Aguilera e Cher, a aprendiz e a feiticeira

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Estreia hoje, quinta-feira, nas salas portuguesas "Burlesque", filme no qual as cantoras Cher (que já tem um longo currículo no cinema) e Christina Aguilera homenageiam um dos géneros clássicos do cinema norte-americano, o musical. A história é clássica, mas eficaz. Veja o vídeo.




A história clássica do cinema norte-americano, o dos grandes estúdios de Hollywood, foi marcada, entre outras coisas, por uma forte política de géneros, que raras vezes se misturavam. O cinema, enquanto forma de expressão artística e como linguagem e forma de comunicação dava os seus primeiros passos. Cada género ia descobrindo também os seus próprios códigos e regras.

Hoje em dia, pelo contrário, o que prevalece são as produções híbridas. Mais uma vez, se nos situarmos no quadro dos filmes que saem do que resta das grandes companhias de Holywood. Mais do que filmes, procuram-se produtos, apontados para determinados alvos. E, para que esse público potencial seja o mais alargado possível, nada melhor do que mesclar géneros.

Cantora com Oscar

Os clássicos, aqueles com regras mais precisas e que, por mais volta que se dê, não podem ser ignoradas, têm sido os mais sacrificados, apesar de uma ou outra abordagem. O caso mais grave será mesmo o western. O musical é outro, embora aqui se conheçam, quase todos os anos, novas apostas e investidas. Afinal, quem não gosta de música? E o vídeo musical passou a ocupar uma porção considerável dos tempos de lazer.

No cruzamento destas ideias, surge, mesmo a acabar o ano, uma nova produção no domínio do musical. "Burlesque" é um projecto pessoal de Steve Antin, afinal mais conhecido como actor do que pelo seu trabalho atrás das câmaras, e traz uma dupla que é mais conhecida das tabelas de vendas de discos e dos espectáculos do que pela sua carreira cinematográfica.

Aliás, no caso de Cher, que até tem uma boa carteira de títulos no currículo, na maior parte dos casos, situam-se no domínio do drama ou mesmo da comédia, o que lhe valeu um na altura merecido Oscar, pelo seu trabalho em "O feitiço da Lua", depois de outra nomeação, por "Reacção em cadeia".
Quanto a Christina Aguilera, apesar da vertente cinematográfica de muitos dos seus vídeos promocionais e da sua experiência em palco, estreia-se em absoluto como actriz de ficção.

A história de "Burlesque" segue um modelo clássico, que já vem dos primórdios do género, tendo sido sustentáculo de tantas produções, desde os tempos da lendária dupla Fred Astaire e Ginger Rogers. Cher é Tess, proprietária e antiga estrela do The Burlesque Lounge, uma sala de espectáculos que já viveu os seus melhores dias. É aí que chega Ali, uma jovem da província que vem tentar a sorte na grande cidade. Começando a trabalhar como criada, acaba por vir a ser ela o rosto, o corpo e a voz da renovação do velho teatro, que estava prestes a cair nas mãos de um investidor, ávido do potencial imobiliário do local...

Ao contrário de produções recentes no género, que reproduziam na tela enormes êxitos dos palcos, sobretudo da mítica Broadway, tendência, aliás, histórica no cinema musical e de que são exemplos títulos como "Mamma mia!" ou "Nove", entre muitos outros, "Burlesque" saiu directamente do imaginário de Steve Antin, que escreveu e dirigiu o filme.

Mais conhecido como actor, carreira em que começou ainda adolescente, Steve Antin foi, no entanto, sendo cada vez mais seduzido pela escrita, abalançando-se agora pela primeira vez também na direcção de uma longa-metragem para cinema, tendo-se sabido rodear de músicos e coreógrafos de vasta experiência e de duas divas de inquestionável potencial mediático.

Jornal de Notícias
 
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