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A Maternidade é sempre uma fase importante na vida da Mulher. Por isso, quando lhe é negada, é sempre também um facto de recalcamento que interfere na sua vida.O modo como a Maternidade é vivênciada é altamente influenciado por factores que remontam à infância da Mulher na relação com a sua própria Mãe. Os factores negativos são intensificados subconscientemente: sexualidade perturbada, partos difíceis e dolorosos, relações conflituosas com o sexo masculino, etc.
Esta interiorização vai, mais tarde, confrontar-se com factores adquiridos, até a pessoa autonomizar-se. Só que esta autonomização pode mesmo nunca chegar a acontecer… Quanto mais marcante foi a vida familiar e a relação com a Mãe na infância, mais a Mulher – Menina tende a manifestar-se nas etapas importantes da Vida Adulta.
Assim, o desejo de “ter um filho” que deve ser uma atitude pessoal, consciente, até programada, só o é se a Mulher conseguir ser, efectivamente, “adulta”, isto é, capaz de tomar decisões e expressar os seus próprios sentimentos.
:: O grau de desenvolvimento psico-afectivo, o ambiente vivenciado durante a adolescência e a idade madura influenciam a atitude da Mulher que vai ser Mãe, tanto durante a gravidez, como, depois, no momento de parto e nas primeiras relações Mãe – Filho.
:: A Mulher que sabe que está grávida – mesmo quando a gravidez foi desejada, aceite e motivo de alegria – torna-se vulnerável: as modificações que começam a esboçar-se, tanto física como psicologicamente, modificam o seu habitual comportamento.
:: A gravidez representa, de facto, uma “ameaça” para o corpo da Mulher: modificações sucessivas, deformações, aumento de peso, aumento do volume dos seios, alteração da pele e até do cabelo, faz a Mulher sentir-se desvalorizada aos olhos dos outros.
É nesta fase que os “elogios” vindos, sobretudo, do companheiro podem ter um papel fulcral.
:: As modificações da personalidade também são habituais: labilidade emocional que pode ir desde reacções excessivas e inusitadas (raiva, medo, tristeza, etc.) até indiferença afectiva em relação ao meio ambiente, alterações da sexualidade, etc., as quais podem interferir na vida familiar e, por vezes, mesmo na vida profissional.
As Perturbações somáticas (náuseas, vómitos, cefaleias, anorexia ou bulimia) associam-se frequentemente, sobretudo no início da gravidez.
:: É na altura em que a Mulher necessita de grande compreensão, de se “sentir amada” pelos seus, em particular pelo seu companheiro. É de facto indispensável que isso seja explicado nas consultas prénatais de preferência ao casal em conjunto.
É também importante que o médico que vigia a gravidez crie um ambiente de confiança, de empatia e seja disponível para ouvir qualquer queixa, explicando o melhor possível, mesmo que isso custe algum do “seu tempo” que nunca é demais…
Isto é mais necessário, como é óbvio, numa 1.ª gravidez.
No 2.º trimestre a Mulher tem “mais provas” que a levam finalmente a assumir-se como “grávida”: nota os movimentos fetais, tem de alterar o seu vestuário, ouve os sons fetais no doppler e fica entusiasmada com o que vê nas ecografias… Já então deve ter feito o rastreio prénatal, o que lhe trará alguma confiança quanto à provável normalidade do seu filho e até ao conhecimento do sexo…
Durante este período tão rico de emoções a ambivalência atenua-se e a angústia inicial tende a diminuir.
:: No 3.º trimestre porém as crises ansiosas voltam a surgir potenciadas pelo “receio do parto”.
Se a grávida se preparou lendo e ouvindo os conselhos, se a presença da sua Mãe é de modo incutir confiança e optimismo, se é capaz de não valorizar demasiado os “maus casos” descritos por “amigas” mal informadas… então poderá atravessar este período com certa dose de confiança. Mesmo assim não deixará de se interrogar: “como será???”. Vivencia esse acontecimento único da separação dos dois corpos: o seu e o do seu filho.
Os dias irão decorrer sempre contados até à chegada do “grande acontecimento”. Tratará do pequeno enxoval para si e para o seu filho, andará ocupada e distraída… Mas quando pensa na data que se avizinha fica perturbada: “com quem se parece?”, “será perfeito?”.
:: Ainda aqui é muito importante a atenção que lhe presta a família mais próxima, em particular o companheiro. Também o médico assistente poderá ter uma atitude de “mais valia”, mostrando compreensão e optimismo. Nunca é demais o tempo que a isso se dedica… É nessa atitude que a Mulher se vai apoiar, refutando para 2.º plano os seus medos que surgem particularmente à noite, ao deitar ou mesmo durante o sono…
:: Quando chega o “grande momento” – o Parto – há uma sensação de alívio e de receio em simultâneo. Hoje a Mulher já conta que lhe vai ser administrada a anestesia epidural. Se foi convenientemente informada não a receia: deseja-a. E vem também a euforia de ver finalmente o seu filho. Mas…, e “se o parto se complica?” e “se o bebé apresenta alguma malformação não diagnosticada?” – isto são receios que frequentemente a assaltam…
:: O bebé nasce: “chora já?”, “ainda não chora?”, “quanto pesa?”, “quanto mede?”. “tem semelhanças com o Pai?”, “ou antes é parecido com a Mãe?”. Estas perguntas saem em catadupa… É bom deixá-las sair… Alivia a ansiedade da parturiente…
:: Ao parto segue-se a amamentação. A princípio desejada, torna-se frequentemente cansativa. Noites “mal dormidas”, receio de “não estar a proceder convenientemente” com o bebé, o incómodo dos seios volumosos e quase sempre dolorosos…
Aqui ainda as experiências relatadas pela Mãe têm uma influência decisiva. A Mãe tanto pode ser fonte de traumatismos como pode ser baluarte que alivia…
:: A decisão de amamentar ou de suprir a amamentação (com um motivo real ou camuflado de que “o leite não presta”) pode também ser fonte de traumatismos psicológicos. Ainda aqui o meio familiar tem um papel a desempenhar.
A chamada “depressão pós-parto” que existe em alguns casos relacionado com grandes variações hormonais, surge sobretudo em personalidades predispostas – em que já falámos.
Concluindo
:: A personalidade de cada Mulher comanda a boa aceitação da gravidez.
:: A personalidade constrói-se desde o nascimento nas relações da criança com os seus progenitores: Mãe e Pai.
:: As graves perturbações surgem em Mulheres “menos seguras”, mais “infantis”, nascidas em meios familiares tantas vezes problemáticos e com falta de afecto.
:: É altura de cercar estas Mulheres com o carinho e a disponibilidade que não teve enquanto criança…
Esta interiorização vai, mais tarde, confrontar-se com factores adquiridos, até a pessoa autonomizar-se. Só que esta autonomização pode mesmo nunca chegar a acontecer… Quanto mais marcante foi a vida familiar e a relação com a Mãe na infância, mais a Mulher – Menina tende a manifestar-se nas etapas importantes da Vida Adulta.
Assim, o desejo de “ter um filho” que deve ser uma atitude pessoal, consciente, até programada, só o é se a Mulher conseguir ser, efectivamente, “adulta”, isto é, capaz de tomar decisões e expressar os seus próprios sentimentos.
:: O grau de desenvolvimento psico-afectivo, o ambiente vivenciado durante a adolescência e a idade madura influenciam a atitude da Mulher que vai ser Mãe, tanto durante a gravidez, como, depois, no momento de parto e nas primeiras relações Mãe – Filho.
:: A Mulher que sabe que está grávida – mesmo quando a gravidez foi desejada, aceite e motivo de alegria – torna-se vulnerável: as modificações que começam a esboçar-se, tanto física como psicologicamente, modificam o seu habitual comportamento.
:: A gravidez representa, de facto, uma “ameaça” para o corpo da Mulher: modificações sucessivas, deformações, aumento de peso, aumento do volume dos seios, alteração da pele e até do cabelo, faz a Mulher sentir-se desvalorizada aos olhos dos outros.
É nesta fase que os “elogios” vindos, sobretudo, do companheiro podem ter um papel fulcral.
:: As modificações da personalidade também são habituais: labilidade emocional que pode ir desde reacções excessivas e inusitadas (raiva, medo, tristeza, etc.) até indiferença afectiva em relação ao meio ambiente, alterações da sexualidade, etc., as quais podem interferir na vida familiar e, por vezes, mesmo na vida profissional.
As Perturbações somáticas (náuseas, vómitos, cefaleias, anorexia ou bulimia) associam-se frequentemente, sobretudo no início da gravidez.
:: É na altura em que a Mulher necessita de grande compreensão, de se “sentir amada” pelos seus, em particular pelo seu companheiro. É de facto indispensável que isso seja explicado nas consultas prénatais de preferência ao casal em conjunto.
É também importante que o médico que vigia a gravidez crie um ambiente de confiança, de empatia e seja disponível para ouvir qualquer queixa, explicando o melhor possível, mesmo que isso custe algum do “seu tempo” que nunca é demais…
Isto é mais necessário, como é óbvio, numa 1.ª gravidez.
No 2.º trimestre a Mulher tem “mais provas” que a levam finalmente a assumir-se como “grávida”: nota os movimentos fetais, tem de alterar o seu vestuário, ouve os sons fetais no doppler e fica entusiasmada com o que vê nas ecografias… Já então deve ter feito o rastreio prénatal, o que lhe trará alguma confiança quanto à provável normalidade do seu filho e até ao conhecimento do sexo…
Durante este período tão rico de emoções a ambivalência atenua-se e a angústia inicial tende a diminuir.
:: No 3.º trimestre porém as crises ansiosas voltam a surgir potenciadas pelo “receio do parto”.
Se a grávida se preparou lendo e ouvindo os conselhos, se a presença da sua Mãe é de modo incutir confiança e optimismo, se é capaz de não valorizar demasiado os “maus casos” descritos por “amigas” mal informadas… então poderá atravessar este período com certa dose de confiança. Mesmo assim não deixará de se interrogar: “como será???”. Vivencia esse acontecimento único da separação dos dois corpos: o seu e o do seu filho.
Os dias irão decorrer sempre contados até à chegada do “grande acontecimento”. Tratará do pequeno enxoval para si e para o seu filho, andará ocupada e distraída… Mas quando pensa na data que se avizinha fica perturbada: “com quem se parece?”, “será perfeito?”.
:: Ainda aqui é muito importante a atenção que lhe presta a família mais próxima, em particular o companheiro. Também o médico assistente poderá ter uma atitude de “mais valia”, mostrando compreensão e optimismo. Nunca é demais o tempo que a isso se dedica… É nessa atitude que a Mulher se vai apoiar, refutando para 2.º plano os seus medos que surgem particularmente à noite, ao deitar ou mesmo durante o sono…
:: Quando chega o “grande momento” – o Parto – há uma sensação de alívio e de receio em simultâneo. Hoje a Mulher já conta que lhe vai ser administrada a anestesia epidural. Se foi convenientemente informada não a receia: deseja-a. E vem também a euforia de ver finalmente o seu filho. Mas…, e “se o parto se complica?” e “se o bebé apresenta alguma malformação não diagnosticada?” – isto são receios que frequentemente a assaltam…
:: O bebé nasce: “chora já?”, “ainda não chora?”, “quanto pesa?”, “quanto mede?”. “tem semelhanças com o Pai?”, “ou antes é parecido com a Mãe?”. Estas perguntas saem em catadupa… É bom deixá-las sair… Alivia a ansiedade da parturiente…
:: Ao parto segue-se a amamentação. A princípio desejada, torna-se frequentemente cansativa. Noites “mal dormidas”, receio de “não estar a proceder convenientemente” com o bebé, o incómodo dos seios volumosos e quase sempre dolorosos…
Aqui ainda as experiências relatadas pela Mãe têm uma influência decisiva. A Mãe tanto pode ser fonte de traumatismos como pode ser baluarte que alivia…
:: A decisão de amamentar ou de suprir a amamentação (com um motivo real ou camuflado de que “o leite não presta”) pode também ser fonte de traumatismos psicológicos. Ainda aqui o meio familiar tem um papel a desempenhar.
A chamada “depressão pós-parto” que existe em alguns casos relacionado com grandes variações hormonais, surge sobretudo em personalidades predispostas – em que já falámos.
Concluindo
:: A personalidade de cada Mulher comanda a boa aceitação da gravidez.
:: A personalidade constrói-se desde o nascimento nas relações da criança com os seus progenitores: Mãe e Pai.
:: As graves perturbações surgem em Mulheres “menos seguras”, mais “infantis”, nascidas em meios familiares tantas vezes problemáticos e com falta de afecto.
:: É altura de cercar estas Mulheres com o carinho e a disponibilidade que não teve enquanto criança…