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ACORDAR E ADORMECER Constatação fundamental para qualquer pré ou recém pai: o padrão de sono dos bebés não é igual ao dos adultos. Nenhum bebé dorme uma noite inteira seguida, tranquilamente e sem despertar. Simplesmente, porque não é possível. O sono não é um processo contínuo. É normal os bebés acordarem e adormecerem várias vezes durante a noite: os seus ciclos de sono são mais curtos e mais frequentes do que os dos adultos. Além disso, passam mais tempo na fase do sono leve, contabilizando mais breves despertares do que os adultos. Assim funciona a natureza. Eis a descrição de como a maior parte dos bebés dorme: adormecer, sono leve, sono profundo durante uma hora, breve despertar, sono profundo durante uma ou duas horas, sono leve, breve despertar, movimentos oculares rápidos (sonhos), breve despertar, sono leve, breve despertar, mais sonhos, outra fase de sono profundo (quase de manhã), breve despertar, sonhos, breve despertar, sono leve, despertar. A maioria dos bebés acorda duas ou três vezes durante a noite até aos seis meses e uma ou duas até completar um ano de idade. Como vê, acordar a meio da noite faz parte do sono normal, natural e saudável do seu filho.
BERÇO São muitas as opções de camas de grades à venda no mercado. Aconselhamos que se preocupe com a segurança acima de tudo. A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) recomenda algumas precauções. O berço deve ser sólido e estável, sem arestas ou qualquer outra saliência susceptível de prender a roupa do bebé ou a corrente da chupeta. O colchão deve ser firme, adaptado ao tamanho da cama. As grades, aspecto muito importante, devem ter uma altura mínima, pelo interior, de 60 centímetros, não devendo ter aberturas superiores a seis centímetros. Confirme sempre se a cama obedece às normas europeias de segurança.
CHORAR Por causa dos inúmeros despertares nocturnos (ver Acordar e adormecer), é frequente os bebés chorarem durante a noite. Para desespero dos pais, que vêem, muitas vezes, a sua rotina de sono totalmente alterada. Que fazer? Embalá-los, dar-lhes de mamar, cantar-lhes uma cantiga ou deixá-los chorar para que aprendam a voltar a adormecer sozinhos? É uma questão que divide, apaixonadamente, pediatras e psicólogos. Há quem diga que responder constantemente ao «chamamento» do bebé, ou seja, o choro, o impede de descobrir os mecanismos para voltar a adormecer sozinho, ferramenta essencial para conquistar a sua autonomia. O médico Richard Ferber (ver Ferber, Richard), referência norte-americana em matéria de sono pediátrico, é um dos que assim pensa. Segundo Ferber, a estratégia para conseguir que a criança durma a noite inteira sem chamar pelos pais é ensinar-lhe que deve voltar a adormecer sozinha. Isso implica deixá-la chorar durante alguns períodos que podem ir aumentando gradualmente. Mas há quem defenda exactamente o contrário. «A criança não aprende coisa alguma chorando sozinha, no escuro, durante muito tempo – fica demasiado perturbada para ser capaz de dar os passos necessários para sossegar sem a ajuda dos pais», escreve o pediatra Berry Brazelton no livro «A criança e o sono» (Ed. Presença). Carlos González, pediatra espanhol, autor do best-seller «Bésame Mucho» (Pergaminho), critica frontalmente os especialistas que defendem a “aprendizagem” do sono, seja por que método for, como deixar a criança chorar ou querer forçosamente que ela durma sozinha: «Dormir, como comer, respirar ou andar, não é um comportamento aprendido. Todos nascemos a saber dormir (…). Quanto mais se separa a forma como queremos que os nossos filhos durmam da forma como é natural para eles fazê--lo, mais teremos de os ensinar.»
DORMIR COM OS PAIS A partilha do sono é uma prática cada vez mais comum nas famílias ocidentais. Estudos feitos nos EUA indicam que o número de adultos que dorme rotineiramente com os filhos naquele país aumentou mais do dobro entre 1993 e 2000. Mas poucas práticas instintivas na espécie humana têm sido alvo de tantas críticas por parte da sociedade em geral e dos especialistas em particular. É ou não prejudicial para criança dormir com os pais? Não, diz Carlos González: os pais que partilham a cama com o seu bebé «estão a fazer o melhor para o filho (a única coisa que o acalma) e também o melhor para eles (a única coisa que lhes permite descansar).» O cosleeping não condiciona a autonomia da criança, nem a impede de dormir sozinha algum dia, defende o médico. Estudos sobre o sono demonstram que as mães que partilham a cama com os seus bebés têm um sono mais longo e mais reparador. Por seu lado, os bebés que dormem com as mães têm menos episódios de apneia: devido à proximidade, é mais fácil detectar quando alguma coisa não está bem. A amamentação também funciona melhor: o bebé mama quando quer e o processo decorre sem que ambos estejam completamente acordados. Nem sempre há espaço para todos na mesma cama. Por isso, há quem opte por colocar o berço junto à cama de casal, com uma das grades puxada para baixo. Pais e bebé dormem mais à vontade e mantêm a proximidade.
EMBALAR Embalar um bebé faz parte dos gestos utilizados para o acalmar, dar-lhe carinho e segurança e ajudá-lo a adormecer. Se o seu filho estiver sonolento e irritável, embale-o de um lado para o outro, ao colo, com uma mão nos ombros e a outra no rabinho. Pode também pô-lo de frente para si e embalá-lo para trás e para a frente, segurando-lhe na cabeça. Os bebés também gostam de ser embalados nos berços. Pode sentar-se ao lado do berço e embalá-lo com o pé enquanto faz outras coisas.
FERBER, RICHARD Famoso médico norte-americano, responsável pelo Centro das Perturbações Pediátricas do Sono do hospital pediátrico de Boston e autor de um livro que, apesar de ter sido escrito em meados da década de oitenta, é considerado uma referência ainda hoje: «How to solve your child’s sleep problems» (Como resolver os problemas de sono do seu filho). Ferber popularizou um método de «choro controlado» como forma de habituar os bebés a dormir sozinhos a noite inteira. A estratégia implica deixar o bebé chorar por períodos que podem ir aumentando gradualmente, de dia para dia. Segundo Ferber, desta forma, a criança treina a sua autonomia e descobre que é capaz de se acalmar e de adormecer sem a ajuda dos pais. Muitos são os que se opõem a esta teoria. Alguns estudos neurológicos vieram mesmo dizer que a negação de conforto nos primeiros anos de vida, momento crítico do desenvolvimento do cérebro, é prejudicial ao bebé. Outras investigações concluíram que os bebés que choravam e não obtinham resposta, acabavam por deixar de chorar, é certo, mas sofriam alterações irregulares ao nível do batimento cardíaco, da respiração, dos sistemas digestivo e imunitário e das hormonas de crescimento. O próprio Richard Ferber, numa recente reedição do livro, reviu alguns aspectos do seu pensamento. Por exemplo, em relação ao cosleeping. O médico, outrora crítico desta prática, reconhece agora que cada família sabe o que é melhor para si em termos de rotinas de sono, desde que o método utilizado resulte.
GRADES A partir de uma certa altura, que depende muito de bebé para bebé, o seu filho vai aventurar-se na perigosa e excitante escalada das grades do berço. Pode ser aos doze meses, mais coisa menos coisa, como pode ser aos dois anos. O importante é estar atento à altura em que ele começa a manifestar vontade de subir pelas grades da cama. Vai ficar espantado com a perícia do seu bebé, ele vai conseguir atingir o objectivo a que se propôs, por isso o melhor é baixar logo as grades do berço para evitar mergulhos em queda livre. Prepare-se, claro está, para as visitas nocturnas que, a partir de agora, o seu filho lhe vai fazer.
HÁBITOS A maneira como o seu filho adormece é determinante para a forma como ele vai voltar a dormir quando acorda a meio da noite. É importante pensar nisto enquanto está a conhecer o seu novo bebé, mas tenha em mente que não existem regras absolutas ou receitas mágicas sobre o sono dos bebés. Sobretudo, nenhuma regra serve para todos os bebés. Há bebés que gostam de adormecer ao colo, outros enquanto mamam. O importante é perceber que, por exemplo, se adormecer o seu bebé ao colo, aninhado a si, quando ele acordar a meio da noite e verificar que está sozinho no berço, vai chorar seguramente. Porque não sabe onde está a mãe. Muito provavelmente, só voltará a dormir se pegar nele ao colo. Alguns especialistas em sono pediátrico como a norte-americana Elisabeth Pantley (ver «Soluções para noites sem choro») aconselham a que se deite o bebé no berço antes que ele durma completamente. Quer ele adormeça ao colo ou a mamar. «Entenda que esses hábitos bonitos, tranquilos e de amizade são dificílimos de romper, por isso, escolha-os com cuidado», escreve Pantley.
INDEPENDÊNCIA Quando dormirá sozinho, a noite inteira, sem chamar por ninguém? É a grande questão. Atingir a maturidade do sono é um processo biológico. Elisabeth Pantley sugere que os pais tentem fazer perceber ao bebé que o berço é um lugar seguro e confortável. Depois podem oferecer-lhe um objecto que transmita segurança (ver Ursinho) e incentivá-lo a dormir com ele. Estabeleça uma rotina diária a e siga-a. Definir hábitos de sono diurnos e nocturnos (diferencie-os claramente), proporcionando momentos agradáveis à hora de dormir vão ajudar a criança a dormir sozinha e a sentir-se segura. A altura em que esta evolução deverá ter lugar depende de bebé para bebé, de família para família. Não force o seu filho a tornar-se independente se vê que ele ainda não está preparado. Vá preparando terreno, mas não o apresse. No caso de a criança dormir com os pais, a autonomia pode levar mais algum tempo (meses ou mesmo anos), mas, diz quem já passou por isso, que também é mais suave. A mudança ocorre quando a criança sente que está preparada e não por imposição. Por essa razão, muitas crianças que dormem com os pais instalam-se definitivamente no seu quarto de um dia para o outro.
JÁ A DORMIR! Não é possível obrigar uma criança a dormir. Durante o primeiro ano de vida, um bebé acorda várias vezes à noite. Como já foi mencionado, isso não é um problema, é um facto biológico. O problema é os pais quererem que o filho não acorde. Porque os pais é que necessitam de longos períodos de sono ininterrupto. A solução é, então, como diz Elisabeth Pantley, mudar o comportamento do bebé, mas «devagar, com cuidado e respeito». Sem imposições drásticas.
LEITE À medida que o organismo do bebé vai amadurecendo, é de esperar que ele consiga passar períodos mais longos à noite sem comer. Mas durante os primeiros meses, é normal um bebé acordar com fome. Se estiver a ser amamentado, é ainda mais provável que isto aconteça. Durante os primeiros seis meses de vida, conte com vários despertares à conta da fome. Se o seu bebé dormir quatro horas seguidas, por exemplo, é natural que acorde com apetite. Alimente-o, talvez depois ele durma mais quatro horas em vez de estar sempre a acordar e a chamar por si. É difícil estabelecer alguma regra quanto à alimentação nocturna. Há especialistas que gostam de definir horários e durações para as mamadas, mas cada vez mais se defende a alimentação em regime livre. O bebé deve mamar quando quiser, na mama ou no biberão, noites incluídas. Quando amamentar é a opção, de modo a facilitar o processo, muitas mães acabam por colocar o bebé a dormir perto de si (ver Dormir com os pais).
MORTE SÚBITA Para reduzir o risco de morte súbita, a Sociedade Portuguesa de Pediatria recomenda que os bebés sejam postos a dormir de costas. Vários estudos já vieram demonstrar que esta posição reduz consideravelmente as hipóteses de o bebé ser encontrado sem vida enquanto dorme. Não cubra demasiado o bebé, nem o aqueça em excesso. O colchão deve ser firme e plano. Destape a cabeça do bebé para dormir. Deite-o com os pés tocando o fundo da cama de forma a que não haja risco de ele escorregar para debaixo dos lençóis.
BERÇO São muitas as opções de camas de grades à venda no mercado. Aconselhamos que se preocupe com a segurança acima de tudo. A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) recomenda algumas precauções. O berço deve ser sólido e estável, sem arestas ou qualquer outra saliência susceptível de prender a roupa do bebé ou a corrente da chupeta. O colchão deve ser firme, adaptado ao tamanho da cama. As grades, aspecto muito importante, devem ter uma altura mínima, pelo interior, de 60 centímetros, não devendo ter aberturas superiores a seis centímetros. Confirme sempre se a cama obedece às normas europeias de segurança.
CHORAR Por causa dos inúmeros despertares nocturnos (ver Acordar e adormecer), é frequente os bebés chorarem durante a noite. Para desespero dos pais, que vêem, muitas vezes, a sua rotina de sono totalmente alterada. Que fazer? Embalá-los, dar-lhes de mamar, cantar-lhes uma cantiga ou deixá-los chorar para que aprendam a voltar a adormecer sozinhos? É uma questão que divide, apaixonadamente, pediatras e psicólogos. Há quem diga que responder constantemente ao «chamamento» do bebé, ou seja, o choro, o impede de descobrir os mecanismos para voltar a adormecer sozinho, ferramenta essencial para conquistar a sua autonomia. O médico Richard Ferber (ver Ferber, Richard), referência norte-americana em matéria de sono pediátrico, é um dos que assim pensa. Segundo Ferber, a estratégia para conseguir que a criança durma a noite inteira sem chamar pelos pais é ensinar-lhe que deve voltar a adormecer sozinha. Isso implica deixá-la chorar durante alguns períodos que podem ir aumentando gradualmente. Mas há quem defenda exactamente o contrário. «A criança não aprende coisa alguma chorando sozinha, no escuro, durante muito tempo – fica demasiado perturbada para ser capaz de dar os passos necessários para sossegar sem a ajuda dos pais», escreve o pediatra Berry Brazelton no livro «A criança e o sono» (Ed. Presença). Carlos González, pediatra espanhol, autor do best-seller «Bésame Mucho» (Pergaminho), critica frontalmente os especialistas que defendem a “aprendizagem” do sono, seja por que método for, como deixar a criança chorar ou querer forçosamente que ela durma sozinha: «Dormir, como comer, respirar ou andar, não é um comportamento aprendido. Todos nascemos a saber dormir (…). Quanto mais se separa a forma como queremos que os nossos filhos durmam da forma como é natural para eles fazê--lo, mais teremos de os ensinar.»
DORMIR COM OS PAIS A partilha do sono é uma prática cada vez mais comum nas famílias ocidentais. Estudos feitos nos EUA indicam que o número de adultos que dorme rotineiramente com os filhos naquele país aumentou mais do dobro entre 1993 e 2000. Mas poucas práticas instintivas na espécie humana têm sido alvo de tantas críticas por parte da sociedade em geral e dos especialistas em particular. É ou não prejudicial para criança dormir com os pais? Não, diz Carlos González: os pais que partilham a cama com o seu bebé «estão a fazer o melhor para o filho (a única coisa que o acalma) e também o melhor para eles (a única coisa que lhes permite descansar).» O cosleeping não condiciona a autonomia da criança, nem a impede de dormir sozinha algum dia, defende o médico. Estudos sobre o sono demonstram que as mães que partilham a cama com os seus bebés têm um sono mais longo e mais reparador. Por seu lado, os bebés que dormem com as mães têm menos episódios de apneia: devido à proximidade, é mais fácil detectar quando alguma coisa não está bem. A amamentação também funciona melhor: o bebé mama quando quer e o processo decorre sem que ambos estejam completamente acordados. Nem sempre há espaço para todos na mesma cama. Por isso, há quem opte por colocar o berço junto à cama de casal, com uma das grades puxada para baixo. Pais e bebé dormem mais à vontade e mantêm a proximidade.
EMBALAR Embalar um bebé faz parte dos gestos utilizados para o acalmar, dar-lhe carinho e segurança e ajudá-lo a adormecer. Se o seu filho estiver sonolento e irritável, embale-o de um lado para o outro, ao colo, com uma mão nos ombros e a outra no rabinho. Pode também pô-lo de frente para si e embalá-lo para trás e para a frente, segurando-lhe na cabeça. Os bebés também gostam de ser embalados nos berços. Pode sentar-se ao lado do berço e embalá-lo com o pé enquanto faz outras coisas.
FERBER, RICHARD Famoso médico norte-americano, responsável pelo Centro das Perturbações Pediátricas do Sono do hospital pediátrico de Boston e autor de um livro que, apesar de ter sido escrito em meados da década de oitenta, é considerado uma referência ainda hoje: «How to solve your child’s sleep problems» (Como resolver os problemas de sono do seu filho). Ferber popularizou um método de «choro controlado» como forma de habituar os bebés a dormir sozinhos a noite inteira. A estratégia implica deixar o bebé chorar por períodos que podem ir aumentando gradualmente, de dia para dia. Segundo Ferber, desta forma, a criança treina a sua autonomia e descobre que é capaz de se acalmar e de adormecer sem a ajuda dos pais. Muitos são os que se opõem a esta teoria. Alguns estudos neurológicos vieram mesmo dizer que a negação de conforto nos primeiros anos de vida, momento crítico do desenvolvimento do cérebro, é prejudicial ao bebé. Outras investigações concluíram que os bebés que choravam e não obtinham resposta, acabavam por deixar de chorar, é certo, mas sofriam alterações irregulares ao nível do batimento cardíaco, da respiração, dos sistemas digestivo e imunitário e das hormonas de crescimento. O próprio Richard Ferber, numa recente reedição do livro, reviu alguns aspectos do seu pensamento. Por exemplo, em relação ao cosleeping. O médico, outrora crítico desta prática, reconhece agora que cada família sabe o que é melhor para si em termos de rotinas de sono, desde que o método utilizado resulte.
GRADES A partir de uma certa altura, que depende muito de bebé para bebé, o seu filho vai aventurar-se na perigosa e excitante escalada das grades do berço. Pode ser aos doze meses, mais coisa menos coisa, como pode ser aos dois anos. O importante é estar atento à altura em que ele começa a manifestar vontade de subir pelas grades da cama. Vai ficar espantado com a perícia do seu bebé, ele vai conseguir atingir o objectivo a que se propôs, por isso o melhor é baixar logo as grades do berço para evitar mergulhos em queda livre. Prepare-se, claro está, para as visitas nocturnas que, a partir de agora, o seu filho lhe vai fazer.
HÁBITOS A maneira como o seu filho adormece é determinante para a forma como ele vai voltar a dormir quando acorda a meio da noite. É importante pensar nisto enquanto está a conhecer o seu novo bebé, mas tenha em mente que não existem regras absolutas ou receitas mágicas sobre o sono dos bebés. Sobretudo, nenhuma regra serve para todos os bebés. Há bebés que gostam de adormecer ao colo, outros enquanto mamam. O importante é perceber que, por exemplo, se adormecer o seu bebé ao colo, aninhado a si, quando ele acordar a meio da noite e verificar que está sozinho no berço, vai chorar seguramente. Porque não sabe onde está a mãe. Muito provavelmente, só voltará a dormir se pegar nele ao colo. Alguns especialistas em sono pediátrico como a norte-americana Elisabeth Pantley (ver «Soluções para noites sem choro») aconselham a que se deite o bebé no berço antes que ele durma completamente. Quer ele adormeça ao colo ou a mamar. «Entenda que esses hábitos bonitos, tranquilos e de amizade são dificílimos de romper, por isso, escolha-os com cuidado», escreve Pantley.
INDEPENDÊNCIA Quando dormirá sozinho, a noite inteira, sem chamar por ninguém? É a grande questão. Atingir a maturidade do sono é um processo biológico. Elisabeth Pantley sugere que os pais tentem fazer perceber ao bebé que o berço é um lugar seguro e confortável. Depois podem oferecer-lhe um objecto que transmita segurança (ver Ursinho) e incentivá-lo a dormir com ele. Estabeleça uma rotina diária a e siga-a. Definir hábitos de sono diurnos e nocturnos (diferencie-os claramente), proporcionando momentos agradáveis à hora de dormir vão ajudar a criança a dormir sozinha e a sentir-se segura. A altura em que esta evolução deverá ter lugar depende de bebé para bebé, de família para família. Não force o seu filho a tornar-se independente se vê que ele ainda não está preparado. Vá preparando terreno, mas não o apresse. No caso de a criança dormir com os pais, a autonomia pode levar mais algum tempo (meses ou mesmo anos), mas, diz quem já passou por isso, que também é mais suave. A mudança ocorre quando a criança sente que está preparada e não por imposição. Por essa razão, muitas crianças que dormem com os pais instalam-se definitivamente no seu quarto de um dia para o outro.
JÁ A DORMIR! Não é possível obrigar uma criança a dormir. Durante o primeiro ano de vida, um bebé acorda várias vezes à noite. Como já foi mencionado, isso não é um problema, é um facto biológico. O problema é os pais quererem que o filho não acorde. Porque os pais é que necessitam de longos períodos de sono ininterrupto. A solução é, então, como diz Elisabeth Pantley, mudar o comportamento do bebé, mas «devagar, com cuidado e respeito». Sem imposições drásticas.
LEITE À medida que o organismo do bebé vai amadurecendo, é de esperar que ele consiga passar períodos mais longos à noite sem comer. Mas durante os primeiros meses, é normal um bebé acordar com fome. Se estiver a ser amamentado, é ainda mais provável que isto aconteça. Durante os primeiros seis meses de vida, conte com vários despertares à conta da fome. Se o seu bebé dormir quatro horas seguidas, por exemplo, é natural que acorde com apetite. Alimente-o, talvez depois ele durma mais quatro horas em vez de estar sempre a acordar e a chamar por si. É difícil estabelecer alguma regra quanto à alimentação nocturna. Há especialistas que gostam de definir horários e durações para as mamadas, mas cada vez mais se defende a alimentação em regime livre. O bebé deve mamar quando quiser, na mama ou no biberão, noites incluídas. Quando amamentar é a opção, de modo a facilitar o processo, muitas mães acabam por colocar o bebé a dormir perto de si (ver Dormir com os pais).
MORTE SÚBITA Para reduzir o risco de morte súbita, a Sociedade Portuguesa de Pediatria recomenda que os bebés sejam postos a dormir de costas. Vários estudos já vieram demonstrar que esta posição reduz consideravelmente as hipóteses de o bebé ser encontrado sem vida enquanto dorme. Não cubra demasiado o bebé, nem o aqueça em excesso. O colchão deve ser firme e plano. Destape a cabeça do bebé para dormir. Deite-o com os pés tocando o fundo da cama de forma a que não haja risco de ele escorregar para debaixo dos lençóis.