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Quase um ano depois daquele que foi um dos melhores concertos que deu nos últimos tempos, Rodrigo Leão voltou ao Coliseu do Porto na noite chuvosa de anteontem. Levou temas do renovado álbum "Ave mundi luminar" e outros marcos da sua carreira a solo.
O realizador espanhol Pedro Almodóvar tem-no como "um dos mais inspirados compositores do Mundo". Mas, se calhar andamos todos enganados. Rodrigo Leão não compõe música. Compõe magia. Quando lho dizemos no final de um concerto, nega-o. E socorre-se da plateia: "É um privilégio muito grande estarmos aqui com tanto público mais uma vez no Coliseu, que é um sítio tão especial".
Na noite de sábado, a sala portuense não encheu, mas foi emotiva o suficiente para patear de agrado e aplaudir de pé logo aos primeiros sinais de que o concerto chegara ao fim. Ao calor do público, o músico respondeu com um regresso ao palco dando ainda a ouvir temas como "Alfama", que compôs para os Madredeus, ou "Pasión", extraído do seu álbum preferido, "Alma mater", editado há dez anos.
A fechar, a única canção repetida do espectáculo e uma de várias com o coro de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa. Era "Ave mundi", do primeiro álbum que Rodrigo Leão compôs a solo. Editado recentemente com novos arranjos, o disco foi o mote para a presente e curta série de espectáculos, que terminará em Lisboa, a 5 de Fevereiro. "Espero que tenhamos oportunidade de filmá-lo e deixar o registo desse momento", confessou ao JN, já nos bastidores de um concerto que classificou como "muito bom" e que teve um "público maravilhoso".
Apesar das reconfortantes presenças do coro e da solista Ângela Silva, a noite acabaria por ser um feudo de Ana Vieira. Já tão entregue em "Voltar", a cantora proporcionou momentos de grande emoção através de temas como "Vida tão estranha", "Pasión" ou mesmo uma canção em Russo, cuja letra ajudou a escrever.
O concerto, que Rodrigo Leão dedicou a Francisco Ribeiro, foi uma viagem por algumas das mais belas melodias que compôs em 17 anos, ancoradas no acordeão de Celina da Piedade e no doce choro do violino de Viviena Tupikova.
JN