura, juntando aprendizes com mestres para um "espectáculo" que permite a todos verem um processo de criação completo . Os quatro artistas trabalharão, inclusivamente, com três assistentes e estarão abertos às perguntas de alunos, "estimulando o interesse por esta forma de arte".

O veterano João Antero esculpirá em madeira uma onda orgânica, a única escultura que não pode ficar ao ar livre. Está, por isso, destinada a um átrio da própria empresa de construção. Algo que não lhe retira a força criativa. "Será um lugar de meditação e energia mas, acima de tudo, que nos diga qualquer coisa que não seja efectiva", resume o seu autor, ansioso por deitar mãos ao trabalho.

A iniciativa, com organização artística da Cooperativa Árvore e parceria com a Câmara Municipal de Braga, levou também à cidade, junto às Arcadas, os escultores de renome Vítor Ribeiro, Jorge Pé- Curto e Volker Shnuttgen. O primeiro esculpirá em granito azul uma "árvore do conhecimento", o segundo uma roda no mesmo material e o terceiro trabalhará em aço uma peça que pende para uma "arquitectonização escultórica".

À excepção da que ficará para o município, todas as restantes reverterão para o património da empresa. Ontem, eram já os curiosos que, mesmo debaixo de chuva, queriam colocar questões e perceber o aparato de gente e materiais. "Mas já estão prontas?", questionava José Medeiros, acompanhado por um parceiro, igualmente intrigado. "Ah, eu bem te disse, aquilo são os materiais em bruto!", comentavam.

Para José Teixeira, o interesse da cidade é sintomático de uma tendência que é preciso explorar: a de que todas as pessoas de forma transversal se podem "espessar" e fortalecer, quanto mais acesso às humanidades, em forma de cultura e artes, tiverem. Uma força que não deve ser substituída pelas tecnologias.

A intervenção cultural da empresa na cidade rema nesse mesmo sentido, não só através de apoios e patrocínios a vários eventos culturais, entre os quais a Feira do Livro ou o patrocínio à Companhia de Teatro de Braga, como na atribuição de um prémio literário com peso nacional.

Mais recentemente, tal como o JN noticiou, a firma administrada por José Teixeira arranjou forma de levar os seus operários até à cultura (ver caixa), com o objectivo de os incluir no circuito cultural.

Situação que levou o autarca bracarense, ao seu estilo espontâneo, a pedir o seguinte desejo: "Espero que a DST faça muitas obras, ganhe muito dinheiro e continue a reservar parte dele para a cultura. É a única empresa do sector que investe de uma forma significativa na área".

Para o presidente da Cooperativa Árvore, José Rodrigues, é "importante que os estudantes possam participar no acto criativo, desde o início, até à peça escultórica final", num trabalho oferecido aos olhos da cidade que transformará a população em "fruidores de arte".


DENISA SOUSA
JN​
 
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