Nelson14
GF Platina
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Um aluno do 9.º ano de uma escola de Lisboa está a ser impedido de entrar no estabelecimento de ensino depois de ter tido covid-19, apesar de a mãe já ter apresentado o resultado negativo do teste. Noutro estabelecimento em Sintra
Volvido que está um mês após o arranque do ano lectivo, com as contingências relacionadas com a pandemia de covid-19, continua a existir algum desnorte e muitas dúvidas entre pais e responsáveis dos estabelecimentos.
O caso de Gabriel, um estudante que não vai às aulas há mais de três semanas, depois de ter tido covid-19, é um exemplo dessas dúvidas e do medo do desconhecido motivado pela pandemia.
O aluno de 14 anos teve covid-19 mas o teste de despistagem já veio confirmar que está curado. A mãe Judith Soares enviou, na semana passada, os resultados laboratoriais para a directora de turma da Escola EB23 Luís de Camões que respondeu dizendo que o aluno “só pode regressar à escola acompanhado de um atestado de cura passado pelo médico”.
“Não é suficiente o resultado do teste”, afirmou esta responsável numa troca de emails com a mãe do estudante.
Judith Soares contactou o Centro de Saúde, ligou para o SNS24, tentou contactar a médica de família, mas todos os que responderam ao seu pedido de ajuda disseram que bastava o resultado do teste e que não iriam passar qualquer declaração.
A mãe voltou então a avisar a directora de que não tinha nenhum atestado e de que a escola tinha de receber o aluno com o teste negativo. Mas a escola manteve a posição.
Na segunda-feira, a Directora-Geral da Saúde, Graça Freitas, reafirmou à Lusa que “uma criança ou adulto que cumpre período de quarentena, está assintomática e tem teste negativo pode voltar tranquilamente à sua escola”.
Enquanto decorre o impasse, o jovem perdeu o contacto com os professores, colegas e com as matérias que estão a ser dadas. “Pedi que me fossem enviando trabalhos para ele poder ir acompanhando, mas nada. Hoje tinha um teste de Físico-Química e não o fez”, contou à Lusa Judith Soares.
O processo de envio de informação para as escolas, por parte das entidades de saúde, está a demorar cerca de uma semana, referiu a mãe do aluno, para explicar os esforços que está a fazer para Gabriel poder regressar às aulas.
“Ninguém quer saber. Uma pessoa sente-se sozinha, sem saber a quem recorrer”, desabafou ainda esta mãe.
“Os serviços de saúde estão assoberbados com trabalho, não recebem as pessoas sem marcação prévia, não atendem os telefones e têm as caixas de email cheias”, acrescentou à Lusa.
Do lado das escolas, impera o medo do desconhecido. Mas, para Judith, o mais grave é a forma como tratam pais e alunos, lamentando que o seu filho “está a ser prejudicado” por um problema que os ultrapassa.
Fonte:Zap