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O tio Gilberto é piloto de balão. Prometeu à Anita e ao João levá-los no domingo à corrida de balões. No dia da festa, os concorrentes preparam-se.
É de tarde e o tempo está maravilhoso, pois o vento abrandara.
- Vão partir todos ao mesmo tempo?
- Claro, se tudo correr bem.
- O que é que faz voar os balões?
- Elevam-se quando se enchem de gás porque o gás é mais leve do que o ar.
- Onde está o teu balão? - perguntou a Anita.
- Não é bem igual aos outros… Vamos já tratar dele! Descarregam o balão do tio Gilberto no local indicado do campo
da feira.
As crianças estão intrigadas:
- É isto o teu balão?… É tão pequeno e espalmado!
-Como poderemos embarcar?
- Não é tão pequeno como isso, vão ver! E, agora, ao trabalho, meninos! Vamos enchê-lo.
- Vai ser divertidíssimo! - grita o Pantufa.
Os mirones aproximam-se enquanto eles dispõem o material: o embrulho que se desenrola como um pára-quedas, a barquinha para os passageiros, as garrafas de gás, o queimador e o extintor.
- Um queimador, tio Gilberto? E para quê?…
- O meu balão não é como os outros. Tem de ser enchido com ar quente. É para isso que vamos precisar de um queimador. Mas não é já. Primeiro usamos o ventilador para começar a encher o balão.
Falta levantar um pouco o tecido… assim, meninos… para que o ar entre pela abertura e encha o balão até ao fundo.
- Isto vai! Isto vai! - entusiasma-se o Pantufa.
- E agora, Pantufa, desaparece daqui porque vamos acender o queimador. Não é altura de fazeres disparates!
Está tudo a postos?… O tio Gilberto acende o queimador. Mas que grande confusão! O Pantufa saiu a correr do balão, como se fugisse do diabo…
A garrafa está cheia de gás. O queimador a gás aquece o ar. O ar quente dilata-se e enche o balão.
O balão está devidamente cheio e puxa pelos cabos, pois quer voar. É altura de subirem para bordo, o que é uma manobra delicada. - Agarrem-se à barquinha e segurem-se bem!
Devem instalar-se o melhor possível e não se deixarem surpreender
por qualquer rajada de vento.
- Despachem-se, meninos! Estão prontos?
E partiram!
O balão ergue-se com os seus passageiros.
A multidão aplaude.
O pai e a mãe chegam a tempo de assistir à partida.
João vê os espectadores desaparecerem debaixo da barquinha. A Anita mal pode respirar.
- Não sentes vertigens, Pantufa?
- O que vem a ser isso?
- É uma espécie de enjoo…
Tomam altura. O queimador cospe fogo. A chama faz um barulho ensurdecedor.
- Será perigoso?
-Não tenhas medo, Anita. Tenho carta de piloto!
Lá em baixo, as pessoas parecem formigas.
Vê-se o campo da feira, os telhados, os campanários… Olha um helicóptero! São os fiscais de voo que vigiam os concorrentes.
Estão quase na altura devida. O tio Gilberto corta o gás. O queimador apaga-se e… depois, há uma grande calma. Mal se ouve o ruído de um tractor. A paisagem parece adormecida.
A carroça na estrada, as vacas no prado, a barcaça no rio… nada se move! Mas isso não passa de uma ilusão…
- Estamos quase parados. Acelera! - diz o Pantufa.
Um balão não é um au móvel! Não tem acelerador,
nem travão, nem guiador. Então como vais agarrar outros concorrentes, tio
Gilberto?
- Para manobrar, temos de nos servir do vento. Mas o vento não sopra sempre na mesma direcção nem com a mesma força. Além há pouco e aqui muito. Isso depende da atmosfera. É necessário saber descobrir as correntes. Tens de procurar no céu a direcção do vento. Para isso, às vezes é preciso subir e, outras, descer um pouco. É uma questão de experiência.
- Reparem nesse concorrente que tenta uma ultrapassagem… Depressa!
- Há mais do lado direito!
- A que altitude estamos? - pergunta a Anita.
- A cerca de trezentos metros… Navegar no céu não é empresa fácil, podem crer.
- O que quer dizer navegar no céu? - Não sabes?
- Navegar… é andar de barco.
- Pois, meninos, também se diz navegar no ar. - Onde vamos? Não se sente o vento. É estranho, não é?
- Não sentes o vento porque é ele que nos empurra!
Não se sente a velocidade por causa da altitude.
- Quero descer! - choraminga o Pantufa. - Onde está a nossa casa? O tio Gilberto ri-se:
- Podemos ir muito longe quando nos deixamos levar pelo vento. - O tempo está a piorar!
-Tenham confiança. É só uma nuvem que passa… - Águias, águias! - grita o Pantufa.
- Nada disso, palerma! Essas aves são gaivotas - responde a Anita. - Se se aproximam demasiado podem queimar as asas.
- Vão-se embora! Vão-se embora!
O tio Gilberto apaga outra vez o queimador. As aves desaparecem.
- Onde estaremos, agora? Vamos consultar a bússola e a carta. - Oiçam! Vem aí o helicóptero, que já deu por nós. O piloto faz-nos sinais para descer - diz a Anita. - Que se passará?
- O mar? Vamos afogar-nos!
- Não digas tolices, Pantufa! - intervém o tio Gilberto. - Vamos aterrar nas dunas… ou na praia. Corre tudo bem.
A Anita está preocupada. Ouve os ruídos que sobem de terra: o vaivém da circulação, os gritos das crianças que jogam à bola, a sereia de um barco…
- Tio Gilberto, sabias que vínhamos para a costa?
- Bem. Tinha alguma esperança. Era de prever, com este vento leste… Mesmo assim, tivemos sorte. Parece-me que ganhámos a corrida.
- E os outros concorrentes?
- Talvez tenham gasto demasiado gás e perdessem altura. Ou, então, não tivessem sabido aproveitar as correntes e, por falta de vento, fossem obrigados a aterrar no campo. Em breve o saberemos.
Para já, o principal é fazer uma boa aterragem!
Para isso, temos de escolher um bom local.
Seria bem bom se pudéssemos poisar na areia, evitando as árvores e o parque de campismo.
- Está a descer. Reparem, vai poisar aqui perto, pela certa!
- E se caírem no mar?
- Não penses nisso! Vão safar-se bem.
- Eh, lá! Cuidado com o meu papagaio!
O Pantufa não se sente à vontade. Está tão preocupado que mal consegue respirar.
A Anita também -sente o coração aos pulos.
O balão dirige-se para a praia. Mais alguns segundos…
O vento empurra o aeróstato para o mar.
A barquinha arrasta-se pela areia… E… pumba! Dá uma cambalhota.
Levantam-se. É preciso manter o balão imóvel para que o material
não se estrague. Os curiosos acorrem. - Nada partido?
- Obrigado, vai tudo bem. O helicóptero poisa perto.
O fiscal da corrida desce do aparelho.
- Bravo! Parabéns! Ganharam a corrida! Os outros concorrentes tiveram de poisar no campo. Vocês percorreram a maior distância. Ainda bem que puderam poisar sem problemas!…
Todos ajudam o tio Gilberto a esvaziar completamente o balão para que não fique lá dentro nenhum ar quente. Caso contrário, podia ser arrastado pelo vento.
Mas corre tudo bem. A tarde cai e o céu está sereno. O mar faz rolar docemente as ondas na areia. Dir-se-ia que a noite nunca mais chega. Os curiosos rodeiam o balão.
- Eu bem te disse que eles iam poisar aqui perto - diz um garoto entusiasmado. - Tinha razão!
- O piloto é um ás! Viva!
A Anita e o João sentem-se orgulhosos.
- Que tal correu o voo? - pergunta um jornalista. - Foi uma viagem extraordinária.
- Sabe - diz o Pantufa -, ninguém teve medo!
- Poisaram mesmo a tempo. O vento podia arrastar-vos para o largo. Aproxima-se um garoto com uma bola debaixo do braço. - Posso voar com vocês?
- Qualquer dia. Hoje é demasiado tarde! Agora vamos para casa - responde o tio Gilberto. - Vamos, meninos, ajudem-me a dobrar o nosso balão!
É de tarde e o tempo está maravilhoso, pois o vento abrandara.
- Vão partir todos ao mesmo tempo?
- Claro, se tudo correr bem.
- O que é que faz voar os balões?
- Elevam-se quando se enchem de gás porque o gás é mais leve do que o ar.
- Onde está o teu balão? - perguntou a Anita.
- Não é bem igual aos outros… Vamos já tratar dele! Descarregam o balão do tio Gilberto no local indicado do campo
da feira.
As crianças estão intrigadas:
- É isto o teu balão?… É tão pequeno e espalmado!
-Como poderemos embarcar?
- Não é tão pequeno como isso, vão ver! E, agora, ao trabalho, meninos! Vamos enchê-lo.
- Vai ser divertidíssimo! - grita o Pantufa.
Os mirones aproximam-se enquanto eles dispõem o material: o embrulho que se desenrola como um pára-quedas, a barquinha para os passageiros, as garrafas de gás, o queimador e o extintor.
- Um queimador, tio Gilberto? E para quê?…
- O meu balão não é como os outros. Tem de ser enchido com ar quente. É para isso que vamos precisar de um queimador. Mas não é já. Primeiro usamos o ventilador para começar a encher o balão.
Falta levantar um pouco o tecido… assim, meninos… para que o ar entre pela abertura e encha o balão até ao fundo.
- Isto vai! Isto vai! - entusiasma-se o Pantufa.
- E agora, Pantufa, desaparece daqui porque vamos acender o queimador. Não é altura de fazeres disparates!
Está tudo a postos?… O tio Gilberto acende o queimador. Mas que grande confusão! O Pantufa saiu a correr do balão, como se fugisse do diabo…
A garrafa está cheia de gás. O queimador a gás aquece o ar. O ar quente dilata-se e enche o balão.
O balão está devidamente cheio e puxa pelos cabos, pois quer voar. É altura de subirem para bordo, o que é uma manobra delicada. - Agarrem-se à barquinha e segurem-se bem!
Devem instalar-se o melhor possível e não se deixarem surpreender
por qualquer rajada de vento.
- Despachem-se, meninos! Estão prontos?
E partiram!
O balão ergue-se com os seus passageiros.
A multidão aplaude.
O pai e a mãe chegam a tempo de assistir à partida.
João vê os espectadores desaparecerem debaixo da barquinha. A Anita mal pode respirar.
- Não sentes vertigens, Pantufa?
- O que vem a ser isso?
- É uma espécie de enjoo…
Tomam altura. O queimador cospe fogo. A chama faz um barulho ensurdecedor.
- Será perigoso?
-Não tenhas medo, Anita. Tenho carta de piloto!
Lá em baixo, as pessoas parecem formigas.
Vê-se o campo da feira, os telhados, os campanários… Olha um helicóptero! São os fiscais de voo que vigiam os concorrentes.
Estão quase na altura devida. O tio Gilberto corta o gás. O queimador apaga-se e… depois, há uma grande calma. Mal se ouve o ruído de um tractor. A paisagem parece adormecida.
A carroça na estrada, as vacas no prado, a barcaça no rio… nada se move! Mas isso não passa de uma ilusão…
- Estamos quase parados. Acelera! - diz o Pantufa.
Um balão não é um au móvel! Não tem acelerador,
nem travão, nem guiador. Então como vais agarrar outros concorrentes, tio
Gilberto?
- Para manobrar, temos de nos servir do vento. Mas o vento não sopra sempre na mesma direcção nem com a mesma força. Além há pouco e aqui muito. Isso depende da atmosfera. É necessário saber descobrir as correntes. Tens de procurar no céu a direcção do vento. Para isso, às vezes é preciso subir e, outras, descer um pouco. É uma questão de experiência.
- Reparem nesse concorrente que tenta uma ultrapassagem… Depressa!
- Há mais do lado direito!
- A que altitude estamos? - pergunta a Anita.
- A cerca de trezentos metros… Navegar no céu não é empresa fácil, podem crer.
- O que quer dizer navegar no céu? - Não sabes?
- Navegar… é andar de barco.
- Pois, meninos, também se diz navegar no ar. - Onde vamos? Não se sente o vento. É estranho, não é?
- Não sentes o vento porque é ele que nos empurra!
Não se sente a velocidade por causa da altitude.
- Quero descer! - choraminga o Pantufa. - Onde está a nossa casa? O tio Gilberto ri-se:
- Podemos ir muito longe quando nos deixamos levar pelo vento. - O tempo está a piorar!
-Tenham confiança. É só uma nuvem que passa… - Águias, águias! - grita o Pantufa.
- Nada disso, palerma! Essas aves são gaivotas - responde a Anita. - Se se aproximam demasiado podem queimar as asas.
- Vão-se embora! Vão-se embora!
O tio Gilberto apaga outra vez o queimador. As aves desaparecem.
- Onde estaremos, agora? Vamos consultar a bússola e a carta. - Oiçam! Vem aí o helicóptero, que já deu por nós. O piloto faz-nos sinais para descer - diz a Anita. - Que se passará?
- O mar? Vamos afogar-nos!
- Não digas tolices, Pantufa! - intervém o tio Gilberto. - Vamos aterrar nas dunas… ou na praia. Corre tudo bem.
A Anita está preocupada. Ouve os ruídos que sobem de terra: o vaivém da circulação, os gritos das crianças que jogam à bola, a sereia de um barco…
- Tio Gilberto, sabias que vínhamos para a costa?
- Bem. Tinha alguma esperança. Era de prever, com este vento leste… Mesmo assim, tivemos sorte. Parece-me que ganhámos a corrida.
- E os outros concorrentes?
- Talvez tenham gasto demasiado gás e perdessem altura. Ou, então, não tivessem sabido aproveitar as correntes e, por falta de vento, fossem obrigados a aterrar no campo. Em breve o saberemos.
Para já, o principal é fazer uma boa aterragem!
Para isso, temos de escolher um bom local.
Seria bem bom se pudéssemos poisar na areia, evitando as árvores e o parque de campismo.
- Está a descer. Reparem, vai poisar aqui perto, pela certa!
- E se caírem no mar?
- Não penses nisso! Vão safar-se bem.
- Eh, lá! Cuidado com o meu papagaio!
O Pantufa não se sente à vontade. Está tão preocupado que mal consegue respirar.
A Anita também -sente o coração aos pulos.
O balão dirige-se para a praia. Mais alguns segundos…
O vento empurra o aeróstato para o mar.
A barquinha arrasta-se pela areia… E… pumba! Dá uma cambalhota.
Levantam-se. É preciso manter o balão imóvel para que o material
não se estrague. Os curiosos acorrem. - Nada partido?
- Obrigado, vai tudo bem. O helicóptero poisa perto.
O fiscal da corrida desce do aparelho.
- Bravo! Parabéns! Ganharam a corrida! Os outros concorrentes tiveram de poisar no campo. Vocês percorreram a maior distância. Ainda bem que puderam poisar sem problemas!…
Todos ajudam o tio Gilberto a esvaziar completamente o balão para que não fique lá dentro nenhum ar quente. Caso contrário, podia ser arrastado pelo vento.
Mas corre tudo bem. A tarde cai e o céu está sereno. O mar faz rolar docemente as ondas na areia. Dir-se-ia que a noite nunca mais chega. Os curiosos rodeiam o balão.
- Eu bem te disse que eles iam poisar aqui perto - diz um garoto entusiasmado. - Tinha razão!
- O piloto é um ás! Viva!
A Anita e o João sentem-se orgulhosos.
- Que tal correu o voo? - pergunta um jornalista. - Foi uma viagem extraordinária.
- Sabe - diz o Pantufa -, ninguém teve medo!
- Poisaram mesmo a tempo. O vento podia arrastar-vos para o largo. Aproxima-se um garoto com uma bola debaixo do braço. - Posso voar com vocês?
- Qualquer dia. Hoje é demasiado tarde! Agora vamos para casa - responde o tio Gilberto. - Vamos, meninos, ajudem-me a dobrar o nosso balão!