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GF Ouro
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[h=2]'O universo concentracionário', de David Rousset, testemunho de 1945 dos campos de concentração nazis, inédito em Portugal, e o romance rebelde da francesa Albertine Sarrazin, 'O astrágalo', com prefácio de Patti Smith, contam-se entre as novidades da Antígona.[/h]
Os "editores refratários" anunciam igualmente, para esta "rentrée" literária, a publicação de "Os empregados", sobre a degradação social, na década de 1930, do alemão Siegfried Kracaucer, uma novela negra de Pier Paolo Pasolini, assim como romances da sueca Karin Boye e da camaronesa Léonora Miano, além de uma história da subversão Dada, sobre este movimento artístico.
O ensaio "Os empregados", do escritor, jornalista e sociólogo Siegfried Kracaucer, usualmente associado à chamada Escola de Frankfurt, foi publicado em 1930, como uma reportagem da vida quotidiana da época, que atestava a importância de "um novo tipo social do início do século XX: os empregados".O autor verificava "a ilusão da identidade burguesa" e descrevia um mundo que escamoteava a sua degradação, antecipando "o papel da nova classe média, anestesiada e iludida, na ascensão do nazismo"."O astrágalo", o romance mais conhecido da francesa Albertine Sarrazin, autora que morreu aos 29 anos, em 1967, também é publicado em setembro.Nascida na Argélia, Sarrazin foi um espírito em constante confronto com as autoridades e ‘O astrágalo’, escrito na prisão, em 1965, é visto como um romance "semiautobiográfico", que narra a fuga da protagonista e a fratura do osso do pé (o astrálago), que a condiciona, erguendo "dos escombros um ser inconformado e impetuoso", segundo a editora."Fulgurante cometa no universo literário francês", Sarrazin escreveria ainda ‘La Cavale’ e um terceiro romance, "La Traversière", editado pouco antes da morte.‘O astrágalo’ tem prefácio da norte-americana Patti Smith: "Pergunto-me se, sem ela, seria hoje o que sou", confessa a cantora.‘Dada -- História de uma subversão’, de Henri Béhar e Michel Carassou, com "os episódios essenciais e as reflexões dos protagonistas" desta revolução artística, é outro título a publicar em setembro.Para outubro, a Antígona anuncia ‘O universo concentracionário’, obra do ensaísta francês David Rousset, um dos primeiros deportados a falar dos mecanismos e da lógica dos campos de concentração, "pondo a nu as molas psicológicas e as hierarquias que neles se estabeleciam", segundo a Antígona.Escrito em 1945, apenas um ano após o final da II Guerra Mundial e da libertação dos campos de extermínio, "O universo concentracionário" mantinha-se inédito em Portugal.Outro título para outubro é ‘Kallocaína’, da escritora sueca Karin Boye, "um romance distópico", "inspirado pelo apogeu do nacional-socialismo na Alemanha", na linha de ‘Admirável Mundo Novo’, de Aldous Huxley, que precede ‘1984’, de George Orwell.Karin Boye foi "um dos vultos mais destacados na literatura sueca do século xx", contou-se entre os fundadores do jornal de vanguarda "Spektrum" e fez parte do movimento artístico e cultural Clarté, de pendor antifascista. Suicidou-se em 1941, no auge do nazismo.O guião/romance ‘La Nebbiosa’, de Pasolini, a publicar em novembro, "lê-se como um romance negro", cheio de violência, que "mergulha na periferia de uma Milão cruel (...), durante uma estonteante noite de fim de ano", descreve a editora.Nos novos títulos da Antígona, destaca-se igualmente ‘A estação da sombra’, de Léonora Miano, sobre uma tribo africana, confrontada com o tráfico negreiro."Léonora Miano nasceu em 1973, nos Camarões, vive em França, desde 1991, e é uma das vozes francófonas mais intensas da sua geração", afirma a editora.
nm
Os "editores refratários" anunciam igualmente, para esta "rentrée" literária, a publicação de "Os empregados", sobre a degradação social, na década de 1930, do alemão Siegfried Kracaucer, uma novela negra de Pier Paolo Pasolini, assim como romances da sueca Karin Boye e da camaronesa Léonora Miano, além de uma história da subversão Dada, sobre este movimento artístico.
O ensaio "Os empregados", do escritor, jornalista e sociólogo Siegfried Kracaucer, usualmente associado à chamada Escola de Frankfurt, foi publicado em 1930, como uma reportagem da vida quotidiana da época, que atestava a importância de "um novo tipo social do início do século XX: os empregados".O autor verificava "a ilusão da identidade burguesa" e descrevia um mundo que escamoteava a sua degradação, antecipando "o papel da nova classe média, anestesiada e iludida, na ascensão do nazismo"."O astrágalo", o romance mais conhecido da francesa Albertine Sarrazin, autora que morreu aos 29 anos, em 1967, também é publicado em setembro.Nascida na Argélia, Sarrazin foi um espírito em constante confronto com as autoridades e ‘O astrágalo’, escrito na prisão, em 1965, é visto como um romance "semiautobiográfico", que narra a fuga da protagonista e a fratura do osso do pé (o astrálago), que a condiciona, erguendo "dos escombros um ser inconformado e impetuoso", segundo a editora."Fulgurante cometa no universo literário francês", Sarrazin escreveria ainda ‘La Cavale’ e um terceiro romance, "La Traversière", editado pouco antes da morte.‘O astrágalo’ tem prefácio da norte-americana Patti Smith: "Pergunto-me se, sem ela, seria hoje o que sou", confessa a cantora.‘Dada -- História de uma subversão’, de Henri Béhar e Michel Carassou, com "os episódios essenciais e as reflexões dos protagonistas" desta revolução artística, é outro título a publicar em setembro.Para outubro, a Antígona anuncia ‘O universo concentracionário’, obra do ensaísta francês David Rousset, um dos primeiros deportados a falar dos mecanismos e da lógica dos campos de concentração, "pondo a nu as molas psicológicas e as hierarquias que neles se estabeleciam", segundo a Antígona.Escrito em 1945, apenas um ano após o final da II Guerra Mundial e da libertação dos campos de extermínio, "O universo concentracionário" mantinha-se inédito em Portugal.Outro título para outubro é ‘Kallocaína’, da escritora sueca Karin Boye, "um romance distópico", "inspirado pelo apogeu do nacional-socialismo na Alemanha", na linha de ‘Admirável Mundo Novo’, de Aldous Huxley, que precede ‘1984’, de George Orwell.Karin Boye foi "um dos vultos mais destacados na literatura sueca do século xx", contou-se entre os fundadores do jornal de vanguarda "Spektrum" e fez parte do movimento artístico e cultural Clarté, de pendor antifascista. Suicidou-se em 1941, no auge do nazismo.O guião/romance ‘La Nebbiosa’, de Pasolini, a publicar em novembro, "lê-se como um romance negro", cheio de violência, que "mergulha na periferia de uma Milão cruel (...), durante uma estonteante noite de fim de ano", descreve a editora.Nos novos títulos da Antígona, destaca-se igualmente ‘A estação da sombra’, de Léonora Miano, sobre uma tribo africana, confrontada com o tráfico negreiro."Léonora Miano nasceu em 1973, nos Camarões, vive em França, desde 1991, e é uma das vozes francófonas mais intensas da sua geração", afirma a editora.
nm