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A Relação do Casal-pós parto

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O facto da chegada de um filho ter sido planeada pode ser importante para a união do casal. No entanto, um filho não une de forma automática. Pelo contrário, se os comportamentos não forem adequados podem conduzir ao distanciamento e, no pior dos cenários, à ruptura. Por isso, é essencial que o casal comunique um com o outro, dialogando sobre as mudanças que a chegada de um filho acarreta e partilhando a vida quotidiana. É preciso nunca esquecer a vivência do casal.

Influência do casal na criança

A relação do casal é essencial para a criança, que depende dos pais para ir descobrindo as suas
necessidades físicas e emocionais. Um bom relacionamento entre eles é meio caminho andado para um desenvolvimento adequado desde os primeiros meses de vida. Com efeito, um bebé tem uma grande capacidade para captar tudo o que o rodeia e responde de forma imediata. Por exemplo, se ouvir os pais a gritar ou sentir alguma tensão entre eles, o bebé poderá ficar nervoso, chorão ou sem apetite. Do mesmo modo, se o casal demonstrar ser feliz, ele receberá estímulos positivos. É, por isso, fundamental a forma como a criança vive e sente a relação dos pais.

Adaptar-se ao novo papel de «pais»

A paternidade poderá ser mais difícil do que o casal tinha imaginado. É possível que o nascimento do filho faça despoletar sentimentos e atitudes que terão um efeito negativo entre os dois. A mãe, por exemplo, pode sentir a falta do espaço e da independência que o trabalhar fora de casa lhe proporcionava. Por sua vez, o companheiro pode ressentir-se, quer com a relação que a mãe estabelece com o filho, quer com a falta de atenção que a sua companheira agora lhe dispensa.
A intimidade e proximidade conseguida durante a gravidez podem parecer evaporar, dando lugar à insegurança e insatisfação.
Para que tudo corra bem, é preciso encontrar formas de preservar o seu próprio espaço. É certo que a maioria do tempo será dedicada aos cuidados do bebé, mas é preciso que o casal reserve tempo para dialogar, quer sobre as dificuldades quer sobre as alegrias desta nova fase da vida.
Por seu turno, dever-se-á manter o mais possível o estilo de vida que tinham antes do nascimento do filho. É importante visitar os amigos, dar passeios, pois o contacto social será importante quer para os pais, quer para o filho.

Retoma da vida sexual

Não é fácil conciliar os papéis de novos pais com o de amantes. Entre fraldas e noites mal dormidas, parece não haver espaço, nem tempo para o erotismo. Durante os primeiros meses de vida do bebé torna-se particularmente difícil, sobretudo se o bebé dormir no quarto junto com os pais. Mas se o nascimento de um filho muda a forma como o casal vive a sua sexualidade, não pode significar o fim da intimidade. Assim, é preciso recuperá-la e até enriquecê-la, fazendo adaptações. Tudo dependerá da imaginação de cada um.

O arrefecimento do desejo sexual

É natural que na mulher possa ocorrer alguma diminuição do desejo sexual, ou porque não se
sente bem com o seu próprio corpo, ou porque se encontra demasiado absorvida pelo filho ou
ainda por mero cansaço e falta de tempo. As hormonas também poderão ter um papel crucial, já que depois do parto há uma diminuição drástica dos níveis de estrogéneo, importantes para a libido e humor feminino. O medo da dor poderá também provocar alguma ansiedade.
O contrário também poderá acontecer: o homem deixa de olhar para a mulher como tal e vê-a só como mãe, sem conotação erótica.
A compreensão e, sobretudo, o afecto, ajudarão o casal a ultrapassar esta situação. Se tanto a mulher como o homem compreenderem que pode ocorrer um desinteresse sexual passageiro nesse período, será mais simples para ambos aceitar a situação com naturalidade e sem frustração.

Quando retomar a vida sexual

Na teoria, a vida sexual pode ser retomada a qualquer momento. Mas de facto, a verdade é que a mulher deverá esperar que o organismo se restabeleça da gravidez e do parto e que o aparelho genital volte ao normal. Geralmente, são necessárias 3 a 4 semanas ou até mesmo 6 semanas.
Há que ter em consideração alguns cuidados, embora não seja necessário evitar o relacionamento sexual. Durante o puerpério, o sexo até pode mesmo ser mesmo benéfico, pois as hormonas libertadas durante o acto provocam contracções no útero, ajudando-o a voltar mais depressa ao normal.
Do ponto de vista emocional, o sexo só deverá acontecer quando os dois se sentirem preparados.
Nas primeiras relações, e até se sentirem confortáveis com a penetração, homem e mulher
podem explorar outras formas de envolvimento.
De qualquer forma, é importante salientar que não existem fórmulas preconcebidas para orientar o reinício das relações sexuais. Cada casal deve ajustar o seu dia-a-dia a dois.

A contracepção

Se o casal não quer ter filhos nos próximos tempos, deverá informar-se sobre o contraceptivo mais indicado. É importante ter a noção de que nem o aleitamento nem a ausência de menstruação impedem uma nova gravidez.
Apresentamos alguns métodos de contracepção:
• Contracepção Hormonal Oral (Pílula): pode ser utilizada quase imediatamente após o parto.
• Contracepção Hormonal Injectável.
• Implante.
• Adesivo.
• DIU: será necessário que o útero se retraia totalmente.
• Preservativo: não tem contra-indicações e é o método ideal.
• Anel Vaginal.
Deverá sempre consultar o seu ginecologista.
 
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